Por Zé Carlos
Meus caros e parcos leitores, a cada semana que passa, esta
coluna tem mais dificuldade de abordar todos os assuntos que são motivos de
riso neste país. É um show permanente e de tanta qualidade que merece ser
tratado dentro de uma ordem rigorosa no tempo para não perdemos um só átimo de
gargalhadas que podemos dar. E mesmo no finalzinho da semana passada, esta da
qual lhes falo, já emendava com outra, com um show da Dilma (cada dia melhor
como comediante classe A), dado exclusivamente para os governadores, dizendo
que ficou indignada com o tratamento desrespeitoso dado pelo Sérgio Moro ao
Lula, forçando o “cara” a entrar no
camburão climatizado da PF. Mas, o motivo do riso não é o fato em si. Dizem que
apenas um governador, um chato, talvez inimigo do riso, o Pedro Taques, do Mato
Grosso teve a ousadia de, ao invés de gargalhar como os outros, dizer: “Entendo que não houve desrespeito,
presidente. Ninguém está acima da lei.” Que audácia do bofe! Além de dizer
a frase que Lula odeia (“Ninguém está
acima da lei”) ele chamou a presidenta de presidente. Imperdoável. Dizem
que há governadores que ainda estão rindo até hoje do show da presidenta, mas
com raiva do Taques.
Imaginem então o que virá a mais nesta semana passada, na
qual o Lula disse: “Se quiseram matar a
jararaca, não bateram na cabeça, bateram no rabo, porque a jararaca está viva.”
Dizendo que a Sérgio Moro tentou matar a cobra mas errou com o pau. Pasmem, mas
até na missa dominical, o bispo auxiliar da diocese de Aparecida reclamou: “Peça, meu irmão e minha irmã, a graça de
pisar a cabeça da serpente de todas as víboras que insistem e persistem em
nossa vida, daqueles que se autodenominam jararacas, pisar a cabeça da
serpente, vencer o mal pelo bem. Por Cristo Nosso Senhor. Amém!”. Os fiéis,
rindo muito, o que poderiam dizer? Disseram o que eu agora repito: “Amém!”.
E por aí vai nosso teatro do absurdo, ou quase, adentrando a
semana. E quem não perde a oportunidade de fazer o Lula construir o show, o
Moro, logo no início, já convidou Lula para depor como testemunha de defesa do “amigo” José Carlos Bumlai. Agora ele não
deve ir “debaixo de vara”, e sim
falar por teleconferência. Quando disseram isto a ele, ele deve ter dito que só
falava algemado, porque poderia correr com medo do Moro. Parece que, o “amigo” Bumlai desistiu dele como
testemunha, liberando-o para outros shows de mais importância.
E quem não perdeu a oportunidade de brilhar foi a Dilma que
em mais um show para entregar conjuntos do Minha Casa Minha Vida, que agora é
mais conhecido só por Minha Vida, porque a vida dela agora é só da bicicleta para
o Palácio e do Palácio para entregar casas malfeitas do programa, disse: "Não tem o menor sentido conduzi-lo [Lula],
como se diz, sob vara para prestar depoimento se ele jamais se recusou a ir.
Nem cabe alegar que estavam protegendo ele. Como disse um juiz, era necessário
saber se ele queria ser protegido, porque tem certo tipo de proteção que é
muito estranho". Observem bem a alusão ao juiz Sérgio Moro, numa
ingratidão tamanha porque ele é o seu incentivador maior, atualmente, para
fazer o Brasil sorrir.
No entanto, nesta semana, tivemos show que poderíamos chamar
de “humor jurídico” para fazer justiça
a seus autores, os advogados e promotores. Se por um lado o Ministério
Paulista, deu um show em rede nacional para anunciar a denúncia de Lula, por
ter tentar esconder o patrimônio, dizendo que ele era de amigos, por outro os
advogados de Lula pediram direito de resposta à TV Globo, porque o Jornal
Nacional repetiu o que os promotores disseram, para garantir que, em termos de
humor, eles ganhariam dos promotores.
