Por Zezinho de Caetés
Hoje, depois do rebaixamento do Brasil, com todos os jornais
do mundo gritando: “O Brasil é
caloteiro”, o Brasil é caloteiro”...., eu acordei triste e daí o título que
dei a este texto. Eu coloquei o Mozart na vitrola e fui ler a mídia. Encontrei
lá o Reinaldo Azevedo (“Riobaldo do
adeus” – Folha de S. Paulo – 11/09/2015) como representante deste
sentimento de todo o brasileiro.
Como verão lá embaixo, seu escrito assim começa: “Dilma deveria renunciar. Seria um gesto
delicado com o Brasil.” Eu, digo: É um otimista. Tenho quase certeza que a
Dilma não renunciará, e será nossa obrigação cívica “renunciar” ela antes. E isto é possível, e cada vez mais possível,
dentro da lei e da constituição, porque eu nunca vi tanta lambança ilícita
junta.
Deixar o Brasil, para ganhar uma eleição (em que ela
prometeu fazer até o diabo para isto), cair numa situação como a que estamos em
todas as áreas, política, econômica e social, é um crime de responsabilidade infame,
que consta da lei dos homens, mas, se não constasse deveria estar na Lei de
Deus.
O sofrimento do povo, e o PT hoje já admite que o povo está
sofrendo, dizem que existe porque o lulopetismo queria era que todo pobre
ficasse rico e que todo rico ficasse pobre para fazer justiça social. Levaram
todos a ficarem pobres, e vão, certamente, se continuarem a mandar, elevar a
desigualdade social a níveis nunca vistos.
E o meu conterrâneo Lula, chega à Argentina, depois de ter
dado as declarações que ontem mencionei aqui,
em 2008, disse ontem que a perda do grau de investimento, ou sua consequência
de o Brasil ser considerado um caloteiro em potencial, “não representava nada”. Só pode ser um irresponsável.
E hoje, não é só necessária a saída da Dilma, mas, também
começar uma luta para que o meu conterrâneo volte para Caetés, onde obterá
asilo, apesar do povo não querer mais nem falar nele. Isto evitará que proximamente,
com o afastamento da corja petista de quaisquer cargos públicos, estejamos
celebrando um missa de réquiem pelo nosso amado país.
Fiquem, com o Reinaldo Azevedo, que sabe melhor da vida do
Riobaldo, do que eu.
“Dilma deveria renunciar. Seria um gesto delicado com o Brasil. Todos
receberíamos a decisão como um pedido de desculpas, ainda que silencioso. Não é
possível que ela não perceba que já não tem como fazer parte da solução.
Tornou-se só um catalisador de problemas.
A presidente precisa reler aquele seu Riobaldo de uma nota só: "O
que ela [a vida] quer da gente é coragem", tomada a frase como sinônimo de
teimosia e resistência. Até porque o sentido original do texto –vá lá ver,
leitor, em "Grande Sertão Veredas"– é outro. Minas lhe oferece uma
saída honrosa, com Drummond: "Há uma hora em que os bares se fecham/ e
todas as virtudes se negam". Acabou.
Não é conspiração, não é golpe, não é tramoia, não é sina, não é nem
mesmo fraqueza. Memórias de um ex-jagunço sentimental e sentencioso, em
momentos assim, viram só mais uma pedra no meio do caminho. É a realidade, a
carnadura concreta da poética do poder, para apelar um pouquinho a João Cabral,
que impõe à petista o ato elegante. Dou de barato que ela fez o possível,
atendendo aos ditames de sua formação intelectual e do partido em cujo altar
teve de se ajoelhar.
Temos aí "a soma e o resto", para citar Henri Lefebvre, que
rompeu com o Partido Comunista quando a petista desta história tinha só... 11
anos!
Não é que tenha dado tudo errado com o seu governo. Em certa medida,
deu tudo certíssimo, segundo, ao menos, a matemática entranhada nas coisas. As
despesas cresciam sistematicamente acima da receita. Quando o binômio
supervalorização das commodities/modelo ancorado no consumo evidenciou que não
era sustentável, a partir de meados de 2012, ela resolveu alimentá-lo com
medidas adicionais que... aumentaram as despesas e diminuíram a receita! As
tarifas públicas foram represadas para conter a inflação, estimulada pelos
anabolizantes injetados na economia. E o país quebrou. CQD. Como queríamos
demonstrar.
Quantas vezes a mandatária foi advertida para o que havia do lado de lá
do sinal de igualdade da equação petista? Não obstante, os críticos eram
demonizados, ridicularizados, tratados como inimigos do povo. Ainda hoje se
procura fazer deles uma caricatura, desqualificando-os como interlocutores do
jogo democrático –e a interlocução na democracia se faz é entre adversários,
não entre aliados. No fim das contas, vamos convir, nem a senhora, presidente,
nem seu partido entendem direito essa conversa de tensão virtuosa entre
contrários. O petismo atua é para eliminar os que não se rendem.
Agora não há mais tempo. Algum entendimento terá de ser feito para
convencer a sociedade de sacrifícios adicionais, além daqueles que já estão em
curso. Ou é isso, ou vem por aí uma espiral negativa de longuíssima duração. E
a arena desse pensamento não é o Ministério da Fazenda. A Joaquim Levy, ou a
outro, entregar-se-á uma máquina de calcular números. A realidade exige alguém
que seja bom no cálculo político.
Ocorre que isso não se faz sem uma relação de confiança, que não existe
mais. É preciso saber identificar o momento em que todos os bares se fecham e
as virtudes se negam. Tá bom, presidente! Eu a deixo com o seu Riobaldo. Mas
com um outro –aquele que cobra da senhora é coragem.”
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