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terça-feira, 23 de junho de 2015

O suicídio da Dilma




Por Zezinho de Caetés

“Mais uma vez, as forças e os interesses contra o povo coordenaram-se e novamente se desencadeiam sobre mim. Não me acusam, insultam; não me combatem, caluniam, e não me dão o direito de defesa. Precisam sufocar a minha voz e impedir a minha ação, para que eu não continue a defender, como sempre defendi, o povo e principalmente os humildes.

Sigo o destino que me é imposto. Depois de decênios de domínio e espoliação dos grupos econômicos e financeiros internacionais, fiz-me chefe de uma revolução e venci. Iniciei o trabalho de libertação e instaurei o regime de liberdade social. Tive de renunciar. Voltei ao governo nos braços do povo. A campanha subterrânea dos grupos internacionais aliou-se à dos grupos nacionais revoltados contra o regime de garantia do trabalho. A lei de lucros extraordinários foi detida no Congresso. Contra a justiça da revisão do salário mínimo se desencadearam os ódios. Quis criar liberdade nacional na potencialização das nossas riquezas através da Petrobrás e, mal começa esta a funcionar, a onda de agitação se avoluma. A Eletrobrás foi obstaculada até o desespero. Não querem que o trabalhador seja livre.

Não querem que o povo seja independente. Assumi o Governo dentro da espiral inflacionária que destruía os valores do trabalho. Os lucros das empresas estrangeiras alcançavam até 500% ao ano. Nas declarações de valores do que importávamos existiam fraudes constatadas de mais de 100 milhões de dólares por ano. Veio a crise do café, valorizou-se o nosso principal produto. Tentamos defender seu preço e a resposta foi uma violenta pressão sobre a nossa economia, a ponto de sermos obrigados a ceder.

Tenho lutado mês a mês, dia a dia, hora a hora, resistindo a uma pressão constante, incessante, tudo suportando em silêncio, tudo esquecendo, renunciando a mim mesmo, para defender o povo, que agora se queda desamparado. Nada mais vos posso dar, a não ser meu sangue. Se as aves de rapina querem o sangue de alguém, querem continuar sugando o povo brasileiro, eu ofereço em holocausto a minha vida.

Escolho este meio de estar sempre convosco. Quando vos humilharem, sentireis minha alma sofrendo ao vosso lado. Quando a fome bater à vossa porta, sentireis em vosso peito a energia para a luta por vós e vossos filhos. Quando vos vilipendiarem, sentireis no pensamento a força para a reação. Meu sacrifício vos manterá unidos e meu nome será a vossa bandeira de luta. Cada gota de meu sangue será uma chama imortal na vossa consciência e manterá a vibração sagrada para a resistência. Ao ódio respondo com o perdão.

E aos que pensam que me derrotaram respondo com a minha vitória. Era escravo do povo e hoje me liberto para a vida eterna. Mas esse povo de quem fui escravo não mais será escravo de ninguém. Meu sacrifício ficará para sempre em sua alma e meu sangue será o preço do seu resgate. Lutei contra a espoliação do Brasil. Lutei contra a espoliação do povo. Tenho lutado de peito aberto. O ódio, as infâmias, a calúnia não abateram meu ânimo. Eu vos dei a minha vida. Agora vos ofereço a minha morte. Nada receio. Serenamente dou o primeiro passo no caminho da eternidade e saio da vida para entrar na História.”

Quem leu até aqui, já descobriu que o texto acima é um documento histórico que representa um importante momento do Brasil República. É a chamada “Carta Testamento” de Getúlio Vargas.

Quem me lê pode estar se perguntando, o que o Zezinho quer dizer publicando este documento, um tanto mórbido, logo na véspera de São João? Até eu mesmo me fiz a pergunta se deveria fazê-lo, mas, o motivo, eu explico, é justo.

Ontem, frequentando as redes sociais (quem não as frequenta hoje?) vi uma notícia que, em princípio, me comoveu, depois, pensei no Getúlio. Reproduzo aqui a mensagem:

“Sgt Ribamar DF: Repassando.. Será que é real?
Pessoal, acabei de receber uma informação bombástica. Não posso confirmar ainda se é verdade. Uma amiga da minha esposa, que é amiga do chefe de gabinete da Casa Civil, disse que Dilma tentou suicídio agora há pouco. Tá a maior operação abafa no Palácio da Alvorada. Ela está sob cuidados médicos no próprio Palácio. Parece que foi uma overdose proposital de tranquilizantes. Lula está voando pra Brasília neste momento. Estão dizendo que ela não suporta mais a pressão da Lava Jato, principalmente com a prisão de Marcelo Odebrecht. Sem qualquer explicação, parece que há cerca de 1 hora e meia ninguém pode aproximar-se do Palácio da Alvorada.”

Ou seja, o grande boato ontem foi que a Dilma, a nossa grande gerenta presidenta tinha tentado o suicídio. Ora, em que mais eu deveria pensar quando um presidente tenta o suicídio? No Getúlio, é claro.

Bem, eu achei inusitado foi o método de suicídio tentado pela Dilma, e não duvidei nem um momento que ela tinha motivos suficientes para fazê-lo. Afinal de contas, se ela pensar no mal que ela fez a este Brasil, se fosse verdade a notícia, como foi a do Getúlio, recebida lá no meu interior uns três dias depois (infelizmente, não havia internet), embora, não deseje que ela cometa um ato como este. Mas, eu pensei logo, uma ex-guerrilheira que, ao invés de usar uma arma ou uma bomba para se suicidar, usa tranquilizantes, está é de brincadeira mesmo.

E, realmente, não passou disto, de uma brincadeira nas redes sociais, onde se mata qualquer um em menos de um minuto. A internet hoje se tornou um tipo de esporte onde as pessoas podem satisfazer seus mórbidos desejos e ainda influenciar pessoas, para o bem ou para o mal.

Mas, para minha surpresa, vi que a próprio Dilma, brincou com o fato, na frente de jornalistas, mostrando sua magra silhueta, como quem diz: “Vejam que eu não tentei o suicídio, vejam este corpão!”. Óbvio que suas palavras não foram exatamente estas, mas a intenção foi a mesma.


Enfim, pensando bem, diante do que a Dilma fez até agora por este país, alguém sensato pode imaginar que ela teria coragem de um ato semelhante ao de Getúlio? Eu acho que não. Talvez seja mais fácil pensar que ela já está com anorexia nervosa, em virtude do regime, que cada dia mais lhe tira a capacidade de raciocinar direito. E isto não se cura com revólver nem com tranquilizantes, mas com impeachment. Se quiserem uma data histórica para impichá-la, pode ser no próximo dia 24 de agosto, aniversário do suicídio do Getúlio. Ela não deixaria a vida para entrar na história, mas, nos deixaria em paz.

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