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sábado, 16 de março de 2013

Justiça Social e Democracia na Venezuela





Por Zezinho de Caetés

Hoje reproduzo um pequeno e profundo texto do Sandro Vaia, publicado no dia 08.03.2013 no Blog do Noblat, e o qual termina, como vocês podem ver abaixo reclamando do raciocínio absurdo que, para elogiar alguns avanços sociais na era do caudilho Hugo Chávez na Venezuela, de que para haver justiça social deve-se sacrificar a democracia. E ele diz citando o que se vê historicamente: “A prosperidade, a equidade e as sociedades mais justas, são filhas da democracia e não do autoritarismo.”

E se observarmos bem, as políticas sociais do Chávez apesar de tontas como as atuações econômicas da nossa presidente, produziram alguns efeitos que se pode até quantificar. Enquanto as escolas bolivarianas que propunham tempo integral se tornoram um programa restrito, talvez porque pudesse esclarecer o povo, as pensões, que são em sua maioria aposentadoria de idosos, foram o maior sucesso, como a aposentadoria rural aqui.

Hoje as pessoas choram por Chávez, não pelo absoluto sucesso dos seus programas sociais mas pelo populismo desvairado que tomava todo o tempo de rádio e TV venezuelanos, com o caudilho a falar e a vociferar contra inimigos inexistentes, como o Estados Unidos, por exemplo, com quem a Venezuela tem um comércio exterior muito maior do que com o Brasil, a terra dos seus amigos do peito.

E todos os programas sociais agora dependem, assim como a economia como um todo, de fatores externos, como o preço do petróleo, que deu condições aos Cháves de usar sua receita para financiá-los. O que não se sabe é até quando isto continuará, pois se duvida da sustentabilidade do petróleo para que haja continuidade. E isto vai se refletir também junto aos seus parceiros no bolivarianismo, que tem como principal representante e mentor o Fidel Castro, que sempre odiou Bolívar.

Eu concordo, e muitos que mais do que eu conhecem a América Latina, com as palavras de outra analista do governo chavista que diz:

“O grande mérito de Chávez foi tentar reduzir o histórico abandono da população pobre da Venezuela, mas as políticas sociais não têm sustentabilidade fiscal, nem se consolidaram como uma política de Estado. São ainda o velho assistencialismo paternalista.

O choro coletivo em Caracas traz a marca de uma região que ou excluiu os pobres ou os atendeu com políticas apresentadas como bondades de um “pai dos pobres”. Esse pêndulo entre exclusão é manipulação é o maior erro histórico da América Latina.”

E antes de deixar você com Sandra Vaia eu digo que se não tivermos cuidado, o novo país, através do discurso petista de erradicação da miséria seremos os mais novos Perfeitos Idiotas da América Latina. Fiquem com o Vaia que eu vou visitar a refinaria de Pernambuco a qual o Cháves ainda deve muito e agora não pode mais pagar.

“Quem conhece os mistérios da alma humana? Quem é capaz de dizer por qual razão os entes políticos tratam as pessoas comuns como um bando de rematados idiotas?

A foto de Hugo Chávez todo coradinho ao lado de suas duas filhas lendo uma edição do Granma, obviamente plantada aí por um photoshop , nao difere em nada da foto do ditador Artur da Costa e Silva , de perfil, ao lado de sua mulher Yolanda, vendendo saúde depois de um derrame, ou da foto de Tancredo Neves como um ectoplasma, cercado por sua equipe médica alguns dias antes de morrer. [a foto ilustra esta matéria]

Querem nos fazer crer que os políticos são imortais? Uma hora ou outra eles acabam morrendo, como todo mundo, e quem tentou nos enganar sai de fininho como se nunca tivesse estado aí.

Pois aí está. Apesar de a multidisciplinar doutora Dilma ter-nos garantido, do alto de seus conhecimentos médicos, no dia 23 de fevereiro que “o quadro do presidente Chavez não é preocupante”, ele morreu porque imortal não era.

Não é decente nem digno festejar , como alguns fizeram nas redes sociais, a morte de um ser humano, por mais pecados políticos que se possam atribuir a ele. Também não é digno mentir às pessoas tentando esconder-lhes a verdade.

 Não chega a ser indigno, mas é apenas patético,senão cômico, tentar atribuir o nascimento, a evolução e o desfecho da doença a fantasmagóricas intervenções externas de supostos inimigos, como se o vírus do câncer fosse uma arma química que um agente secreto pudesse carregar na mochila.

Chavez morreu, novas eleições serão realizadas na Venezuela dentro de 30 dias, e apesar de todas as incertezas o vice-presidente de um voto só, Nicolás Maduro, que conta com o apoio dos militares, deverá vencer sem muitos problemas.

Chavez estava no início de seu quarto mandato consecutivo e sua morte reavivou velhas discussões sem fim sobre se a Venezuela era uma democracia ou não e sobre se ele fez bem ao seu povo ou não.

Caudilhos são caudilhos exatamente porque são amados por seu povo, e são amados porque são carismáticos e distribuem benesses.

A democracia, nesses casos, principalmente na América Latina, passa a ser um enfeite de prateleira, e o desrespeito às formalidades democráticas se justifica, segundo seus defensores, por eventuais “avanços sociais” que venham a ser conseguidos.

O raciocínio “ad absurdum” que passa a vigorar é este: quer dizer que não dá para conseguir “avanços sociais” sem sacrificar a democracia ? Estão aí as prósperas democracias do Ocidente para mostrar que essa é uma falácia.

A prosperidade, a equidade e as sociedades mais justas, são filhas da democracia e não do autoritarismo.”

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