Por Zezinho de Caetés
Antes, falei sobre o suicídio de Dilma (aqui),
que não houve. Hoje falo do de Lula, que poderá haver, se ele tiver sorte,
porque como diz o texto do Hubert Alquéres (Blog do Noblat -24/06/2015), que
tem como título “O arrivismo do caudilho”,
ele pode estar tomando um avião, num voo cego, e poderá se espatifar no chão a
qualquer hora.
O que acho que não foi dito, no texto, é que este avião
poderá cair na Papuda, onde possivelmente o Pizzolato, seu assessor no
mensalão, o espera para lhe dar um abraço de afogados. Nunca na história deste
país, um criador traiu tanto uma criatura, como o meu conterrâneo Lula está
fazendo com sua criatura, a Dilma, nossa “grande”
gerenta presidenta e genitora dos PACs, alcunha dada por ele para elegê-la duas
vezes.
Ele também, agora critica o PT, e quer uma revolução no
partido para ver se consegue ser um candidato viável em 2018. Quem sabe,
talvez, crie um outro partido que poderia ser o PB, ou seja o Partido do Brahma, que era o seu apelido
entre os empreiteiros os quais, junto com ele, sugavam as verbas da Petrobrás e
do BNDES. Em outras palavras, com o dinheirinho de minha aposentadoria que não
aumenta, faz tempo.
Para ele, comprovando sua fama de frasista, diz “Eu estou no volume morto, junto com a Dilma
e o PT está abaixo do volume morto”. Eu sei que isto é verdade, mas, dito
pelo Lula é muito estranho. Eu prefiro outra frase, que o Hubert ameaçou citar
no texto abaixo, mas, não o fez: “Lula,
para se eleger, pisaria até no pescoço da mãe”, dita um dia pelo Brizola. É
lastimável, que além de velho (dito por ele mesmo) o meu conterrâneo tenha
perdido a compostura, se é que ele um dia teve alguma. Se Dona Lindu fosse viva
já teria saído de perto.
Por isso comecei dizendo que o suicídio era pouco para ele,
e eu nem cogitaria da veracidade de um boato neste sentido. Compará-lo com
Getúlio Vargas seria um erro terrível. É melhor compará-lo com Fidel Castro,
seu ídolo, cujo caminho ele quer trilhar. Ser Ditador Vitalício. No entanto,
não desejo nem que ele se suicide nem se espatife no solo. Bom seria vê-lo
jogar futebol na Papuda com o Dirceu.
Mas, fiquem com o texto do Alquéres, que eu vou ler agora
uma nota dos senadores do PT, a qual depois comentarei, que pretende alçar Lula
ao lugar de Deus, na marra.
“Está certo que todo caudilho é egocêntrico por natureza, mas o
ex-presidente Lula ultrapassou todos os limites do arrivismo ao pisar no
pescoço da presidente Dilma Rousseff e entregar a cabeça do PT para tentar
salvar a própria pele. Em uma ação desesperada, arrisca-se em um voo torto com
o propósito de descolar sua imagem de Dilma e do PT. Só assim, acredita,
preservará o que ainda lhe resta de popularidade. É o único caminho que
vislumbra para tentar voltar ao Planalto em 2018.
Por uma questão de respeito a quem não está mais neste mundo, não vamos
aqui reproduzir as palavras de Brizola, de 1989, sobre o que Lula seria capaz
de fazer para concretizar sua ambição pelo poder. Nem precisa. Basta olhar para
os meios utilizados pelo ex para se despregar do rotundo fracasso do governo
Dilma. Dia sim e outro também, vaza, ou deixa vazar, versões de reuniões que o
deixam bem na fita e retiram mais ainda o escasso oxigênio da presidente que
ele próprio inventou e tutelou.
Como o atual governo virou uma mala sem alça, um andor difícil de
carregar, Lula prepara o bote para abandonar o navio. Sabe-se bem que abraço
dos afogados não é com ele.
Não basta apenas se livrar da criatura. É preciso jogar no mar também o
PT, antes da catástrofe eleitoral que se anuncia no horizonte do Partido dos
Trabalhadores, nas próximas eleições municipais.
Quando se pensa que já se viu tudo em matéria de sordidez na política,
Lula apronta mais uma. Entrega os petistas aos leões, como se o processo de
domesticação do Partido dos Trabalhadores e de amancebamento dos “companheiros”
não tivessem sido obra sua.
José Dirceu assumiu a presidência do partido com a missão de pavimentar
a estrada que levaria Lula ao poder. Para tal enquadrou as tendências internas,
jogou na lata do lixo as velhas bandeiras, entre elas a que funcionava pelo
menos da boca para fora: a defesa da ética.
Com a assunção de Lula o Estado foi tomado. Pelo Partido dos
Trabalhadores e pelos movimentos sociais. Entidades anteriormente combativas
receberam todo tipo de benesse governamental e até as poucas ditas puras se
apelegaram.
Sindicalistas e petistas deram origem a uma nova nomenclatura,
aboletada em diretorias de fundos de pensão e empresas estatais, ocupando
milhares de cargos de confiança. Difícil crer que agora Lula queira que eles
larguem o osso.
O modelo de cooptação foi ampliado aos partidos aliados por meio de
mecanismos antirrepublicanos: o toma lá dá cá.
A crise econômica, política e ética deixaram o rei nu. Seu rugido, tal
qual o de um leão velho, já não mete medo. Sente-se sozinho, ameaçado por todos
os lados, sobretudo por um furacão chamado Lava-Jato.
Já não existem mais os exércitos de Stédile, da CUT e da UNE para
saírem a campo em defesa de Lula e seu modelo populista.
Sem tropas para comandar, o caudilho faz uma manobra ousada. Seu voo
cego, contudo, pode levá-lo a se espatifar no chão.”
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