Por Zezinho de Caetés
Hoje não vou ser muito atual. O comentário sobre o texto do
Ruy Fabiano (“Em pleno hospício” –
06/06/2015 – Blog do Noblat) é importante demais para ficar de fora dos meus
humildes comentários, só porque de sábado para cá surgiram mais loucos. Realmente,
a coisa aqui está preta. As vacas não reconhecem mais seus bezerros, porque
estão na fila do Bolsa Família. Se um marciano chegasse aqui e dissesse que
estaria num Hospício Universal, ele não estaria longe da verdade.
Vejam os sintomas de loucura evidentes no texto do Ruy que
transcrevo lá embaixo.
Aqui, minha causa principal para uma próxima futura loucura,
são os comportamentos dos loucos principais: A Dilma e o Lula. Ela pedala pelas
ruas de Brasília e ele recebe homenagens e títulos pelo mundo. Este mundo que
fornece títulos (de carrada) a Lula, eu já sabia que não era louco, era apenas
mal informado. E estão ficando espertos, como o México, que deixou o candidato
que se considerava o Lula Cucaracha, com apenas 10% dos votos nas últimas
eleições.
Eu tenho certeza que, se hoje, o Lula se candidatasse a
presidente não chegaria nem a 10%. O povo brasileiro também está se informando.
E se a Dilma continuar dando suas pedaladas não se importando com nada que
ocorre neste país, a situação ficará muito pior para o meu conterrâneo. Ele
chegou à conclusão de que “ruim com ela,
pior sem ela”, ou “se ficar o bicho
pega, e se correr o bicho come”. Vai ser difícil para sair do túmulo, mesmo
que haja ainda um buraquinho na lápide que o cobre.
Talvez, a solução para ele emplacar o terceiro mandato seria
o imediato impeachment da Dilma (digo, até o final do ano, embora possa ser
antes) porque, com o Temer no poder, e não podendo segurar a crise que nos
assola, haveria uma situação onde o PT é imbatível. Todos sabem que este
partido é como aquelas flores que só florescem nos pântanos imundos, e que para
ele, a crise é o melhor dos mundos, politicamente falando. E vai ser difícil
lidar, qualquer um que lá estiver, com a herança maldita que foi deixada pelo
próprio partido.
Mas, fiquem com o resto do hospício mostrado pelo Ruy
Fabiano, que eu vou ver se a Tamarineira aqui está em funcionamento, ou se já
virou supermercado. Se ainda for hospício eu me interno, se for supermercado eu
compro panelas e apitos para tomar o remédio proposto por ele. Se não
encontrar, então eu vaio com a boca mesmo.
“O Brasil é um país singular, em que as causas não geram consequências.
Mensalão, Petrolão, BNDES, Eletrobras, fundos de pensão, cartões corporativos –
os escândalos se amontoam, e as evidências idem. Nada, porém, ocorre. As
personagens responsáveis, conhecidas de todos, não são responsabilizadas.
Que importa que a popularidade da presidente esteja em um dígito há
meses – e que a causa seja uma mistura de corrupção e má gestão, em relação às quais,
pelo cargo que ocupa, é a principal responsável? Ela continuará governando como
se nada houvesse acontecido. Não adianta um ou dois milhões em protesto nas
ruas, pedindo a saída do governo. O governo continuará.
“Não há fato jurídico para o impeachment”, proclamam os juristas – e
concorda a oposição.
A Petrobras reconhece, em seu balanço, o desvio (roubo) de singelos R$
6 bilhões de seus cofres, acrescidos da perda de mais de R$ 60 bilhões em
decisões administrativas desastrosas.
A ex-presidente Graça Foster dizia que o roubo era de R$ 88 bilhões,
mas fiquemos nos R$ 6 bilhões, já que ninguém conferiu essa pequena
discrepância contábil. Com R$ 6 bilhões, reconstrói-se o Nepal, destruído por
um megaterremoto. E daí? Ora, troca-se a diretoria (o salário do presidente da
Petrobras é de R$ 140 mil!) e pede-se desculpa ao contribuinte. Bola pra
frente.
Há um abismo entre a chamada voz das ruas e a do Parlamento. E não se
vê nenhum partido empenhado em construir uma ponte entre ambos. Fala-se que as
instituições estão fortes e que cuidarão de tudo. Mas o que se vê é o cuidado
do governo em indicar para os tribunais superiores companheiros de confiança.
Confiança de quem? Na presidência do Tribunal Superior Eleitoral - e à
frente da turma do STF que julgará o pessoal do Petrolão -, está o ex-advogado
do PT Dias Toffoli. Que fará com seus ex-clientes? Esse dilema não é dele – é
nosso.
Os demais nomes – Lewandovski, Luís Roberto Barroso, Teori Zavaski,
Facchin – são citados entre os políticos como gente do governo, barreiras
inexpugnáveis às investigações.
Até aqui, apenas empresários foram detidos. Há um ou outro
ex-parlamentar, de quinto escalão, mas nenhum figurão da política, embora,
pelas proporções do que foi roubado, nada pudesse se consumar sem o comando de
figurões – da política.
Prospera a tese de que a Petrobras foi vítima de empresários,
desprezando-se o fato de que corrupção é via de mão dupla: não brigam dois
quando um não quer. E ambos estavam empenhadíssimos em brigar.
As evidências da responsabilidade da atual e do ex-presidente da
República não deixam dúvidas. Nem seriam necessárias as delações premiadas.
Bastaria o recurso à lógica. Mas lógica no hospício?
O recém-demissionário presidente da Fifa, Joseph Blatter, tentou usar o
expediente que Lula usou (e usa) com êxito no Brasil, alegando que não sabia de
nada e não teria como vigiar os seus auxiliares. Não colou. A Suíça é um país
em que as causas geram consequências. Blatter renunciou.
No Brasil, não só continuaria no cargo, mas ainda reclamaria das
acusações e, quem sabe, levaria aos tribunais os acusadores. O presidente do
PT, Rui Falcão, disse que processaria o ex-presidente Fernando Henrique por
este ter dito, no programa do PSDB, que “nunca se roubou tanto em nome de uma
causa”.
Ficou ofendidíssimo. Não basta não punir: é preciso respeitar o
infrator. Seguramente, Falcão não processará ninguém, mas não perde a
arrogância e a indignação, na base do “respeito é bom e eu gosto”. Faz parte da
síndrome do hospício.
Dentro de uma semana, o PT fará, em Salvador, seu 5º Congresso
Nacional. Entre as propostas a serem examinadas, estão a de cancelamento das
penas aos mensaleiros, a cassação dos ministros do STF que as imputaram, o
“rompimento das dívidas externa e interna”, a cassação dos “ministros
capitalistas”, a censura à “imprensa burguesa” e a estatização da Rede Globo.
Está tudo lá, entre outras barbaridades, no Caderno de Teses, exposto
no site do partido. Quem quiser confira. Da irresponsabilidade penal, ao
delírio revolucionário.
Restaram ao distinto público, que paga a conta – e que já está arcando
com o “ajuste”, imposto pelos desajustados -, a vaia e o panelaço. Não dependem
das instituições, nem da legislação, nem dos políticos – e é um recurso
terapêutico, ainda que paliativo, a quem é obrigado a viver no hospício Brasil.
Vaiemos, pois.”
Nenhum comentário:
Postar um comentário