Por Zezinho de Caetés
Esperava-se para esta segunda-feira
que passou, a Lista de Janot, ou a relação de nomes envolvidos nas delações
para abertura de inquérito na justiça. Ou seja, estamos “esperando Janot”. É impossível ouvir isto e não lembrar da peça
teatral do Samuel Becktte “Esperando
Godot”, lembrando o teatro do absurdo.
O absurdo vem do não entendimento
de que quanto mais dura o mistério sobre os políticos metidos em corrupção,
que, sempre temos dedizer que não são todos, e de uma forma cada vez mais
inaudível, só alimenta o boato, a incerteza e as consequências disto no meio
social, principalmente da economia, é aprofundamento da crise deixada pelo
lulopetismo.
Por que não, então, partir da
hipótese mais provável, de que, do jeito que a coisa vai, todos serão atingidos.
Afinal de contas, qual o político neste nosso Brasil que não recebeu dinheiro
de empresas, mesmo que fossem suas, para lutarem por uma vaga no “almoço” do poder?
Então, sejamos sensatos e
admitamos, todos, mais cedo ou mais tarde todos estarão em alguma lista de
Janot, ou do seu substituto, inclusive o Janot. Por que não? Afinal de contas
há cargo mais político do que o de Procurador Geral da República? Como é que
ele foi eleito e recebeu o apoio de quem? Somente de Jesus de Nazaré?
Claro que não, e também o
judiciário deve ter também seus medos. E portanto, cá estamos todos, esperando,
e com medo da lista de Janot. Eles, que tem cargos públicos e nós porque nosso
sustento (pelo menos o meu, que sou aposentado) depende de suas atuações. Então
porque não acabar com este negócio de sigilo, que hoje é absolutamente inútil?
Já disse aqui mesmo que hoje,
quando se quer que alguém saiba das coisas, decreta-se sigilo de justiça, como
o juiz Sérgio Moro fez ontem com a oitiva do Emílio Odebrecht. Hoje, todos os
jornais estamparão o conteúdo da fala dos “ouvidos”,
e, ontem, deram um jeito até de vazar um vídeo. Nele só não se ouve que o Lula
tem o codinome “amigo” nas planilhas da Odebrecht, mas, não se preocupem, pois
a bola da vez era o Palloci, o “italiano”.
Chegará o dia do “amigo”
Sei que isto não é mais possível
nos moldes da idade média onde as audiências da justiça eram todas em praça
pública, menos as do Rei e seus súditos, coisa que a República acabou com a
ideia da igualdade perante a Lei, mas, deixou o sigilo e o foro privilegiado
para protege-los, pelo menos aqui no Brasil.
Mas, hoje, modernamente, as
oitivas deveriam ser transmitidas pelas redes sócias e pela mídia em geral ao vivo
e em cores, para dar “informação” ao
povo, que é a mercadoria mais em falta nos supermercados. E, não resistindo,
digo que a Marcela poderia verificar o preço deste precioso bem, para acabar
com os desajustes.
Vejam apenas um exemplo da
preciosidade do que é bem “informação”.
Não há nada mais importante hoje, do que a Reforma da Previdência. E não é de
agora, tanto o FHC quanto o Lula, tentaram fazê-la e não conseguiram. Vem o
Temer, presidente “tampão” (não
ilegítimo, porque esta história de “golpe”
é coisa de petista que perdeu todos os discursos), e quer fazer uma Reforma.
Para mim, é uma boa reforma,
embora não saibas todos os detalhes. No entanto, se eu não sei dos detalhes, e
sou um fuçador das coisas que o setor público pretende fazer neste país, como
informar às outras pessoas cuja única
relação com a previdência é trabalhar para pagá-la?
Então, tudo vira um jogo
político, no qual, os petistas sabem, que se o Temer tiver sucesso só poderemos
dizer ao Lula: Tchau, querido!. Mas, se ele não tiver, o Lula terá uma chance
de se candidatar em 2018, com o discurso enganador de “salvador dos pobres”,
vestido de “marajá”.
E para isto, a Reforma da
Previdência é um prato cheio. Ora, o que me afeta mais do que dizer que vou
perder minha aposentaria? Minha visão, se fosse um leigo completo, era a de me
tornar um indigente, receber o Bolsa Família e me tratar no SUS, o que é um
sinônimo de pobreza no Brasil. No entanto, se o caminho que temos é aquele que
o PT prega para trazer o Lula de volta e preservar o Sírio Libanês para eles, o
que deveria eu fazer?
É claro, gritar: “Fora Temer!” e
esperar o salvador da pátria. Que será, então?! O Lula, o pai dos pobres, que
agora está prometendo andar sobre as águas da transposição do Rio São
Francisco, que o Temer inaugurou.
São dias confusos e até absurdos,
e que continuaremos esperando Janot e também Godot. Vamos acompanhar e meditar,
se o Brasil, poderia eleger Lula outra vez. Eu penso que não há risco. Mas...
cada povo tem o governo que merece, pelo menos é o que promete a Democracia...
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