Davi e Miguel na pesagem para o MMA com o Vovô Zé |
Por Zé Carlos
No carnaval deste ano brinquei o tempo todo fantasiado de
Vovô Zé. Passei com Davi e Miguel em Caruaru, onde a festa é tão animada que os
grilos podem ser ouvidos em pleno meio-dia. Não há cidade melhor para passar o
carnaval, para quem não gosta dele participar. Para mim teria sido um
verdadeiro retiro espiritual, se os meus netos permitissem. Mas, conto logo
depois. Agora volto à semana pré-carnavalesca.
Nesta semana, eu quis me travestir de Papai Zé, pelos feitos
dos meus filhos em suas missões profissionais. O meu genro (filho adotivo)
defendeu sua tese de Doutorado em Medicina (Cirurgia) na UFPE, com brilhantismo. Sua
esposa, minha filha, passou num teste de sua área para fazer o Doutorado em
Administração (Gestão Pública) também na UFPE. E minha outra filha passou no vestibular de Medicina Veterinária
na Universidade de São Paulo (USP), que é a melhor da América Latina,
realizando um sonho antigo de cuidar dos animais. Então, por falta de médico
este animal que lhes escreve não morrerá nunca. E além disto e talvez já influenciado pelos rumos da tia, o Miguel, meu neto mais novo disse que, quando crescer, quer ser médico de gatos. Acumulei felicidade para anos
futuros e só me resta agradecer a eles todos por estas alegrias.
Volto agora a ser o Vovô Zé, pois minha fase de pai já
passou faz tempo. Agora me comporto como avô de todos. E nesta mesma semana
pré-carnavalesca já entrei em contato com Davi e Miguel e as brincadeiras
começaram logo na sexta-feira de carnaval. É estranho até escrever isto mas são
tantos os blocos saindo antes do sábado de Zé Pereira que brevemente todo dia
poderá ser de carnaval. Em Olinda, dizem, o Carnaval já não termina na
Quarta-feira de Cinzas, pois é nela que já começa o carnaval do próximo ano.
Tanto que os foliões já estão irritados com a Copa do Mundo, que atrapalhará os
seus festejos, principalmente, se o Brasil cair fora na primeira fase. Batamos
na madeira... Óbvio, se o Brasil for campeão, como espero, o carnaval apenas
continuará.
E nesta sexta-feira, antes da gorda, já partimos para um
shopping da cidade, onde comecei minha missão política de satisfazer Davi e
Miguel com atividades que só podem ser feitas com duas pessoas. Por exemplo, só
posso levar um de cada vez na “cacunda”
como diz Miguel, quando, antes, eu revezava se o outro ficasse muito triste.
Agora não pode haver revezamento pois não suporto mais o peso do mais velho e
tenho que compensá-lo com outras atividades. Eu não sei porque eu lembrei do
PMDB, ao escrever isto. Tudo é política e assim foi durante todo o passeio, até
a hora triste de sair de lá, e vê-los embarcar para o interior, e esperar até o
dia seguinte quando partimos, eu e a Vovó Marli, para ir ter com eles outra
vez.
E no sábado do Zé Pereira lá vamos nós pela BR-232, ou o que
resta dela, pois os buracos só devem ser tapados para o evento da Paixão de
Cristo em Nova Jerusalém, e chegamos em Caruaru. Tentamos fazer o mesmo trajeto
dentro da cidade e nos demos com uma interdição de uma Avenida que nos fez
gastar mais gasolina do que o normal, quando tudo poderia ter sido evitado, se
houvesse pelo menos uma placa no lugar correto avisando da interdição. Mas, são
coisas do setor público. Eu não vejo a hora de privatizarem a BR-232. Mas, isto
é outra história.
Com a mudança de trajeto já pressenti que de carnaval mesmo
Caruaru está livre. Eles ficam todo tempo esperando o São João, que como o
carnaval no Brasil, vai terminar sendo o ano todo. Depois de vários erros e
acertos chegamos à casa dos meus netos para continuar com o tratamento à base
de Vitamina N, começado na véspera. E a festa começou.
Para Davi, estamos festejando quando estamos jogando bola.
Não direi nem futebol, apesar de ser o esporte preferido dele, porque ele gosta
de todos os tipos de jogo com bola e não demora muito quando ele diz:
- Vovô vamos jogar
agora handebol?
E lá vai eu experimentando todos os tipos de esportes. É bola
de todo jeito e para todo lado. E não demora muito chega Miguel chamando para
sua festa, depois de assistir ao programa da Peppa na TV e dizer:
- Vovô Pig vamos
brincar de Lego?!
Só quem sabe o que é Peppa, Vovô Pig ou Lego é quem se trata
sempre com Vitamina N. Quem não entender está por fora.
E lá vai eu brincar de Lego, com as mãos, enquanto com os
pés continuo chutando para o Davi pegar, como goleiro, e dizer:
- Agarra Victor
Waldez!!!
Daqui a pouco ele interrompe para trocar as posições. Eu
serei o goleiro e ele o atacante. Deixo de brincar com o Lego do Miguel e vou á
luta satisfazer o Davi, com medo de perder a “governabilidade”.
E tudo bem, até que o Davi bota a bola no chão e diz:
- Vem em cima!!!
E eu indo, não dá outra: tome caneladas e chutes para todo
lado. Em certa ocasião fui tentar jogar mais de perto e ele me acertou um chute
na canela que o catombo subiu de imediato. Quando a mãe foi brigar com ele pelo
feito, ele disse:
- Mas, foi o Vovô Zé,
mamãe, que quis roubar a bola com falta!
E o pior é que ele estava certo. Porém, a contusão não foi
tão séria, como a sofrida por Vovó Marli em partida anterior e eu pude
continuar jogando, embora, não no mesmo momento, pois o Miguel já estava me
chamando para brincar outra vez. Sabem de que? De luta. MMA, karatê, Box, e
outras lutas marciais. E lá vai eu tomar mais socos e pontapés.
E assim foi o carnaval do Vovô Zé. Sem samba, sem frevo, sem
folia, mas, com muitos chutes, socos e pontapés. E, para mim foi um grande
carnaval. O que não faz a Vitamina N?!!! Foi quase uma overdose.
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