“Ataque especulativo
Por Eliane Cantanhêde
A candidatura do tucano Geraldo
Alckmin está sob ataque especulativo desde que ele fechou 2017 e entrou no ano
eleitoral como a melhor (talvez única) opção de centro, mas sem empolgar os
políticos, o mercado e o eleitorado. O pior golpe partiu justamente do
principal líder do PSDB, o ex-presidente Fernando Henrique. Ao ser pragmático e
realista, FHC beirou a crueldade ao analisar as chances do governador.
Em entrevista ao Estado, já no
primeiro dia útil do ano, o ex-presidente lançou um misto de advertência e
grito de guerra: ou Alckmin finalmente mostra que pode aglutinar o centro,
convencer o eleitor e se viabilizar como candidato, ou o PSDB poderá, sim,
apoiar “alguém com capacidade para juntar e que tenha princípios próximos aos
nossos”.
Uma cacetada. E ganha ainda mais
força porque Luciano Huck deixou uma ponta solta ao jogar a toalha e entrou em
2018 retomando conversas com o PPS, consultando institutos de pesquisas e
botando sua tropa de prontidão. Dizem as más línguas que FHC respalda esses
movimentos.
Além disso, mesmo tucanos atuantes
a favor de Alckmin deixam escapar algo que pode parecer muito bom para a imagem
do governador, mas é corrosivo para a sua pré-campanha: que “ele seria ótimo
presidente, pena que não seja bom candidato”. Ajudar a decolar é que não ajuda.
Para completar, os sete partidos
governistas que discutem alternativas – não especificamente a Alckmin, mas a
qualquer nome tucano – passaram a ter organicidade e sede. A última reunião
foi, nada mais, nada menos, no Palácio do Planalto. Segundo o ministro Moreira
Franco disse ao O Globo, “há possibilidade de um candidato próprio”. De
picardia, destacou que “o PSDB não estava na reunião”.
Não é nada, não é nada, esses
partidos (MDB, PSD, DEM...) reúnem algo como 300 deputados federais e, juntos,
o maior tempo, disparado, na propaganda eleitoral gratuita da TV. Qualquer nome
que concorra com apoio deles já larga com uma boa dianteira. O problema é
justamente esse: que nome?
Os líderes do movimento falam de
Henrique Meirelles, que acende velas pela reforma da Previdência e vai a um
culto evangélico atrás do outro pela candidatura. Mas nem o ministro Gilberto
Kassab, presidente do partido dele, o PSD, embala essa candidatura. Em recente
jantar com o ex-senador Jorge Bornhausen, seu grande amigo, Kassab riu quando
lhe perguntaram do apoio a Meirelles: “Se ele conseguir viabilizar a
candidatura...” Em linguagem política, significa: “Não vou mexer uma palha”.
O polo governista fala ainda no
deputado Rodrigo Maia, que cresceu muito na crise e é do DEM, que, apesar de
arranhões, vem sobrevivendo melhor do que todos os grandes ao tufão Lava Jato.
Mas Rodrigo sabe que é muita areia para o caminhãozinho dele e tudo indica que
vá investir na reeleição para a presidência da Câmara e na candidatura do pai,
César Maia, ao governo do Rio. Sobra quem?
Enquanto os tucanos, o Centrão e
o governo atacam a única opção realmente consistente que têm até agora –
Geraldo Alckmin –, o PT está unido para o que der e vier, ou para quem der e
vier, e Bolsonaro pula de um partido ao outro, acaba de pousar no PSL e está se
lixando para acordos políticos. Seu negócio é vender ilusões para os eleitores
desiludidos.
O governo tenta passar a ideia
(vide o ministro Carlos Marun) de que a eleição presidencial só começa depois
da votação da reforma da Previdência, em 19 de fevereiro. Mas ela começa mesmo
é com o julgamento de Lula, dia 24, no TRF-4. Alckmin tem entre 24/1 e 4/3, dia
das prévias do PSDB, para mostrar o que FHC cobra: condições de vencer. Senão,
Huck pode ressurgir das cinzas e o Centrão vai passar das palavras aos atos.”
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AGD comenta:
Hoje, a menos de 1 ano das
eleições para presidente, não tenho certeza ainda de quem será candidato ou
não, talvez com exceção do Capitão Bolsonaro, pelo menos com o que ele diz, que
para ser candidato, “prende e
arrebenta”.
Lula também faz o mesmo e bate o
pé que se candidata até se estiver preso, talvez para se comparar a Nelson
Mandela, o que não é possível nem na cor. O que se espera é que, bem muito
antes disso ele seja impedido, pela Lei da Ficha Limpa ou Suja.
E a Eliane, acima, fala do
Alckmin, como uma possibilidade. Eu não creio muito. Pelo que vi este final de
semana, quem está doida para ser primeira dama é a Angélica, esposa do Luciano
Huck, com o apoio do Faustão.
Isto dar-nos uma ideia de quanto
vai ser difícil o nosso voto nestas eleições. Eu, talvez, só vá decidir sobre o
meu dentro da cabine indevassável ou não. Soube que a partir de certa idade nem
sou mais obrigado a voltar, ou seja, a gente volta a ser criança outra vez. Até
lá devo me enquadro nesta norma.
De qualquer forma, a pergunta
mais difícil hoje para o eleitor consciente é: Em quem votar?
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