Por Zé Carlos
E cá estou eu outra vez, dando graças a Deus por escrever sobre mais
uma semana, a que passou, pois me dá tranquilidade para pensar que esta, em que
nós estamos, chegará ao fim. E digo isto como parte do tema principal desta
coluna que é o humor. Ou seja, quando falo em não ter a próxima semana é porque
há tantas coisas, fatos e atos para rir, que posso não ter leitores na próxima
semana, e, eu mesmo ficar em riso suspenso sem poder escrever sobre. E agradecendo
ao Senhor, começo.
E, sem sombra de dúvida, a semana que passou só quase teve um astro
só. O Renan. Eu me sinto honrado por ele ter aceito ser, junto com a Dilma e
Lula (estou esperando resposta do Temer), ser mais um que assinará contrato com
esta humilde coluna, cujo objetivo é matar de rir seus 15 e meio leitores.
Tenho certeza, foi um dos melhores investimentos desta coluna, e não importa se
ele fará companhia ao nosso esporádico colaborar, o Cunha, nosso Cunhão, lá em
Curitiba, pois ele continuará colaborando. Só porque eu citei o Cunha como
exemplo tenho que comprovar o que digo. Imaginem os senhores que ele chamou
como testemunha de defesa o presidente Temer, para depor diante do sisudo Moro,
com perguntas do tipo:
“Quando da nomeação do Sr. Jorge
Zelada na Petrobrás, qual era a função exercida por Vossa Excelência?”
Foram 40 perguntas que se o Temer responder a pelo menos uma, estará
definitivamente comprometido com o humor nacional. Eu não sei se o Temer irá
responder àquelas que não foram cortadas pelo sisudo Moro, no entanto, pelo
menos uma ele deveria responder para que esta coluna seja consagrada na semana
seguinte:
“Vossa Excelência já conhecia o
Sr. José Carlos Bumlai? De onde?”
Será que o Temer conhecia o Bumlai? Eis aí um grande mistério da
República, que envolverá certamente o nosso outro colaborador, o Lula, que, não
sei nem se já voltou de Cuba ou se resolveu aceitar o convite do Raul para
permanecer na Ilha, com a garantia de que a Polícia Federal não o acordará de
madrugada. Ele é amicíssimo do Bumlai. E a maior pressa do Moro, no momento é
convencer o Bumlai a fazer delação, pois, segundo dizem, se ele fizer, Lula
está frito.
E agora sigo em frente, continuando no Renan. Depois do “cara a cara” com o Moro, como já vimos
na semana retrasada, a veia cômica do Renan quase explodia, quando o Ministro
Marco Aurélio do Supremo, a pedido da REDE, partido que por ainda sustentar a
Marina (não sei como ainda não rasgou) chama-se REDE SUSTENTABILIDADE, resolveu
decretar que ele não poderia mais presidir o Senado porque era um réu, e sendo
assim cairia no que STF vinha aprovando uma norma de que réu não pode ser
candidato a substituir o presidente da República. O problema que tornou o caso
mais hilário ainda foi que o Renan até hoje nunca soube de nada do que se
passou, porque não foi “oficialmente”
informado da decisão do STF.
Explico. Dizem que, como soe acontecer, um Oficial de Justiça foi
entregar o aviso da defenestração dele da presidência do Senado, e ao chegar lá
na residência oficial, viu o Renan sentado e quis entrar para entregar a
comunicação. Mas, foi impedido pelo mordomo que dizia que o Renan não estava
lá. Então, o oficial de justiça perguntou: “Mas,
quem é aquele sentado ali?”. Resposta: “Aquele
é um boneco de cera que chegou hoje do Madame Tussauds de Londres. Não é uma
perfeição?”. Aliás, esta explicação já havia sido usada para justificar que
o Lula e a Dilma não sabiam de nada do “petrolão”.
Eles eram apenas bonecos de cera. E, o mordomo, levando avante a explicação
para não receber o ministro, disse: “Procure
o Renan de carne e osso (eu acrescentaria também madeira, porque nunca vi uma
“cara de pau” tão dura) no Senado amanhã às 11 horas”.
