Por Zé Carlos
Os que leem este introito
aos filmes da UOL devem ter notado que na última segunda-feira eu faltei. Peço
desculpas, porque o filme não faltou, e sim eu. Mas, era carnaval e fui fazer
retiro espiritual em Caruaru. Para aqueles que não gostam de se envolver com os
festejos desta época tão querida dos brasileiros, eu recomendo essa cidade, e
com um passeio ao seu Parque das Baraúnas.
Consequência da falha: Hoje vocês terão que aguentar dois
filmes, o que o espero farão vocês rirem tanto que, de não aguentar mais,
ficarão tão irritados quanto o Bat-Barbosa pelo desbaratamento da quadrilha dos
mensaleiros pelo STF. Vejam o primeiro filme e concluam comigo: Não é de morrer
de rir?! Dizem que o PT está contentíssimo com o resultado doado a eles pelos
novos ministros do STF, ao dizer que não houve crime de formação de quadrilha
no mensalão. José Dirceu não poderá jamais ser chamado de “chefe de quadrilha”, como o chamava antes o STF antigo. E o Bat-Barbosa
diz que tudo foi apenas o começo, e que dentro de 5 anos, o STF poderá dar o
título de cidadão benemérito ao Fernandinho Beira-Mar, pois certamente,
descobrirá com a mudança na sua composição, que ele fez o que fez para ajudar
os pobres.
Como se não bastasse, dizem que o Delúbio ofereceu uma
feijoada na prisão, e lá mesmo já começou a arrecadar fundos para a próxima
campanha presidencial. Para evitar dizerem que ele está fazendo campanha
antecipada como a presidenta vem fazendo, ele está dizendo que a arrecadação
que seu site obteve é para pagar as multas da Ação Penal 470, que agora será
lembrada como a que julgou uma quadrilha sem chefe, como convém àqueles que
lutam para acabar as desigualdades sociais. Aliás, ontem tive vontade de rir,
com a presidenta saudando a mulher brasileira e admitindo que falta muito para
fazer neste país. Isto no último ano de seu governo é uma baita de uma
sinceridade, embora não seja a verdade completa. Se ela dissesse tudo seria
humor negro da melhor espécie.
Vejam a seguir o resumo do roteiro dos produtores do UOL da
semana retrasada riam com a última viagem de moto do Roberto Jefferson, o
culpado de todo riso provocado por esta história do mensalão, e a quem os
brasileiros agradecem. Não só pelo riso. E, logo após vejam o vídeo, mas, não
morram de rir ainda, continuem lendo o introito à semana que passou e deixem
para morrer lá embaixo com o outro filme. Até já.
“Às vésperas do
Carnaval, o presidente do Supremo Tribunal Federal, Joaquim Barbosa, criticou a
postura de colegas que absolveram oito condenados no processo do mensalão pelo crime
de formação de quadrilha e fez uma profecia sobre futuras decisões do STF a
respeito do caso. Enquanto isso, surgem denúncias de que mensaleiros estão
contando com regalias nas prisões. O ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, por
exemplo, teria saboreado uma feijoada. E antes de ser preso, o delator do
mensalão Roberto Jefferson resolveu dar uma volta de moto para aproveitar os
últimos momentos de liberdade.”
O que?! Não morreram de rir e ainda brincaram o carnaval?!
Então continuem rindo com o filme desta semana, que não poderia abordar outro
assunto a não ser o Carnaval.
E imaginem o que aconteceu. O prefeito do Rio, Eduardo Paes
foi flagrado jogando lixo na rua depois dele mesmo lançar um programa de “tolerância zero” aos “sujismundos” das ruas. É a parte mais
hilária do vídeo, mas, pensando bem, o que tem de gente nos governos dizendo “faça o que eu digo mas não faça o que eu
faço” é um absurdo.
Por exemplo, a presidenta Dilma, que não está no vídeo por
ter passado o carnaval a nossa custa em instalações militares de 5 estrelas,
recomenda que todos sejamos de classe média, que no Brasil começa em 301 reais
e termina em mil poucos reais por mês, e vai jantar no mais caro restaurante de
Lisboa. O caso do prefeito do Rio é apenas um pequeno caso de hipocrisia que pulula
em nossa nação. Mas, tudo isto é motivo de riso.
Vejam, não no filme da UOL, mas por aquele que se passa em
minha cabeça, a possibilidade do Delúbio, durante a feijoada que ofereceu na
prisão (não sei nem se o governador de Brasília, que disse que poderia visitar
quem quisesse na Papuda, estava por lá), começasse a arrancar risadas dos
presentes, contando piadas de salão envolvendo quadrilhas, como aquela em que o
Ali Babá chegou para seu grupo que eram de 40 ladrões e disse: “Acabo de ser absolvido da acusação de chefe
de quadrilha pelo STF. O que eu queria com vocês era apenas fundar um partido
político e vocês sabem que Caixa 2 é uma coisa frequente por aqui. Agora
dispersem antes que mude a composição de nossa suprema corte, outra vez.”
Óbvio que a semelhança com o nosso STF é mera coincidência, apesar da
gargalhada geral por parte dos ladrões.
Por falar nisso, a briga entre PMDB e PT, isto é, mais uma
discussão da relação pelas mesmas causas de sempre: ciúmes, traição, violência
doméstica, e outros tipos de cenas que ocorrem tanto entre casais, com certeza
terá um fim, para, como diz o ministro Barroso ao Bat-Barbosa no primeiro
filme, “para mal dos pecados” dele.
Vejam que o Vicentinho, que me parece hoje já é advogado, poderá ser o novo
ministro do Supremo e quem sabe no lugar do Joaquim Barbosa, que, dizem,
renunciará para se candidatar a alguma coisa nas próximas eleições. Talvez pelo
mesmo motivo que, dizem, Lula nomeou o Joaquim: a cor da pele. Aí, não será só
o mensalão que foi uma piada de salão em nosso país. E haja riso!
Vejam abaixo o resumo desta semana tão profícua em samba e
sujeira nas ruas, e logo a seguir aproveitem, pelo menos, a trilha sonora, se
não tiverem vontade de rir e dancem com os garis.
“Em pleno Carnaval, os
garis do Rio de Janeiro decidiram botar o bloco na rua. A Cidade Maravilhosa
teve seus dias de lixão de Gramacho. E contou com a colaboração do prefeito
Eduardo Paes (PMDB), que chamou os grevistas de marginais, mas foi pego em
flagrante jogando lixo na rua. Em Brasília, o casório entre PT e PMDB vive mais
uma crise. Sabemos, porém, que logo logo ambos se acertam e o show continua.
Afinal, é ano eleitoral!”
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