Por Zezinho de Caetés
Pelo açodamento do Lula em lançar a campanha na rua, e com
um candidato que não é ele próprio, só nos restam as dúvidas sobre o sentido
real de sua atitude. Alguém já dizia que política é como as nuvens, olha-se
agora estão de um jeito e daqui a pouco estão de outro jeito. E não há ninguém
mais político do que Lula neste país. É a verdadeira nuvem.
Desde do sindicato que ele exibe suas mazelas para
permanecer no poder até quando lhe convenha. Não repetirei aqui suas atitudes
de traição de companheiros e de se fingir de morto na hora certa. Basta apenas
ver o que ele dizia do Bolsa Família anos atrás e o que diz agora, aproveitando
a absoluta desinformação de um povo sobre quem lhe pede votos.
O lançamento da candidatura Dilma pode ser mais um dos
grandes blefes do meu conterrâneo para voltar ao poder, como titular, ao invés
de ajudar um poste, gritando do banco de reserva. E é sobre este e outros
assuntos sucessórios de que trata o Ruy Fabiano no texto transcrito por mim,
abaixo, e que foi publicado, originalmente no Blog do Noblat no último dia 23,
com o título: “Projeções sucessórias”.
Eu não acredito que ele esteja usando o Eduardo Campos como
massa de manobra nesta história, incentivando sua candidatura, pois acho que
ela não é boa para o PT. E para mim, bastaria isto para ser Campos desde
criancinha. Eu sei que aparentemente, temos ideologias distintas, pois jamais
gostaria de ser chamado de socialista. No entanto, sei, pela sua performance
nos cargos que ocupou, que ele só socialista da boca para fora.
Antigamente se dizia dos que eram comunistas e que não
gostavam de aparecer como tal, que eram como melancias, verde por fora e
vermelho por dentro, já o Eduardo parece ser socialista por fora e capitalista
por dentro, ou talvez seja capitalista por for e por dentro. Aliás, em termos de ideologia, seu avô também
nunca se definiu, a não ser dizendo que era de esquerda, mesmo quando apoiava
os grandes coronéis.
Tenho certeza de que ele na presidência, será melhor do que
o Lula e do que a Dilma, embora, penso que não melhor do que o Aécio. Pelo
menos este não teria que andar se explicando tanto quando tivesse que se aliar a
alguns políticos, pelo estigma de socialista. E já pensando também em Marina,
que até agora não disse a que veio, e só posso constatar que a safra está ruim.
Deve ter sido a seca.
Fiquem com o Ruy Fabiano, enquanto eu tiro um descanso,
andando por ai na Semana Santa, pedindo a Deus que ilumine o povo brasileiro.
“Embora eleição, qualquer uma, tenha sempre como regente o
imponderável, a verdade é que o país se acostumou, nas duas últimas décadas, a
lidar ao menos com uma sólida previsibilidade: o embate final entre tucanos e
petistas.
Desde a primeira eleição de FHC, em 1994, o duelo se estabeleceu e não
mais saiu de cena. Os demais partidos figuraram como coadjuvantes, optando por
um dos lados. Aos poucos, porém, essa bipolaridade começa a dar sinais de
exaustão.
Já na eleição presidencial passada, registrou-se o fenômeno Marina
Silva, que obteve 20 milhões de votos, não tanto por sua liderança pessoal e
mais por ter sido catalizadora dos insatisfeitos com o que parecia ser um
eterno Fla x Flu político.
A eleição do ano que vem, não obstante a precocidade com que está sendo
discutida, parece reservar um quadro diferente do habitual. A candidatura do
governador pernambucano Eduardo Campos (PSB) quebra a lógica bipartidária até
aqui vigente.
É ainda um sinal, não uma garantia. Quando não há fatos concretos, a
chamada teoria da conspiração tende a se instalar. É o que ocorre nesta fase.
Sabe-se que Campos é hoje a maior liderança política do Nordeste, região em que
o PT, nas quatro eleições em que derrotou o PSDB, garantiu sua maioria.
Isso pode mudar: a se confirmar a candidatura de Campos, o PT estaria
ameaçado de conservar sua hegemonia. Campos pode não ter suficiente projeção
nacional para ganhar a eleição, mas pode complicá-la e tornar-se o fiel da
balança: para onde pender, num hipotético segundo turno, estaria o vencedor.
Isso já o faz ser tratado a pão-de-ló por governistas e oposicionistas.
Lula já esteve com ele e, ao que se saiba, não o dissuadiu a desistir. José
Serra e Aécio Neves também o abordaram. De concreto, nenhum acordo transpirou,
até porque o jogo nem começou.
O que há são ensaios, escaramuças para tomar o pulso do processo. E é
aí que, na ausência de fatos, abundam versões – uma verossímeis, outras não.
Diz-se, por exemplo, que o próprio Lula seria um incentivador de
Campos. Como ele próprio continua a sonhar com sua volta ao Planalto – e não
vendo como tirar a presidente Dilma do páreo -, teria precipitado a campanha,
lançando-a.
Sabe-se que, em política, quem sai na frente se expõe ao sol e ao
sereno antes dos outros. Lula, segundo essa versão, estaria apostando no
desgaste (até aqui não confirmado) da presidente, tendo em vista uma anunciada
crise econômica que abalaria os alicerces de sua popularidade.
O que dá crédito a essa versão é o fato de Lula já ter declarado que só
será candidato se Dilma, nas vésperas do pleito, não se mostrar competitiva – e
isso só tem chances de ocorrer se a economia der com os burros n’água.
Já do ponto de vista tucano, a candidatura de Campos é uma mão na roda,
pois, dividindo o Nordeste, pode ensejar a volta do PSDB ao poder. Aécio, amigo
de Campos e seu interlocutor há anos, acredita (e joga) nessa hipótese.
Quanto a Serra, o que se diz é que não desistiu de seu sonho
presidencial. Costuma dizer que Lula perdeu três eleições presidenciais – uma
para Collor em dois turnos e duas no primeiro turno, para FHC - antes de se
eleger, enquanto ele, Serra, perdeu apenas duas, ambas por estreita margem, no
segundo turno.
Obsessão? Pode ser, mas a verdade é que ninguém chega lá sem
obstinação. O PPS, aliado de Serra em todas as campanhas, já lhe ofereceu
legenda. Não se sabe o que Serra disse, mas, numa eventual aceitação, ambos
lucrariam: o PPS deixaria pela primeira a coadjuvância, enquanto Serra teria
nova oportunidade de renovar seu sonho. Quem viver, verá.”
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