Nem adianta ser prolixo e perder leitores para dizer que tudo se
repetiu no dia seguinte lá no Senado, quando o oficial de justiça tentava se
aproximar de Renan. “Aquele é um boneco
de cera!”. “Mas, está se movendo”
clamou já o cansado funcionário. Explicação “na lata” dos assessores: “Oh,
nobre e defasado rapaz. Com o nível tecnológico em que estamos, onde até Papai
Noel de shopping se movimenta, os bonecos até andam e fala”. E assim começa
a outra parte do show, quando se viu que o Renan não sairia da presidência do
Senado de jeito nenhum.
E foi nesta hora, dizem os
jornais, que o grande show do ano, passou a acontecer. A Ministra Cármem Lúcia,
que, com todo o respeito e até a elogiando, poderia ser chamada de a Barbie de
Toga, entrou em campo para resolver aquele imbróglio republicano que os
exagerados chamam de “crise institucional”.
Ou seja, o STF queria o Renan fora e ele cantava a moda: “Daqui não saio, daqui ninguém me tira” (obrigado Zezinho). Então a
Cármem Lúcia fez um acordo para tirá-lo pela metade. E foi um verdadeiro
sucesso. No outro dia o Brasil inteiro amanheceu sorrindo enquanto o Renan
presidia a sessão do Senado rindo a bandeiras despregadas e pregadas também,
junto com todos que se beneficiaram. Para ser justo, como sempre tento ser devo
dizer que nem todos os ministros concordaram com o fatiamento do Renan, alguns queriam
que ele fosse para o inferno inteirinho, mas, não formaram a maioria. E com
todos sabemos, ao contrário da justiça salomônica, a justiça nossa de cada dia
se faz por maioria, como os romanos condenaram Jesus, mas, não se fazem Pilatos
como antigamente.
E devo dizer, porque fez parte do humor semanal, que foi o decano do
Supremo o Ministro Celso de Melo quem puxou o voto do fatiamento, alegando que
se Renan fosse para o inferno inteiro, o Brasil correria o risco de
acompanha-lo. Isto fez alguns órgãos de imprensa de lembrar um seu diálogo com
o Saulo Ramos que também era da área jurídica, que escreveu um livro onde
coloca o seguinte diálogo que teve com o decano:
— Doutor Saulo, o senhor deve
ter estranhado o meu voto no caso do presidente.
— Claro! O que deu em você?
— É que a Folha de S.Paulo, na
véspera da votação, noticiou a afirmação de que o presidente Sarney tinha os
votos certos dos ministros que enumerou e citou meu nome como um deles. Quando
chegou minha vez de votar, o presidente já estava vitorioso pelo número de
votos a seu favor. Não precisava mais do meu. Votei contra para desmentir a
Folha de S.Paulo. Mas fique tranquilo. Se meu voto fosse decisivo, eu teria
votado a favor do presidente.
— Espere um pouco. Deixe-me ver
se compreendi bem. Você votou contra o Sarney porque a Folha de S.Paulo
noticiou que você votaria a favor?
— Sim.
— E se o Sarney já não houvesse
ganhado, quando chegou sua vez de votar, você, nesse caso, votaria a favor
dele?
— Exatamente. O senhor entendeu?
— Entendi. Entendi que você é um
juiz de merda
Então se Saulo Ramos fosse vivo o diálogo poderia ser tido com quase
todos os ministros do STF.
E só para completar a saga renanesca,
pasmem, depois de botar um oficial de justiça para rodar feito peru doido durante
dois dias, desobedecendo uma ordem judicial, no seu dia da vitória ele
declarou, quando perguntado sobre a decisão do STF:
“A decisão do Supremo fala por
si só. Não dá para comentar decisão judicial. Decisão judicial do Supremo é
para se cumprir.”
