Por Zé Carlos
Ufa!!!
Cheguei ao final da semana. Mesmo atingido pela crise da Dilma, ainda não o fui
mortalmente. Só sei que meu salário já baixou uns 20%. Mas, como?, se a
inflação oficial é de 9,5%? Ora, meus caros e parcos 11 leitores. Cada um tem a
inflação que merece, e inflação dos velhos foi maior, porque os remédios que
eles tomam são todos importados. E o dólar, sem pidedade, chegou aos 4,00
reais. Mas, estamos felizes por ainda alcançar esta segunda-feira, em condições
de comentar a semana que passou, no mundo político, que anda mais conturbado do
que Bom Conselho em dia de feira.
E, para não
ser muito criativo, eu vou começar do início, se isto é possível, neste Brasil
que me lembra os perigos dos seriados a que assistia lá no Cine Rex, de minha
terra, de saudosa memória, onde sempre terminava com um “perigo”, que levava todos os espectadores a voltar na semana
seguinte para ver como o herói ou heroína se safava dela. E na semana passada
vimos a nossa musa, a Dilma, ficar num perigo emocionante, quando o vilão chega
e lhe diz: “Desta semana não passa, você
será impichada!”. E já na
segunda-feira a Dilma começou a tentar evitar o “perigo da série” se propondo a fazer uma reforma administrativa,
com a única finalidade de se ver livre do impeachment, tratado por todos como pule de dez.
Seu maior
inimigo hoje, o Temer, chegou da Rússia, e a primeira coisa que fez, fingindo
que queria salvá-la, foi dizer que não queria se meter na reforma, mas, se
fosse ele não a faria. Seria temeroso pois o seu partido, o PMDB, é um saco de
gatos tão grande que corria risco dela cair do cavalo. Mas, com todos sabemos, nossa musa, a Dilma,
é muito experta e foi logo consultar o nosso outro colaborador, o Lula, sim,
aquele mesmo que, dizem, havia dito a ela que “ela estava f......”.
E a graça das
atitudes da Dilma esta semana foi toda baseada nesta conversa com o Lulinha, um
dia “paz e amor”. Ele deve ter dito: “Dilma, deixa de ser burra! Aprenda a
contar. Se você não pode contar mais com uma base alugada, pois, já se
comprovou que apenas uns 200 deputados comem na mão do governo, e você precisa
no mínimo de 257 votos para que o Cunha, o outro grande vilão desta série, não
bote você para o curral do impeachment. Toma tento!”. E a partir daí ela, não sabendo também que o
Lula é o maior de todos os vilões, e que está torcendo para que ela não se
salve do perigo, começou a fazer o que por ele foi aconselhada: “Deixe a base alugada de lado, e tente
comprá-la. Por exemplo, o PDT do Lupi você compra por uma ninharia. Por
qualquer agência de INPS, no interior, ele está à venda. O PMDB, mais
sofisticado você tem tentar comprar com cuidado. Ofereça o Ministério da Saúde,
e peça um desconto, eles estão dispostos a negociar.”
Então, nossa
musa, a Dilma, chamou o Temer, mas o Temer disse que não poderia atender,
chamou o Cunha, deu no mesmo, chamou o Renan, e este, em cima do muro estava,
em cima do muro ficou. O que fez ela então se os caciques não queriam ouvi-la?
Fez igual ao que já tinha feito com o Levy, o desacreditado, e chamou um
deputado PMDB, um tal de Leonardi Picciani, lá do Rio, cuja maior façanha foi
ter sido eleitor do Aécio, e pediu a ele uma lista de nomes do PMDB para
indicar ministros. E daí ela matou 3 coelhos com uma cajadada só. Desagradou o
Temer, o Cunha e Renan, que agora prometem só ir a um show dela se tiverem
certeza de que o riso será garantido.
E foi nesta
reforma administrativa que a presidente passou a semana, discutindo e pedindo
conselhos ao Lula de como ele fez para comprar o PMDB. Na certa ele disse que,
para isso, teve até de dizer que o Sarney era “um homem incomum”.
Mas, não foi
só a presidente que nos fez rir esta semana. Não há nada mais risonho do que um
congresso desaprovar um texto aprovado semanas antes e que a Dilma vetou.
Sempre fico me perguntando: Mudou o Brasil ou mudei eu? Para mim nenhum dos
dois mudou. Basta ver que, neste jogo político, o gato normalmente caça o rato,
mas, quando o rato caça o gato, não tem jeito, há algo errado. E o erro era
evidente, e neste caso da oposição. É claro que muitas das medidas aprovadas
antes eram simplesmente pirraça para irritar a Dilma, e calar de vez sua veia
humorística. E não deu outra. Muitas delas foram para o ralo. É certo que
ficaram algumas das decisões, como por exemplo, reajustar os salários do
Judiciário de forma a quebrar os cofres públicos, ainda podem complicar a vida
do governo. No entanto, penso que depois de dado um show de humor nas votações
dos vetos. O perigo maior passou.
