Por Zezinho de Caetés
Eu estou boquiaberto com o que está acontecendo neste país. Poderíamos
dizer que “deu a louca na presidenta”.
Ela chegou a dizer que não pode fazer tudo, mas, em eleição “pode fazer o diabo”. Maluqueou de vez.
Isto não é fala para um pessoa num cargo que deveria ter liturgia suficiente
para conter certos impulsos.
Sei que ela está empolgada com a “cama de gato” que o Lula está armando com este negócio de campanha
antecipada. Certamente, ele deve ter dito a ela que a estaria elogiando e
elogiando o seu governo. Pura enganação. O que ele quer realmente é fugir do
ostracismo e evitar que lhe perguntem sobre a Rosemary ou sobre o Marcos
Valério. E a Dilma, bobinha, está acreditando, aproveitando é claro seus 4 anos
de fama e de mau governo.
No texto abaixo, a Miriam Leitão chama a atenção do nosso
poste maior, num texto intitulado: “Vê
se aprende, Dilma” (O Globo 03/03/2013), mostrando agora mais um pouco na
área da economia, o que houve antes dela neste país. Ela havia se esquecido ao
declarar que não herdara nada e que está construindo tudo.
O grande problema que vejo, entre outros citados, é a falta
de confiança dos empresários neste governo. Todos esperam, que, de uma hora
para outra, a presidenta mude de opinião, assessorada pelo Pinóquio da Fazenda,
o Guido Vidente, e seja colocado a
perder todo o esforço que foi feito anteriormente para organizar a economia
brasileira. E eles, os empresários, tem razão, para azar do povo brasileiro,
que poderia, a partir de reformas estruturais, começar este século vivendo numa
das possíveis potências econômicas do mundo. Já estamos até atrás do Reino
Unido, que vem marchando para trás por muitos anos.
Mas, leiam o texto da Miriam, que agora eu vou ler sobre o
que está sobrando da Venezuela depois que anunciaram a morte do caudilho Hugo
Chávez (penso que aconteceu muitos dias atrás). Vai ser um sufoco. Esperamos
que o caudilhismo não venha para cá travestido de Lula. Caetés não merece.
“Se a presidente Dilma quer ganhar a eleição de 2014 precisa olhar para
2013. Nos últimos dias, seus olhos estiveram em vários anos diferentes, menos
no que está diante de nós para ser vivido e construído.
Olhou para 2003 e não viu o cadastro que o governo recebeu, que,
aperfeiçoado, foi a base do Bolsa Família. Olhou para o período entre 1994 e
2002 e não viu a vitória sobre a hiperinflação.
É uma pena que não tenha visto o que já foi feito, porque há muito a
fazer. Uma das tarefas imediatas é passar para os empresários estrangeiros, que
estão sendo visitados pelas autoridades brasileiras nestes dias, a convicção de
que o governo tem um rumo e que não é apenas ganhar a eleição de 2014.
Se a presidente Dilma e seus enviados afirmarem aos investidores que
nada havia antes de 2003, que o Brasil era uma terra arrasada, e que tudo foi
construído pelo PT, eles vão estranhar. Todos já sabem o básico sobre as evoluções
das últimas duas décadas no Brasil.
A dívida externa contraída pelos militares foi renegociada. Todos os
velhos papéis foram trocados por outros com novos prazos e preços sob o comando
do negociador Pedro Malan. Isso permitiu ao país voltar ao mercado financeiro
internacional.
A inflação que atingiu dois dígitos no começo dos anos 1940, continuou
sua escalada e fugiu ao controle nos anos 1980 e 1990. Só foi domada com o
Plano Real, mas antes dele passos importantes foram dados em governos
diferentes, todos democratas, para derrotar esse mal que perseguiu o Brasil.
Foi uma construção coletiva e uma escolha do país, mas nesse processo
de vitória sobre a inflação é inegável o papel dos ex-presidentes Fernando
Henrique e Itamar Franco. É também inegável que o PT se opôs ao projeto até
que, no governo, o herdou e preservou.
Os investidores desse mundo interconectado têm mais informação sobre o
Brasil do que tinham no passado — quando confundiam Brasília com Buenos Aires.
Eles achariam estranhíssima a frase de que “não herdamos nada, construímos
tudo”.
Após a queda da inflação é que o Brasil passou a ser levado a sério.
Antes, era motivo de chacota. Mas o Plano Real não foi um fim. Ele se dispôs
para o país no meio do caminho. Foi preciso desmontar uma parafernália fiscal
recebida de herança dos governos militares para levar o país à Lei de
Responsabilidade Fiscal. Isso também foi construído antes do PT e com a sua
oposição.
Na energia, o governo do PSDB passou pelo fiasco do apagão. Para
consertar o que fez, montou um sistema de termelétricas para ser acionado
quando fosse o caso de poupar água nos reservatórios. Não é o ideal, mas é o
que está sendo usado este ano para superar o risco criado pela enorme queda do
nível de água.
A presidente disse que quem falou em falta de energia estava criando
instabilidade. Foi por não se falar do perigo a tempo que houve o apagão. Os
alertas são necessários, no governo e fora dele.
Em dezembro, o nível dos reservatórios chegou a 28% na região Sudeste e
a 32% no Nordeste, as duas regiões que representam 88% da capacidade instalada.
Depois de toda a chuvarada, estão em 45% e 41%, respectivamente. Isso é muito
menos que o percentual do mesmo mês de 2012: 80% e 85%.
Por isso, o governo decidiu continuar usando as termelétricas, que
custarão mais de R$ 6 bilhões este ano se ficarem ligadas até dezembro. Esse
valor só não anulará o efeito da redução do preço da energia porque o governo
está construindo uma engenharia financeira que transferirá o custo para o
Tesouro.
Em vários dos avanços brasileiros há continuidade. Cada partido tem que
marcar as diferenças no discurso que levará para o palanque, mas nas falas
recentes da presidente certas afirmações não correspondem aos fatos. Esse
cacoete era do ex-presidente Lula. Não é necessário no palanque de 2014. Melhor
base o palanque terá se a presidente encarar 2013 e seus desafios.”
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