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quarta-feira, 15 de março de 2017

BRIGA DE COMADRE




Por José Antônio Taveira Belo / Zetinho


Aconteceu em Jardim Maranguape, Região Metropolitana do Recife. Dona Zezinha moradora há quinze anos e Dona Marianinha há sete anos começou a se desentender logo nos primeiros tempos que se conheceram. Sempre que se encontravam principalmente nas reuniões dos moradores, se engalfinhavam com palavras duras uma para a outra. As pessoas tinha que intervir para não haver agressões físicas. E muitos perguntavam o porquê desta atitude. Os meninos das duas se davam bem, brincavam na rua, nas calçadas sem se incomodarem com a briga das suas mães.  Seu Joaozinho homem calmo e respeitoso marido de Dona Zezinha ficavam envergonhados com a atitude de sua mulher, não gostava de participar das reuniões. Seu Abelardo homem simples, jornaleiro das manhãs em ponto do ônibus ficava vermelho e raivoso com aquelas cenas, se retirava, ia para o bar de seu Vicente tomar umas e outras e ouvir jocosamente os frequentadores rirem dele. Os dois conversavam muito sobre este assunto, porem não sabiam como desfazer esta intriga sem motivo de suas mulheres. . Elas não podiam se encontrar, olhavam-se enviesado com muxoxo. E assim eram suas vidas de intrigas sem a menor condição de reconciliação. Muitas tentativas foram feitas, até o padre da igreja matriz de Santo Antônio que as conheciam chamava a atenção e pedia reconciliação, pois, sempre estavam nas missas e comungavam o que não deveria acontecer, pois o perdão de suas faltas estava vivo. Nem mesmo estes chamamentos amenizavam os seus humor. Uma saia pela porta da frente à outra pela lateral. Certa manhã, por volta das dez horas, os filhos brigaram na rua quando jogava bola. O filho mais novo de Dona Zezinha chegou machucado na perna dizendo que Luizinho o derrubou e chutou na canela. Foi à gota d’agua. Saiu do lavador de roupas enxugando as mãos num pano vermelho descorado e foi tomar satisfação com a sua desafeta, dona Marianinha que quando soube do acontecido saiu de casa com um avental amarelo vinda da cozinha e começaram no meio da rua a discutir com palavras ofensivas. Os outros moradores correram para ver de perto mais uma discussão. Na calçada muitos riam daquela comedia, como muitos já diziam. Outras diziam esta duas não tem jeito, não. E assim acontecia mais um espetáculo deprimente na rua chamando a atenção dos transeuntes que nada sabiam e paravam para saber o motivo daquela briga e da algazarra que a meninada fazia. Cada uma com o seu celular na mão diziam que iam ligar para polícia, acenando as duas os seus celulares para todo mundo ver. No meio de toda aquela confusão apareceu um motoqueiro, com capacete azul, as pessoas que tentavam apartar deram lugar para o desconhecido, que parou a sua moto preta, e arrancou das mãos das duas os seus celulares e em disparada foi embora, ficando as duas chorando no meio da rua sem nenhuma atitude a tomar. Bem feito, diziam alguns, outros que não havia motivo para estas discussões. O seu Joaozinho correu atrás, mas a moto foi mais rápida voltando desiludido enquanto o seu Abelardo sentado no meio fio da rua, ria enxugando o suor no rosto com a costa da mão. Cada uma entrou em suas casas amparadas pelos seus maridos e filhos, o menor com a bola na mão sem se incomodar com aquela cena. Os vizinhos se dispensaram e foram para as suas casas comentando. Meia hora mais tarde lá estava os seus filhos jogando bola na rua indiferente do que aconteceu.  

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