Por Zezinho de Caetés
Bem, chegamos ao Natal. Tive até
dúvidas se isto iria acontecer diante do que se passou no Brasil em 2016.
Provavelmente, Jesus teve piedade de nós e nos deu mais um final de ano. Só me
restava desejar um Feliz Natal a todos e ir para os festejos lá no Marco Zero.
Entretanto, ontem o Temer ainda
estava trabalhando e quis mostrar trabalho, propondo leis que reformulam as
relações trabalhistas no Brasil. Já não era sem tempo. A legislação trabalhista
brasileira já nasceu caduca, com suas influências do fascismo italiano.
E depois de tantos penduricalhos,
não há quem entenda delas, mesmo os mais renomados especialistas. Hoje, é o
Estado que diz como devem se comportar patrões e empregados como se eles fosse
joguetes. Deve haver tantas causas trabalhistas ainda não julgados que o
Getúlio ainda deve ter alguma reclamando porque o queriam expulsar do Palácio
do Catete. E já naquela época, não tendo resposta, cometeu suicídio, pela
lentidão da causa.
Dizem que só no Brasil hoje, em
todo mundo, é proibido que patrões sentem numa mesa com os empregados e passem
a negociar os termos do contrato de trabalho, sem interferência do Estado. Isto
numa época, na qual os trabalhadores têm consciência de sua força e que as
relações de trabalho mudaram tanto quanto os meios de comunicação.
No entanto, deixemos isto de lado
e leiamos um texto mais apropriado para as festas natalinas, como é o que
transcrevo abaixo do Nelson Motta, publicado em O Globo (“Inventando esperanças”). Sobre ele só teria a dizer que votei no
Mendonça Filho para deputado federal, e para senador, não me lembro. Só sei que
não foi no Humberto Costa.
Fiquem com o jornalista e tenha
todos um Feliz Natal.
“Em cálculos otimistas, no atual
Congresso são quatro bandalhos para cada parlamentar decente
De 1998 a 2010 votei em Fernando
Gabeira e Alfredo Sirkis como meus representantes na Câmara dos Deputados. Na
última eleição, em Miro Teixeira. E eles não me decepcionaram no comportamento
pessoal e na atuação política, nas vitórias e nas derrotas representaram
fielmente o que nos identificava nas eleições.
Com certeza os eleitores de
parlamentares de diversos partidos, como os senadores Cristovam Buarque, Simone
Tebet, Ricardo Ferraço, Antonio Anastasia, Randolfe Rodrigues, Aloysio Nunes,
Ana Amélia ou Magno Malta, ou de deputados como Chico Alencar, Alessandro
Molon, Antonio Imbassahy, Jarbas Vasconcellos, Marcelo Freixo, Mara Gabrilli,
Raul Jungmann ou Jean Wyllys, se sentem representados e confiam em seus
representantes. Estima-se que eles sejam um para cada cinco da atual
legislatura: os 300 picaretas de Lula passaram para 400, como mostraram as
últimas votações.
Não, os políticos não são todos
iguais, ainda não. Mas não basta ser honesto, é preciso parecer honesto, boas
intenções e nobres ideais não são suficientes, é preciso ser combativo e
competente na defesa dos interesses de seus eleitores e do país. Em cálculos
otimistas, no atual Congresso são quatro bandalhos para cada parlamentar
decente, eficiente e acima de suspeitas. Somos uma minoria multipartidária, de
diversas posições políticas, e brigando entre si. Mas é o que nos resta, fora
da instituição não há salvação.
É difícil, no atual cenário, mas
é preciso manter a confiança e esperança nos nossos representantes. Ainda temos
essa minoria ativa que resiste e pode impedir a aprovação da anistia ao caixa 2
e denunciar sabotagens contra medidas anticorrupção. Se não contarmos com eles,
com quem então?
Por falar em caixa 2: se a
empreiteira prova que pagou uma quantia não contabilizada a um político, e ele
não consegue comprovar que a gastou em despesas de campanha, é propina, compra
de votos ou lavagem de dinheiro? E embolsar o caixa 2, é o quê?
A esperança do Ano Novo é que
esse lixo seja varrido do Congresso pela Lava-Jato e pelos parlamentares
decentes, limpando a área para novas lideranças.”
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