Por Carlos Sena (*)
Depende. Do documento, do que ele
pode representar e, acima de tudo de tudo, do que ele não pode servir de prova.
Tamanho, como tudo na vida, padece da
teoria do relativismo. Porque uma decepção de amigo é menor do que uma de
filho, para os pais. Já uma grande alegria, pode matar, tal qual uma grande
tristeza. Mensurar coisas de "dentro" é mais complexo do que mensurar
as coisas de fora.
Nas questões da sexualidade o
homem pena um bocado. Paga pela empáfia que boa parte dos nossos homens
passa por pertencer ao reino dos
"machos". Machos que, não raro, se desconformam com o tamanho do
seu... Preciso dizer? Pois eu digo: do seu pinto, do seu bigulinho, bilau,
rosquito, bisqui, braulio, para ficar nos mais carinhosos...
Sem falar da “pomba rola que
voou”. Escrevendo assim, meio pudico, podem até nem me meter o pau. Frase curta
essa, mas que nos leva a dois universos importantes do TAMANHO que ora tentamos
delinear: METER e PAU. Meter bronca dependendo pode ser coisa pequena de
somenos importância. Meter gaia pode nada significar. Mas se for uma gaia de
rapariga, essa desmoraliza qualquer homem, digo, macho. Logo, essa seria uma
grande gaia. Gaia de cônjuge na mesma cama do casal, eis uma supergrande gaia,
ou não? Do pau! O que poderemos dizer dele nessa dialética relativista? Senão
vejamos: o pau quando quebra pela policia, é pra lascar. Logo, se o cacete come no centro entre irmãos
seria um pauzinho, um cacetinho... Por outro lado o pau/ pau - aquele que mexe
com as vaidades masculinas, esse, de fato, mexe por dentro e por fora. Por
dentro, quando há amor rolando na parada. Por fora, quando a parceira/o é
ninfomaníaco/a, ou mesmo não sendo, rola
erotismo. O dilema se instala: quando o
homem ama, mas, o bilau é pequeno e sua parceira não o ama, nem é ninfa, mas
adora erotismo. O outro lado dessa
construção é o macho bem dotado e a mulher apaixonada. Mas o
"coitado" vez por outra bebe uma e fica "bebo". Por isso é que tamanho pode
não ser documento. Porque se nalguns momentos prova tudo, noutros, deixa alguns
homens viciados nas "azulzinhas".
Assim, considerando que esse
assunto não se esgota em si, avoco as mulheres sabidas. Sabidas e anormais,
posto serem elas aquelas que mesmo mentindo (afinal a mulher tem o dom de
iludir, já nos lembra CAETANO) fazem a felicidade sem querer saber se o tamanho
é ou deixa de ser DOCUMENTO.
Costumam dize que o mais
importante é que sejam buliçosos os "documentos". Que documentos? Aqueles
que nas entrepernas dos seus homens (ou machos), residem.
Assim, tamanho, no sentido
fálico, para os homens se nos parece uma questão de vida ou sorte. De vida
porque ele a carrega entre as pernas para sua sobrevivência. De sorte, porque é
tudo que ele precisa quando encontra uma mulher que além de amá-lo, também
saiba iludir...
Exagero à parte, mas no caso de
muitos homens, o TAMANHO é sua identidade de macho. Já a mulher, em quem tudo
se processa por dentro, vez por outra se pega cantarolando, rolando, rolando:
"eu vou gargalhar, quá, quá, quá, quá"...
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 07/02/2014
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