POR CARLOS SENA (*)
Todo mundo se acha autoridade
quando o assunto é falar das minorias. Porque todos querem, com base nos seus
próprios valores VALORAR pontos de vistas que, nem sempre estão em consonância
com a realidade concreta. Porque mesmo quem é gay, por exemplo, não pode se
arvorar dessa condição pra sair falando o que quiser a esse respeito. Imaginem
quem não é gay, ou outra minoria, que risco não corre de falar bobagem? Ou não.
Nas redes sociais a melhor coisa é tangenciar sempre na lógica do "ou
não"! Porque o mundo é plural. Porque a vida é passageira e há muita gente
nesse "ônibus" que só se considera "motorista". O bom da
vida é que ela caminha sozinha e nem dá bolas para os que se iludem com a
eternidade, com a soberba, com o falso moralismo, com... Porque mais na frente,
ou dos lados, a vida ensimesmada de sabedoria saberá colocar todos no seu canto
certo. E o canto certo das pessoas é ser caminheiro do bem, do respeito, do
amor incondicional aos semelhantes... Porque esse é o único caminho para um
mundo melhor, mais solidário, mais feliz. As redes sociais estão aí. Por trás
delas há milhões de dinheiro em jogo e bilhões de gente besta sendo jogadas por
elas. Ela é o que se pode chamar de "faca de dois legumes",
parodiando o cartola do futebol paulista. Mas, tem seu lado bom. Pequeno mas
tem. E ele pode se trornar um lado muito maior dependendo de quem souber lhe
aproveitar. Se eu pudesse dar conselhos nesta questão diria: nada de falar das
minorias a não ser se for para não discrimina-las; nada de postar fotos de sua
casa, da sua vida pessoal; nada de dizer que ta dormindo, que tá viajando, que
tá se "jerundiando"; nada de por foto com gente morta, lascada pelo
trânsito; nada de postar endereço, número de documento; nada de tratar assuntos
sérios, mas marcar "imbox" e depois resolver pessoalmente; nada de,
nada de, nada de... Porque a vida dos "zoto" não é nossa nem a nossa
é dos zoto. Rede social é pra se balançar nela, jogar conversa fora. Porque
conversa boa não se põe em redes sociais e se fossem assim tão boas ninguém
jogava fora. Abrir a internet é como abrir a janela (Windows) para o mundo.
Dentro do mundo, as redes sociais são como entrar na casa dos zoto e conversar.
Mas há quem entre na casa dos vizinhos para bisbilhotar. Pra ver o que tão
comendo, vestindo, bebendo, etc, e dai fazer fofoca. Assim, diante dos inúmeros
problemas que a invasão de privacidade em rede proporcionam, melhor ficar na
janela feito a moça feia que ficou vendo a banda passar. Ou Carolina, de olhos
fundos, mostrando a dor do mundo pra quem quiser passar... Ou a Geni, levando
bosta na cara sem o Zeppelin prateado...
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 15/01/2014
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