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terça-feira, 14 de março de 2017

Esperando Janot, esperando Godot ou esperando Lula?




Por Zezinho de Caetés

Esperava-se para esta segunda-feira que passou, a Lista de Janot, ou a relação de nomes envolvidos nas delações para abertura de inquérito na justiça. Ou seja, estamos “esperando Janot”. É impossível ouvir isto e não lembrar da peça teatral do Samuel Becktte “Esperando Godot”,  lembrando o teatro do  absurdo.

O absurdo vem do não entendimento de que quanto mais dura o mistério sobre os políticos metidos em corrupção, que, sempre temos dedizer que não são todos, e de uma forma cada vez mais inaudível, só alimenta o boato, a incerteza e as consequências disto no meio social, principalmente da economia, é aprofundamento da crise deixada pelo lulopetismo.

Por que não, então, partir da hipótese mais provável, de que, do jeito que a coisa vai, todos serão atingidos. Afinal de contas, qual o político neste nosso Brasil que não recebeu dinheiro de empresas, mesmo que fossem suas, para lutarem por uma vaga no “almoço” do poder?

Então, sejamos sensatos e admitamos, todos, mais cedo ou mais tarde todos estarão em alguma lista de Janot, ou do seu substituto, inclusive o Janot. Por que não? Afinal de contas há cargo mais político do que o de Procurador Geral da República? Como é que ele foi eleito e recebeu o apoio de quem? Somente de Jesus de Nazaré?

Claro que não, e também o judiciário deve ter também seus medos. E portanto, cá estamos todos, esperando, e com medo da lista de Janot. Eles, que tem cargos públicos e nós porque nosso sustento (pelo menos o meu, que sou aposentado) depende de suas atuações. Então porque não acabar com este negócio de sigilo, que hoje é absolutamente inútil?

Já disse aqui mesmo que hoje, quando se quer que alguém saiba das coisas, decreta-se sigilo de justiça, como o juiz Sérgio Moro fez ontem com a oitiva do Emílio Odebrecht. Hoje, todos os jornais estamparão o conteúdo da fala dos “ouvidos”, e, ontem, deram um jeito até de vazar um vídeo. Nele só não se ouve que o Lula tem o codinome “amigo” nas planilhas da Odebrecht, mas, não se preocupem, pois a bola da vez era o Palloci, o “italiano”. Chegará o dia do “amigo

Sei que isto não é mais possível nos moldes da idade média onde as audiências da justiça eram todas em praça pública, menos as do Rei e seus súditos, coisa que a República acabou com a ideia da igualdade perante a Lei, mas, deixou o sigilo e o foro privilegiado para protege-los, pelo menos aqui no Brasil.

Mas, hoje, modernamente, as oitivas deveriam ser transmitidas pelas redes sócias e pela mídia em geral ao vivo e em cores, para dar “informação” ao povo, que é a mercadoria mais em falta nos supermercados. E, não resistindo, digo que a Marcela poderia verificar o preço deste precioso bem, para acabar com os desajustes.

Vejam apenas um exemplo da preciosidade do que é bem “informação”. Não há nada mais importante hoje, do que a Reforma da Previdência. E não é de agora, tanto o FHC quanto o Lula, tentaram fazê-la e não conseguiram. Vem o Temer, presidente “tampão” (não ilegítimo, porque esta história de “golpe” é coisa de petista que perdeu todos os discursos), e quer fazer uma Reforma.

Para mim, é uma boa reforma, embora não saibas todos os detalhes. No entanto, se eu não sei dos detalhes, e sou um fuçador das coisas que o setor público pretende fazer neste país, como informar às outras  pessoas cuja única relação com a previdência é trabalhar para pagá-la?

Então, tudo vira um jogo político, no qual, os petistas sabem, que se o Temer tiver sucesso só poderemos dizer ao Lula: Tchau, querido!. Mas, se ele não tiver, o Lula terá uma chance de se candidatar em 2018, com o discurso enganador de “salvador dos pobres”,  vestido de “marajá”.

E para isto, a Reforma da Previdência é um prato cheio. Ora, o que me afeta mais do que dizer que vou perder minha aposentaria? Minha visão, se fosse um leigo completo, era a de me tornar um indigente, receber o Bolsa Família e me tratar no SUS, o que é um sinônimo de pobreza no Brasil. No entanto, se o caminho que temos é aquele que o PT prega para trazer o Lula de volta e preservar o Sírio Libanês para eles, o que deveria eu fazer?

É claro, gritar: “Fora Temer!” e esperar o salvador da pátria. Que será, então?! O Lula, o pai dos pobres, que agora está prometendo andar sobre as águas da transposição do Rio São Francisco, que o Temer inaugurou.


São dias confusos e até absurdos, e que continuaremos esperando Janot e também Godot. Vamos acompanhar e meditar, se o Brasil, poderia eleger Lula outra vez. Eu penso que não há risco. Mas... cada povo tem o governo que merece, pelo menos é o que promete a Democracia...

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