E que se viu foi a TV Globo dizer que nada mais fez do que
mostrar o show dos promotores sem interferir de maneira alguma no riso dos
telespectadores, como o faz com Zorra Total ou no Caras de Pau. Dizem, que na
realidade, toda a celeuma foi criada pelo anúncio da prisão preventiva do Lula,
pelo Ministério Público Paulista, que causou uma inveja danada ao Sérgio Moro,
que por ser muito metódico perdeu esta corrida, que o Lula tanto teme. Então o
placar agora na corrida para prender o Lula está 1 x 0 para o MP paulista, e,
se diz a boca miúda que o Moro quer revanche, e está preparando um time
imbatível.
E quando todos esperavam, e havia a torcida contra e a favor
da prisão do nosso colaborador maior, o Lula, ele soltou uma nota depois da
qual seria impossível continuar qualquer discussão a respeito, dizendo: “Esta é a verdade dos fatos, em sua
simplicidade: entrei e saí da Presidência da República com os mesmos imóveis
que adquiri ao longo da vida, trabalhando desde criança, como sabem os brasileiros.
Não comprei nem ganhei apartamento, mansão, sítio, fazenda, casa de praia, no
Brasil ou no exterior.” O Brasil ficou em estado catatônico esperando a
conclusão, que veio no fecho final do show, quando todos esperavam ele dizer “que não sabia de nada”, declarou: “Tudo que tenho devo aos meus amigos!”.
Pode-se dizer que houve um alarido tão grande, de riso, pelo Brasil afora que
toda a população resolveu ir às ruas neste domingo dia 13, na maior festa
cívica, como nunca visto na história deste país.
E eu, como redator desta alegre coluna, compareci à Avenida
Boa Viagem, num sol de lascar o cano, mas, muito satisfeito e feliz por
comprovar que o humor da Dilma e do Lula, já programático do PT, serviu para
levar toda aquela gente ás ruas. Foi um verdadeiro desbunde, e agora eu sei que
não demorará muito para que a Dilma deixe seu atual emprego para se dedicar
totalmente a esta coluna com sua veia humorística. E vejam, com sua verve de
humor declarou a respeito das manifestações: “O caráter pacífico das manifestações ocorridas neste domingo demonstra
a maturidade de um país que sabe conviver com opiniões divergentes e sabe
garantir o respeito às suas leis e às instituições”. Ou seja, ela não foi a
de Brasília porque foi na hora de suas pedaladas. É uma pândega.
Quanto a Lula, que nestes últimos dias está em dúvida se
continua em tempo integral aqui ou vira Ministro da Educação, tudo depende de
uma ordem de prisão que pode sair a qualquer momento, pois agora se a juíza de
São Paulo não o pegar, o Moro pega, a competição entre os dois está muito
forte. De qualquer forma, aconteça o que acontecer, eu sei que ele continuará
contribuindo conosco, quem sabe, escrevendo um livro com o original título de “Memórias do Cárcere”, mandando o seu
filho, que é um especialista, copiar e colar o Graciliano Ramos, sim, aquele
escritor de Palmeiras do Índios que deve ter nascido em Bom Conselho, terra de
grandes escritores.
Vocês estão pensando que a semana terminou por aqui? Que
nada. Houve uma convenção do PMDB, e sabem qual foi a conclusão? Foi que dentro
de 30 dias o partido estará decidindo se rompe com o governo da presidente
Dilma. Muitos queriam romper logo, mas, como todos sabem a última vez que o
PMDB rompeu com alguém foi quando rompeu com o MDB e nunca mais se juntou a
ele, ganhou a maioria. Por isso hoje ele é um partido alegre e bem humorado,
sem nenhum resquício daqueles velhos tempos do Ulisses Guimarães. Hoje se diz:
Se temos um Renan, um Sarney, um Jucá um Temer,
como pensar no Ulisses. Agora se vai romper ou não com o governo Dilma
já é outra história. E se ela, seguindo o Lula, arranjar mais uns cargos? Vamos
esperar 30 dias, então.
E jamais poderia terminar sem citar outra vez a nossa musa,
a Dilma, que quando soube que estava havendo um complot entre PMDB e PSDB para
defenestrá-la do cargo produziu as seguintes joias de grande profundidade
humorística:
Se ainda estiverem vivos depois de ver o filme, então me
digam se eu devo “me renunciar” de me
divertir escrevendo esta coluna semanal, resignadamente.
E até a próxima semana, para acompanhar a luta entre o
Dragão da Maldade e o Santo Guerreiro, mesmo não sabendo quem são os
protagonistas para os papéis principais.
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