Dizem que ainda tem gente rindo até agora, e os meus parcos leitores
não poderiam ser privados deste pândego. Se um dia se chegar à conclusão de que
ele é um senador de merda, não culpem o povo brasileiro.
E vamos em frente que a semana foi longa. Teve até o Temer no
Nordeste, e lá em Caruaru. Passou pouco tempo na cidade porque disseram a ele
que eu estava na cidade para entrevista-lo, para esta coluna. Escafedeu-se para
Surubim, nossa eterna rival do campeonato das cidades, quando Bom Conselho
disputou o título com ela. E, mesmo na correria não deixou de fazer graça
dizendo: “Decisões impopulares tornam-se
populares no futuro!”. Só parafraseou a Dilma, mas... Sigamos.
E já chegando ao final da semana, como já era esperado, vazou a
delação da Odebrecht. Ora, meus leitores e leitoras, se esta empresa tinha até
um organizadíssimo setor de propina, ela vai ser motivo de riso por muito
tempo. E, descobri, que só até agora, os que a empresa delatou, já dão para
substituir qualquer time de futebol, e mesmo a seleção brasileira se o Tite
desistir da que lá está. Vejam meus senhores a escalação que tirei da mídia,
sendo todos participantes de uma planilha da empresa, segundo só um ou dois dos
seus diretores. O Propinense Futebol e
Mamata formaria com:
Titulares: Índio (Eunício
Oliveira), Boca Mole (Heráclito Fortes) e Caju (Jucá); Caranguejo (Cunha) e
Botafogo (Rodrigo Maia); Justiça (Renan), Babel (Geddel) e Angorá (Moreira
Franco); Amigo (Lula), Italiano (Palloci) e Feio (Lindberg).
E o atual técnico, o Trem (Michel Temer, ainda convocou o time
reserva:
Reservas: Decrépito (Paes Landin) , Kimono
(Artur Virgílio) e Polo (Jaques Wagner); Escritor (José Sarney), Nervosinho
(Eduardo Paes), Proximus (Sérgio Cabral); Drácula (Humberto Costa), Falso (Cid
Gomes), Múmia (Randolphe Rodrigues), Bruto (Raul Jungman) e Viagra (Jarbas
Vasconcelos).
Técnico: Trem (Michel Temer);
Preparador Físico: Grego (Jorge Picciani); Treinador de goleiros: Velhinho
(Francisco Dorneles); Orientador Espiritual: Santo (Geraldo Alckmin).
Dizem que a estreia do time será no Maracanã contra outro time que está
sendo formado na delação de outras empresas, jogo no qual o Pezão dará o
pontapé inicial. O problema será no final da partida evitar que os jogadores
levem as traves e as redes para casa.
E para não dizerem que esta coluna não é internacional, desta vez não
falarei do Donald Trump pois este não tem mais nem graça. Falarei da ONU. Sim,
aquela coisa que foi criado antes de eu nascer para salvar o mundo do egoísmo
das Nações, e, até agora, o que fez foi aumentar o turismo em Nova York para
visitar sua sede. Um dos seus relatores especiais, um tal de Philip Alson, que
cuida da extrema pobreza e dos direitos humanos, fez um show de humor, criticando
o governo brasileiro por querer “congelar
o gasto social do Brasil por 20 anos”. Este é o verdadeiro humor que o PT
espalhou pelo mundo, depois que se descobriu que grande parte dos ganhos
sociais e econômicos no Brasil recente foram parar no bolso da Odebrecht, com a
anuência de seus dirigentes, e mostrando que durante todos estes anos o país só
teve um presidente: O Marcelo Odebrecht, que apena delegava ao “Amigo” a tarefa
de fazer a plateia rir com discursos sobre baboseiras. Este é o problema do
humor internacional sobre o Brasil. Se perguntado a este “relator especial” se ele já esteve na capital do Brasil, certamente
ele responderia: “Claro que sim, adorei Caracas!”.
E aqui encerro já esperando que esta semana que se inicia nos divirta
tanto quanto a que passou. Como está longe o Natal neste país!
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