Para ser
justo, nem o Lula nem a Dilma foram os protagonistas principais da semana. Para
mim, foi o dólar. Lembram do velho real, nossa moeda, que quando nasceu valia
um dólar? E que só começou a se desvalorizar quando a Regina Duarte teve medo
do Lula em 2003? Pois é, nesta semana que passou, ele chegou ao fundo do poço,
valendo apenas 0,25 centavos do dólar, o que fez todos os brasileiros em viagem
sorrirem, para não chorarem. Eu não sei se a notícia levou algum brasileiro ao
suicídio lá na Disney, mas, que alguém pensou em cometer este trágico ato,
pensou!. E com certeza o concretizará quando vier a fatura do cartão de
crédito. Já o parque do Beto Carreiro, lá em Santa Catarina, dizem, está
superlotado de gente feliz.
E foi em torno
da alta do dólar, que o Brasil político girou a semana toda, pois a principal
diversão era, de hora em hora, perguntar: A quanto tá, agora? Parecia a cantiga
da perua. Não, não estou falando da Marta Suplicy, que se filiou ao PMDB,
contando a piada de que agora está num partido de gente honesta. Dizem que o
Renan e Cunha riram a bandeiras despregadas. Renan, porque deve, não nega, e
diz que paga quando a Dilma quiser e o Cunha que diz não dever nada, embora já
haja uns 53 delatores premiados dizendo que ele vivia brincando com os dólares
que recebeu de propina, que foram tantos que ele doou uma parte a sua igreja
para que os santos o ajudassem.
E,
finalmente, diante de tanta confusão nossa ainda protagonista, na média, a
Dilma, diante de tantos risos e tantas alegrias resolveu ir para Nova York,
para ver o Papa Francisco, e talvez pedir a Cristina Kirchner que interceda por
ela, junto a ele. E até, deu um showzinho para os repórteres dizendo que o
dólar não era o nosso problema, porque ela está dormindo num colchão forrado
desta moeda hilariante para quem fez turismo em Caruaru e não no exterior, como
eu, que fui ver o meu neto ser campeão de xadrez na escola, e visitar a fazendo
invadida do Pedro Correia, o delator premiado da vez. Quando todo mundo não viu
nenhuma graça por ela ter declarado que tinha muitas reservas, ela então
lascou: “O que me preocupa são as
empresas endividadas em dólares!” Aí, os ouvintes bolaram pelo chão de
tanto rir. Ora, se tem muitos dólares é só fazer um Bolsa Dólar e distribuir a
moeda americana com os empresários. É realmente uma pândega.
Eu só falei
do Pedro Correia, acima, en passant,
todavia, ele foi o grande delator da semana e ameaçou deixar esta coluna
semanal sem a ajuda, em tempo integral, de nosso grande colaborador, o Lula.
Imaginem, que ele jura de pés juntos, que o petrolão foi criado numa reunião
onde estavam o Lula, o Zé Dirceu e mais alguns de menos importância, e ele, o
nosso delator premiado. Se isto for verdade e o Sérgio Moro não tiver sentido
os efeitos do fatiamento da operação Lava Jato, não tem jeito. O Lula vai
encontrar o Dirceu lá em Curitiba, qualquer hora dessas. E pelo seu silêncio,
ele não está nem ligando, desde que não vá de camburão comum, e sim de
pau-de-arara, para voltar à infância. Este Lula, calado, é um poeta.
E o filme do
UOL, que coloco lá embaixo para que os meus leitores mais renitentes em ficarem
vivos, finalmente morrerem, desta vez eu achei um pouco chato, porque ele foi
muito regionalista. Quase só fala do Alckmim, o governador de São Paulo, e do
dólar. Embora, alguém homenagear o “Chuchu”,
pela sua gestão de recursos hídricos, é para matar qualquer paulista de tanto
rir.
Agora fiquem
com o resumo do roteiro dos produtores e logo abaixo o vejam. E esta semana que
hoje começa, promete muito, para os nossos leitores risonhos. Até lá, se ela
chegar ao fim!
“A vaidade do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin (PSDB), e a cotação do dólar estiveram em alta esta semana.
Após saber que receberá em outubro um prêmio pela gestão hídrica do seu
governo, Alckmin disparou: "Modéstia à parte, [o prêmio] é merecido".
E em meio à crise econômica e política, o dólar alcançou a sua maior cotação em
relação ao real, ultrapassando a barreira dos R$ 4.”
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