Por Zezinho de Caetés
Isto já está ficando um pouco monótono, mas, não tenho como
fugir. Comento outro texto do Hubert Alquéres (“Mais ação, menos palavras” – 10/06/2015 – Blog do Noblat) abaixo
transcrito. Por que faço isto vocês descobrirão ao ler o artigo. Antecipo um
pouco.
Este governo, que se iniciou em 2003, agora em sua quarta
edição (duas com Lula e duas com Dilma) sempre usou todos os meios de
comunicação para dizer que Educação era prioridade. Primeiro foi com Lula, cuja
mãe, como ele disse, nasceu analfabeta, e agora ele queria que ninguém no
Brasil passasse mais por isso. Claro que não conseguiria porque todos nascemos
analfabetos e continuamos nascendo, embora, diferentemente do Lula, alguns
gostam de ler livros e ir à escola e nem todos continuamos analfabetos.
E nas suas edições governamentais, ao invés de cuidar para
que nossas crianças, que nasceram analfabetas, se alfabetizassem, ele só ligou
para o ensino superior (PROUNE, FIES, etc.) deixando o ensino básico de lado,
fazendo com que os alunos chegassem à universidade quase analfabetos. Quem
verificar a ideologia por trás do governo petista verá que isto era tudo
planejado, pois hoje (depois que se descobriu o Gramsci e perderam na luta
armada) o que vale é conquistar os cérebros para a revolução, e se começarmos
no ensino básico, demora muito.
Então, o que fazer? O que foi feito! Incharam os cursos
superiores e proliferaram os cursos de baixo nível, pois para se fazer
seguidores do partido não precisa muita sofisticação e sim doses maciças de
ideologia. E assim foi feito.
Continuou a mesma coisa nas edições de Dilma, com apenas uma
diferença, que nesta última edição, a ênfase é na “Pátria Educadora”. É como se a Educação passasse a ser o centro dos
seus planos. Infeliz ou infelizmente o plano não deu certo, porque a Pátria
faliu. E agora, nem é educadora, nem produtora, e sim Pátria Enganadora.
Ontem, vimos o lançamento de mais um plano de investimento
em infraestrutura, o PIL (Plano de Investimento em Logística), que não se
chamou PAC 3 porque os PACs anteriores faliram e até o nome foi escorraçado.
Ouviram falar em Educação no lançamento? Eu não. Por que? Porque, como diz o
Hubert, com outras palavras: palavras são
palavras, nada mais que palavras. O que precisamos é de ação. E já
descobrimos que, ação por parte deste governo, só para receber propinas da
Petrobrás. Vade retro!
Fiquem agora com o Hubert, que está mais informado do que eu
nesta área tão importante para nosso país que é a Educação.
““Só a educação liberta um povo”. Foi assim que a presidente Dilma
Rousseff anunciou em janeiro deste ano, com toda pompa e circunstância, o lema
de seu segundo governo: Brasil Pátria Educadora.
Para tal tarefa espantosamente escolheu o controvertido ex-governador
do Ceará, Cid Gomes (PROS), para ser o ministro da educação.
Não deu outra e dois meses depois Cid foi demitido por arrumar uma
confusão histórica no plenário da Câmara dos Deputados.
Para substitui-lo Dilma convocou Renato Janine Ribeiro, um respeitado
professor de ética e filosofia, mas distante das grandes questões da educação
básica e com pouca experiência na área de gestão pública.
Nesta segunda-feira, o novo ministro esteve no programa Roda Viva da TV
Cultura de São Paulo e decepcionou quem esperava ouvir suas propostas.
Uma pena. O programa é um patrimônio da televisão pública brasileira.
Em 1h30 de TV é possível transmitir ideias com clareza, enfrentar polemicas,
apresentar propostas. Era isso que se esperava de quem tem o desafio de fazer a
grande revolução da educação no nosso país.
Mas a participação de Janine foi morna. Perdeu uma grande oportunidade
para mostrar a que veio. O ministro saiu pela tangente na maioria das respostas
que deu, sempre procurando uma zona de conforto onde pudesse teorizar e fazer
suas reflexões acadêmicas. Ou dizer generalidades.
De concreto nada disse sobre o ensino médio e muito menos sobre a
formação dos professores, ponto fundamental para a melhoria da qualidade do
ensino no Brasil. E quanto a essencial articulação entre os entes federativos
teve uma resposta melancólica: “vamos ouvir as partes”.
Sobre a concessão de bônus de desempenho ou a possibilidade de
aproveitar a experiência bem sucedida das “charter schools” americanas, Renato
Janine desconversou dizendo genericamente que “isso tem que ser discutido”,
afinal “são questões que tem defensores e tem muitos críticos também”.
O Ministro foi sempre afável e muito educado, mas não deu um só exemplo
de como vai atuar, nem deixou claro onde quer chegar.
Repetia a todo momento que é preciso discutir, ouvir segmentos, montar
comissões, procurar o consenso. Parecia ser um escravo do assembleísmo, essa
prática recorrente nos governos petistas que não chega a lugar algum.
Como pouco esclareceu, persistem as dúvidas se o novo ministro da
Educação está a altura do que seria sua grande missão: promover um profundo
rearranjo da Educação, com garra, sentido de urgência e capacidade de
aglutinar, ou seja, de promover uma mobilização nacional para que a educação
básica pública mude de patamar.
De Renato Janine Ribeiro é cobrado o cumprimento de uma agenda
sobejamente conhecida e de amplo consenso nacional.
A ele não é dado o direito de errar ou deixar de agir, sob pena de
condenar o país ao desastre da ignorância e ser, mais uma vez, retardatário.
Espera-se, portanto, mais ação e menos palavras do senhor Ministro.”
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