Por José Antonio Taveira Belo /
Zetinho
Pórfiro era um homem de grandes
posses na cidade de Maracangalha, dono de uma grande fazenda onde passava tempo
indo somente a cidade nos dias de sábado e domingo. A casa grande, rodeada de
um terraço, com janelas pintadas de branco, alguns bancos corrediços e redes
pendurada para o descanso a tardezinha. Gostava deste pequeno, quando o seu pai
era avicultor, ele se apaixonou pelas abelhas e criava em oito cortiços onde as
abelhas deposita o mel. Deitado numa rede quadriculada de azul e branca
observava com alegria a chegava e a saída das abelhas. Era um vai e vem. O
zum-zum era melodia para ouvidos. Era um homem calmo e prestativo, porém
energético. Tudo dele era doce, até agua
levava açúcar para beber, levando o apelido Seu Garapa.. O homem era respeitado
na comunidade, sua palavra era uma ordem. Muitas pessoas não gostavam daquela
atitude. Sempre estava ele com a razão. O prefeito e vereadores sempre
consultavam quando necessitava de alguma opinião. Apesar de ser desta forma Seu
Porfirio ajudava aos pobres, aos necessitados e defendia aqueles que eram
insultados e maltratados. Mas, em toda cidadezinha tem alguém que não gostam de
receber ordem. Seu Liberato era um deles. Não gostava do jeito que o Seu
Porfirio se dirigia a ele e aos outros. Queria mandar e ele, um homem do
comercio não aceitava aquela arrogância. Esta atitude causava mal estar ente
alguns daqueles homens que residam na cidade. O mel colhido na fazenda era
vendido nos arredores. As garrafas de vidro branquinho recebia o mel dourado,
que era tampado com uma rolha de cortiça. Os favos do mel era guardado em uma
vasilha de alumínio, para pessoas que encomendava com antecipação. Certo dia,
seu Garapa estava sentado na venda de Seu Eurico, um português que se engraçou
pela cidade e ali ficou. Montou uma bodega onde se vendia de tudo na cidade.
Sentado no seu lugar de costume, fumando o seu cigarrinho da palha, apesar de
ter dinheiro para comprar um maço de cigarros Continental, porém não gostava e
sim deste de rolo de fumo comprado na barraca do Seu Euclides na feira, A
fumaça e o cheiro incomodava a aqueles que ali estavam, mas ninguém ousava
falar por respeito. Tomava vinho de jurubeba e com o tempo ficava alegre,
prestativo e contando causos que muitas das vezes era ignorado por aqueles que
ouviam.. Os sábados eram dia de feira e todos os agricultores e moradores iam
comprar os seus mantimentos da semana e no domingo dia de descanso, eram de
prosa. Pórfiro muitas das vezes juntavam moradores ilustres em sua fazendo para
saborear um “pirão” ou uma “rabada” ao longo do dia. A festa era uma beleza sem
confusão apenas conversando sobre o destino da cidade, principalmente, a política.
Não gostava de falar de religião, todos tinham sua preferência, pois Deus é de
todos e não de uma pequena parcela da população. Seu Liberato e começou a cochichar com outros
fregueses, sempre olhando para ele. Não gostou e já um pouco embriagado se
dirigiu para outra ponta do balcão onde se encontrava Liberato. Outro começou a
rir e ele perguntava se estava vendo algum palhaço. Vejo o Senhor! Exclamou em
alta voz e todos ouviram e ficaram em silencio. Seu Porfirio nunca tinha sido
desafiado ficou corado que um camarão. Repita! Repita! Disse ele enfiando o
dedo riste em seu rosto. Encolheu-se seu Liberato e encostou-se na parede e
quando ia colocar a mão no bolso foi golpeado com três facada afiada que se
encontrava pregada num maço de charques no balcão. A correria foi grande. Caído
no chão seu Liberato ia fechado os olhos enquanto o sangue saía dos ferimentos
manchando a sua camisa azul e a sua calça branca. Seu Pórfiro correu entrando
em uma casa do seu amigo Pedro indo pela porta da cozinha e ganhando a rua
dirigindo para a sua fazenda. A notícia se espalhou por toda a cidade. Muitos
foram até a bodega para ver já sem vida seu Liberato. O delegado se deslocou
até a fazenda, mas não encontrou o seu Porfirio. Três dias depois seu Pórfiro
foi à delegacia, se apresentou ao delegado Simão e contou a sua estória
indicando testemunha que matou em legitima defesa depois de ser ofendido e com
ameaça por parte da vítima quando colocou a mão na cintura. Ficou em liberdade
e não mais foi à cidade ficando na fazenda até morrer depois de três anos do
acontecido.
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