Por José Antônio Taveira Belo /
Zetinho
Aconteceu em Jardim Maranguape,
Região Metropolitana do Recife. Dona Zezinha moradora há quinze anos e Dona
Marianinha há sete anos começou a se desentender logo nos primeiros tempos que
se conheceram. Sempre que se encontravam principalmente nas reuniões dos
moradores, se engalfinhavam com palavras duras uma para a outra. As pessoas
tinha que intervir para não haver agressões físicas. E muitos perguntavam o
porquê desta atitude. Os meninos das duas se davam bem, brincavam na rua, nas
calçadas sem se incomodarem com a briga das suas mães. Seu Joaozinho homem calmo e respeitoso marido
de Dona Zezinha ficavam envergonhados com a atitude de sua mulher, não gostava
de participar das reuniões. Seu Abelardo homem simples, jornaleiro das manhãs
em ponto do ônibus ficava vermelho e raivoso com aquelas cenas, se retirava, ia
para o bar de seu Vicente tomar umas e outras e ouvir jocosamente os frequentadores
rirem dele. Os dois conversavam muito sobre este assunto, porem não sabiam como
desfazer esta intriga sem motivo de suas mulheres. . Elas não podiam se
encontrar, olhavam-se enviesado com muxoxo. E assim eram suas vidas de intrigas
sem a menor condição de reconciliação. Muitas tentativas foram feitas, até o
padre da igreja matriz de Santo Antônio que as conheciam chamava a atenção e
pedia reconciliação, pois, sempre estavam nas missas e comungavam o que não
deveria acontecer, pois o perdão de suas faltas estava vivo. Nem mesmo estes
chamamentos amenizavam os seus humor. Uma saia pela porta da frente à outra
pela lateral. Certa manhã, por volta das dez horas, os filhos brigaram na rua
quando jogava bola. O filho mais novo de Dona Zezinha chegou machucado na perna
dizendo que Luizinho o derrubou e chutou na canela. Foi à gota d’agua. Saiu do
lavador de roupas enxugando as mãos num pano vermelho descorado e foi tomar
satisfação com a sua desafeta, dona Marianinha que quando soube do acontecido
saiu de casa com um avental amarelo vinda da cozinha e começaram no meio da rua
a discutir com palavras ofensivas. Os outros moradores correram para ver de
perto mais uma discussão. Na calçada muitos riam daquela comedia, como muitos
já diziam. Outras diziam esta duas não tem jeito, não. E assim acontecia mais
um espetáculo deprimente na rua chamando a atenção dos transeuntes que nada
sabiam e paravam para saber o motivo daquela briga e da algazarra que a
meninada fazia. Cada uma com o seu celular na mão diziam que iam ligar para
polícia, acenando as duas os seus celulares para todo mundo ver. No meio de
toda aquela confusão apareceu um motoqueiro, com capacete azul, as pessoas que
tentavam apartar deram lugar para o desconhecido, que parou a sua moto preta, e
arrancou das mãos das duas os seus celulares e em disparada foi embora, ficando
as duas chorando no meio da rua sem nenhuma atitude a tomar. Bem feito, diziam
alguns, outros que não havia motivo para estas discussões. O seu Joaozinho
correu atrás, mas a moto foi mais rápida voltando desiludido enquanto o seu
Abelardo sentado no meio fio da rua, ria enxugando o suor no rosto com a costa
da mão. Cada uma entrou em suas casas amparadas pelos seus maridos e filhos, o
menor com a bola na mão sem se incomodar com aquela cena. Os vizinhos se
dispensaram e foram para as suas casas comentando. Meia hora mais tarde lá
estava os seus filhos jogando bola na rua indiferente do que aconteceu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário