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quinta-feira, 3 de março de 2016

República Federativa de Propinolândia




Por Zezinho de Caetés

Ontem, passei a tarde com a cara enfiada na TV Justiça, esperando que se fizesse Justiça ao Cunha. Confesso, não entendo muito do juridiquês, mas, valeu por ouvir o Procurador Geral da República, o Janot, pronunciar uma palavra que nunca tinha visto: “Propinolândia”. Então, a Lava Jato está mexendo com o Brasil e até na língua portuguesa.

Aliás, indo a um dicionário vi que “propina” não tem uma conotação ruim, nos três significados que lá encontrei, neles propina pode ser:

- Gratificação extra por serviço normal prestado a alguém; gorjeta, emolumento.
- Taxa paga ao Estado para efeito de matrícula, exame etc.
- Em determinadas agremiações, jóia paga por um novo associado.

Sendo que as duas últimas significações são de regionalismos em Portugal, nosso ex-avozinho, por que hoje o povo português nega que tenha tal tipo de prole. Mas, então “propinolândia” é mais um acréscimo à língua, propiciada pela Lava Jato. Temos, nós, da área, agradecer mais uma vez ao Sérgio Moro.

Vejam então, que enquanto se julgava se o Eduardo Cunha, nosso segundo na linha de sucessão do trono, se a chapa Dilma e Temer cair em desgraça, ainda se pode fazer algo de positivo, pelo menos acrescentando o vernáculo. Parece que ele agora se tornou réu, pela maioria dos votos dados ontem no STF, mas, diz que “daqui não saio, daqui ninguém me tira”, em relação à presidência da Câmara. E quando perguntado, por que, ele deve ter respondido: “Onde é que eu vou morar?”, e eu lembraria, “quanto mais com tantos filhos...”. (Vejam lá no final o “Melô do Cunha”)

É isto mesmo. Temos tantos réus entre os políticos que um a mais ou menos conta pouco, mas, dar ao Brasil a possibilidade de mudar de nome, e chamar-se de Republica Federativa de Propinolândia.

E como todos sabem, tudo isto nós devemos ao meu conterrâneo Lula e ao seu partido. Como ele mesmo diz, os governos anteriores nada fizeram pelo país, e só depois dele, este país criou tudo que nele existe. E isto era verdade, mas, a grande imprensa e as “zelites” nunca aceitaram o fato. Hoje, elas estão aceitando, porque descobriram que este país avançou muito foi no volume de propina, em seu novo significado:

- Doação de campanha legal ao PT. (Se for entregue ao Delúbio é dinheiro não contabilizado)

E para terminar esta minha digressão literária eu transcrevo para vocês o Ricardo Noblat que fala da vergonha que todos sentimos de termos um Eduardo Cunha como o segundo na linha de sucessão. Mas, se só fosse o Cunha, ainda estaria bem. Passaríamos o poder ao terceiro na linha de sucessão, mas todos sabem que é ele... Vade retro!

“Vivemos deste ontem uma situação inédita em nossa história. Temos uma Câmara dos Deputados presidida por um político que virou réu em ação penal.

Confirma-se o “massacre”, antecipado a este ste blog, por um dos advogados de defesa de Eduardo Cunha (PMDB-RJ).

Seis dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que já votaram viram “provas robustas” para aceitar a denúncia  que acusa Eduardo de aceitar propinas do esquema de assalto à Petrobras.

Mais quatro ministros votarão hoje. Tudo indica que seguirão os passos dos seus colegas. Um ministro está no exterior.

Não está na pauta de votações, mas nada impediria que fosse votado já, o pedido da Procuradoria Geral da República para afastar Eduardo da presidência da Câmara. Ele só conservaria o mandato.

Por ora, só existe no Brasil um político mais rejeitado do que a presidente Dilma. Sim, é o presidente da Câmara.

Ele se comporta como se fosse um psicopata. Não trai as emoções. É capaz de assistir ao próprio julgamento em seu gabinete, rodeado de amigos, e sair de lá como se de mais tivesse acontecido. Não foi com ele.

Aos jornalistas, que o acossaram tão logo terminou a sessão do STF, comentou: “Não estou preocupado. Continuarei presidindo a Câmara”.

E, de fato, fez questão de presidir a sessão da Câmara que se estendeu pela noite. Ouviu os líderes de pelo menos quatro partidos cobrarem sua renúncia. Não se abalou. Não era com ele.

“O fato de virar réu não me obriga a deixar o cargo”, observou sem franzir o cenho.

Uma vez que cessaram os poucos discursos feitos contra ele, a Câmara retomou seus trabalhos. Se depender dela, é como se nada pudesse fazer.

É como se apenas ao STF coubesse providenciar uma solução para o caso que envergonha o país. Câmara omissa! Tão despudorada quanto o seu presidente.

Os partidos ou seus líderes, poderiam, sim, forçar o afastamento de Cunha. Bastava que se recusassem a votar qualquer coisa ali até que ele desocupasse a presidência.

Uma Câmara paralisada seria um grito escandaloso de desconforto e de protgesto que ressoaria por toda parte. Não significaria a condenação prévia de Cunha por crimes que ainda serão julgados.

Mas significaria que ela não é conivente com seu presidente. Que não é capacho dele, serviçal dele, dominada por ele.

No passado, em meio ao processo de impeachment do presidente Fernando Collor, o então presidente da Câmara, o deputado Ibsen Pinheiro, disse uma frase que passou à História:

- O que o povo quer, esta Casa termina querendo.

Pode ter sido assim. Não é mais.”


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