Por Zezinho de Caetés
Nesta fase de semi recesso
transcrevo o texto do Hurbert Alqueres (Blog no Noblat) no qual, já a partir do
título ele resume o tema quando fala de Educação: “Não dá mais para tomar bola nas costas”. E como tomamos, nesta
área, com o governo petista!
Meu conterrâneo, o Lula, quis
superar sua falta de Educação, criando universidades capengas, e abandonando o
ensino fundamental, e levamos uma PISA danada de outros países, como podemos
ver no texto.
Entretanto, o assunto que me
chamou atenção ontem foi uma licitação para comprar alimentos para o avião do
presidente Temer. A mídia disse que o governo iria gastar 1,75 milhão em 2017
com a comida para abastecer este avião.
Pasmem, que nela o sanduíche de
mortadela era cotado a R$ 16,45. O que é um absurdo, pois sabemos que, a este
preço não haveria manifestações da CUT e quejandos.
Ainda bem que o Temer, mandou
suspender a licitação, apesar dos protestos do seu filho, o Michelzinho, pois
vejam o que ele deixou de comprar, como estava previsto:
- 500 potes Häagen-Dazs; (sorvete
americano)
- 300 picolés sem lactose;
- 50 Cornetos;
- 50 Tablitos;
- 50 Chicabons;
- 50 Eskibons;
- 50 Frutillys.
Ele deve ter feito isto para não
estragar os dentes da criança. É por isso que a coluna semanal do Zé Carlos,
que é de humor, está bombando. Afinal
de contas o Brasil é o país da piada pronta.
Fiquem com um assunto sério, a
Educação, para não tomamos bola nas costas e nem tão pouco querermos fazer gol
de mão.
“Na última semana do ano vale
voltar a um tema vital para o Brasil: a educação.
Neste campo, o país está mais
para o vexame dado pelo time de Felipão naquela vergonhosa derrota de 7 a 1
para a Alemanha do que para a seleção de Tite com seu futebol vistoso.
Se os exames de avaliação
internacional fossem um campeonato mundial, seríamos eliminados na primeira
fase. E se fossem disputados em divisões, estaríamos na rabeira da terceira
divisão, como ficamos no Pisa 2015, de responsabilidade da OCDE, principal
exame de avaliação do planeta, que pauta e baliza políticas educacionais nos
cinco continentes.
Como técnicos medíocres, que dão
desculpas esfarrapadas para as derrotas do seu time, segmentos do setor e da
esquerda brasileira atribuem o fracasso da educação à escassez de recursos,
apontando como elixir para a superação de nossas mazelas o aumento de
investimentos na área.
Uma leitura apressada do PISA de
2015 poderia endossar tal concepção, com o argumento de que o Brasil investe
bem menos daquilo que a OCDE considera como aceitável para educação. É verdade.
O que os cartolas do corporativismo e da ideologização não revelam é que entre
os dois últimos exames houve incremento de recursos para a Educação, mas os
resultados colhidos em 2015 caíram em relação ao de 2012, assim como este tinha
caído em relação ao exame anterior.
Como explicar esse paradoxo, pela
grande incorporação de uma nova massa de alunos? Balela! No caso do ensino
fundamental, sua universalização se deu ainda nos anos 1990, há mais e 16 anos.
Já no ensino médio, não houve, nos dez últimos anos, inclusão tão substantiva
assim, capaz de puxar para baixo a performance brasileira. De 2005 a 2015,
ocorreu apenas um crescimento vegetativo dos alunos de 15 a 17 anos nas salas
de aula; ou seja, de 81,6% para 86%, segundo dados da pesquisa Síntese de
Indicadores Sociais do IBGE.
Ademais, há outra contradição a
ser explicada: por que a Turquia, Uruguai, Bulgária, México, Tailândia,
Montenegro e Colômbia destinam menos recursos por aluno do que o Brasil e,
mesmo assim, obtiveram desempenho melhor no Pisa 2015?
Por aí, é impossível explicar o
vexame.
Segundo o ministro Mendonça
Filho, o orçamento da educação triplicou três vezes no período 2003-2015 e o
desempenho brasileiro no Pisa ficou estagnado. Não houve salto qualitativo,
para não falar em recuos. Nem é preciso ter uma mente brilhante para concluir
que nos últimos quinze anos houve prioridades invertidas, como o Ciências Sem
Fronteiras, a farra do FIES amplo, geral e irrestrito, ou má gestão, cujo caso
mais emblemático foi o Mais Educação – programa federal para ampliação da
jornada escolar –que, segundo o atual ministro, distribuiu dinheiro para o
equivalente a oito milhões de alunos sendo que o Brasil tem pouco mais da
metade disso - 4,3 milhões.
Vamos mal porque o time joga de
improviso, adota a linha burra tão criticada por João Saldanha. Assim só
podemos tomar bola nas costas, como a goleada que levamos no último Pisa, na
qual nas três áreas avaliadas os alunos brasileiros até acertaram questões de
múltiplas escolha, mas demonstraram profunda dificuldade em interpretar os
dados e aplicar os conhecimentos teóricos a situações práticas no modelo de
questões abertas.
Traduzindo para a linguagem
futebolística: jogamos no velho e ultrapassado 3-2-5, enquanto países que dão
show nos exames internacionais como Cingapura e Vietnam jogam numa tática
moderníssima. Nosso ensino se estrutura
aos moldes da revolução industrial, baseia-se na decoreba. O modelo dos
vitoriosos combina o ensino tradicional com uma educação mais holística, na
qual os alunos aprendem a relacionar as partes com o todo, a pesquisar e
desenvolver seu senso crítico.
No mundo moderno, cada vez mais a
memória fica nas máquinas e a inteligência nos homens. Faz toda a diferença a
educação que se organiza à base dessa “divisão” de função, o que está longe de
acontecer com o nosso ensino.
E há um alento: a nova comissão
técnica do nosso time de educação entende do riscado e traçou uma estratégia
acertada que inclui avanços no ensino fundamental, a reforma do ensino médio e
a edição da Base Nacional Comum Curricular que vai definir o que os alunos
devem aprender em cada ano e etapa, da creche ao ensino médio. Também estão
mirando no exemplo de países onde os professores são escolhidos entre os
melhores alunos, têm cursos de formação com muita prática sobre a arte de
ensinar e há um monitoramento permanente da aprendizagem dos estudantes. Ou
seja, o foco é o aluno.
É com muito trabalho - e torcida
para que os perna-de pau do corporativismo e do ideologismo não façam gol
contra - que podemos progredir para a primeira divisão mundial da Educação.”
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