Por José Antônio Taveira Belo /
Zetinho
Em 1958 fui matriculado pelo meu
pai no Colégio Diocesano de Garanhuns, numa tarde fria típica da cidade, para
cursar o 1º ano ginasial. Subimos a escadaria olhando para São José nos dando
boa vinda. Fomos atendidos pela secretaria Dona Almira, sorridente e dando boas
vindas ao novo aluno. No primeiro dia de aula entramos pela Capela após a
sineta tocar e lá em frente o altar o Padre Aldemar, ereto e sem mexer nenhuma
parte do corpo. Senti um frio na barriga, pois já havia ouvido dos alunos
antigos a seriedade e rigorosidade na disciplina do colégio, não admitindo
brincadeiras e falta de respeito uns com os outros, principalmente se estas
pessoas fossem professores. Foi neste começo que eu comecei a conhecer os
nossos professores, e um deles a professora Luzinete Laporte. Professora de
porte elegante, de beleza singular, olhos vivos e um sorriso delicado. Tratava todos os alunos com igualdade, dentro
de uma disciplina de autoridade dentro da classe. Não admitia brincadeiras, e
nem conversação, apenas prestar atenção na aula de português. Mas os alunos
sempre admiravam a sua beleza na sala de aula quando todos de pé rezavam o Pai
Nosso e uma Ave Maria. As aulas eram rigorosamente apresentadas pela professora
no silencio dos alunos, algumas vezes com a sua permissão alguém fazia
perguntas. Os deveres escolares eram dados e revisados principalmente na
gramática e redação, todos tinham que saber o conteúdo da aula anterior, às
vezes pedidos pela querida professora. E, dentro deste prisma os alunos que
passaram pela sua mão no ensinamento galgaram postos altos em nossa sociedade,
engenheiros, médicos, pedagogos, políticos, magistrados e tantas outras
profissões que glorifica o trabalho ensinado pela Professora Luzinete Laporte.
Nada mudou nas suas atitudes nos tempos atuais, apenas a idade que não
representa nada, pois, o seu exemplo de vida e tida e notada por todos que a
conhece. A vida é assim, cheias de alegrias e tristezas. Qualquer brincadeira
era logo repreendida e se chegasse aos ouvidos do Diretor Padre Aldemar a coisa
ficava preta para aquele aluno impertinente. Fui seu aluno durante mais de oito
anos, no curso ginasial e no curso técnico em contabilidade. Aprendi muito com
as suas aulas. Com a sua conduta ímpar de honestidade e disciplina que ainda hoje
recordo destes fatos com saudades. Aprendi, também, o respeito e a dignidade de
ser gente no lema do colégio – Ciência e Fé - e foram lições memoráveis de
civilidade inesquecíveis. Hoje ainda nos seus noventa aninhos demonstram
competência e vida cheia de entusiasmo e alegria de ter cumprido a sua missão
no dever de ter colocado muitos homens e mulheres na ética e na seriedade.
Neste momento acompanho os seus escritos nas paginas do nosso jornal A GAZETA
com os seus artigos que nos leva a saborear o escrito pelas suas mãos.
Parabéns, querida professora. Sou-lhe grato pelos seus ensinamentos. Que Deus
lhe abençoe, sempre.
A NOVENTONA LUZINETE LAPORTE, CONTINUA VIVA, LÚCIDA E ESCREVENDO LIVROS...
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