Por Zé Carlos
Se na semana retrasada o quente da coluna foram os grampos
de Lula, Dilma e companhia, num intuito claro de atingir os nossos maiores
colaboradores, fervendo, nesta que passou, foram os “ecos” dos grampos. Nunca na história deste país (frase que se
tornou uma marca registrada do nosso colaborador Lula, para despertar as
plateias pelo o riso) se viu celeumas tão grande quanto aquelas ligadas às
gravações do grande show de humor dado por vários personagens do mundo
político, que abordamos, parcialmente na semana passada, envolvendo os grampos.
As reações foram tantas, que o Ministro Teori Zavascky, com medo de que o
Brasil entrasse em transe hilariante, colocou os áudios em sigilo.
Triste engano do Ministro Teori, por não levar em conta as
redes sociais que substituem muito bem os mexericos e o “boca a boca” na política do tempo do Coronel Zé Abílio. Naquela época
se o Padre Alfredo dizia, durante a missa, que ele cometera algum pecado mortal,
esta informação não saia de dentro da igreja, porque todos tinham medo do
Coronel. Ou seja, não havia o Facebook, os Blogs como este que vocês leem, o
Whatsapp, e até mesmo o quase já arcaico, e-mail. E na maioria das vezes o
assunto morria ali mesmo, e, depois da missa, o Coronel continuava cometendo
seus pecados mortais, alguns, mortais mesmos.
Hoje não! Pode perguntar a alguém o que a Dilma disse para o
Lula no último grampo, que o menos informado leitor e eleitor saberá responder,
que ele quis dar uma de esperto e pediu a Dilma que lhe mandasse um “termo de posse”, para ele esfregar na cara
de algum policial federal que aparecesse para prendê-lo. E ela, no afã de
participar desta coluna semanal de humor, ao invés de só mandar o papel,
telefonou dizendo que estava quase morrendo (desculpem, lembrei da música),
digo, telefonou para dizer que só o usasse em caso de necessidade, o que todo
mundo entendeu, é claro, embora interpretando “necessidade” como aquela em que se usa papel higiênico, ao seu
término. Povo cruel, pois quando ela mostrou a folha de papel, lá naquele show
de humor no Planalto, todo mundo viu que, se a necessidade fosse esta, ele não
poderia sentar, pela textura rústica do papel.
Mas, o Ministro Teori, levando em conta todas as possíveis
consequências de papéis como estes, colocou em sigilo todos os grampos, embora,
em termos políticos, com toda inutilidade que uma ação como esta trás,
agravando a situação daqueles a quem a medida tenta proteger. E nesta semana
que passou, o Lula que era o “senhor dos anéis” tornou-se o “senhor dos grampos”, num piscar de
olhos. E até tem quem queira, depois dos grampos, tirar alguns títulos de
Doutor Honoris Causa dele. Como dizem que são muitos, talvez não lhes façam
diferença, e os que sobrarem ainda poderão provar que ele tem mais títulos do
que o FHC.
Porém, mesmo com a decisão do Ministro de devolver os
grampos para o STF, o que o Gilmar Mendes, sim aquele outro ministro do STF que
tentou enviar o Lula para as mãos do Moro, tinha mandado voltar para “República de Curitiba”, que nada mais é
do que uma cognominação da atuação da Lava Jato, ou seja, aquela operação
policial, que promete não deixar uma só sujeirinha na política brasileira, não
foi anulada a decisão de que o Lula não fosse ungido como ministro, como ele
queria tanto, junto com a Dilma. E Lula, agora está, como se dizia lá em Bom
Conselho, por aqueles que adotavam linguajar semelhante ao dele, igual a “merda n’água”, nem sobe e nem desce, mas,
esperando descer com o jato da operação.
E como, nem só de pão vive o homem, o Lula vive também de
humor e, quando, ele reúne uma plateia com bandeiras com estrelas vermelhas e camisas
idem, ele sempre foi impagável. Com um medo danado, que ele esconde, como ficou
claro nas declarações grampeadas, de ser preso num camburão normal, isto é, sem
climatização como foi o último em que o Sérgio Moro o colocou, na quarta-feira
passada ele chegou ao clímax de sua veia humorística, quando ele disse que é a
Operação Lava Jato a responsável pelo desemprego e pelo pânico criado na
sociedade brasileira. Quando, mesmo os seus maiores seguidores e admiradores já
bolavam pelo chão de tanto rir, ele garantiu que se o Congresso Nacional desse
a ele seis meses, ou tivesse paciência de seis meses, ele, transformaria este
país no trenzinho da alegria. Nem é preciso dizer que foi preciso chamar o SAMU
para levar uma porção de gente ao hospital, por embolia hilariante. E continuou,
sem remorso:
“Essa operação de
combate à corrupção é uma necessidade para esse país. Mas eu acho que vocês
deveriam procurar a força-tarefa, o juiz, para saber o que eles estão
discutindo sobre quanto essa operação já deu de prejuízo para este país. Será
que não dá para combater a corrupção sem fechar as empresas? Já ouvi falar R$
200 bilhões, R$ 250 bilhões de prejuízo. Quando isso terminar, você pode ter
muita gente presa, mas pode ter muita gente desempregada nesse país. Vocês têm
que procurar a força-tarefa e perguntar se eles têm consciência do que está
acontecendo nesse país”.
Aí não sobrou ninguém nem para contar a história, a não ser
um grupo que não prestou muita atenção no discurso de Lula, o pândego, pois
estavam dizendo: “O povo não é bobo, abaixo
a Rede Globo.”
No entanto, se pensam que foi o Lula que reinou, em termos
humorísticos nesta passada semana, se enganaram. A Dilma foi tão exitosa, na
tarefa de fazer rir, que passou a ter seus shows feitos até para plateias
internacionais. Tão pensando que é brincadeira? O show dela, chamado “Não vai ter golpe!”, foi oferecido a
jornalistas internacionais, depois que ela soube que a revista The Economist, a andou acusando de que
ela, no mínimo, é incompetente, o que não seria motivo para seu impedimento,
mas, que tentar ajudar o Lula a não ser preso, obstruindo a Justiça, seria
imperdoável e decidiu dizer o que muitos brasileiros já sabem, embora em
português: “is time to go”. E, neste
afã de colocar seu humor no cenário internacional disse textualmente:
“Não cabem meias
palavras: o que está em curso é um golpe contra a democracia. Jamais
renunciarei.”
Não houve gargalhadas porque nem todos os jornalistas
estrangeiros conhecem bem a história do Brasil, para saber que quando começa
esta história de não renunciar de jeito nenhum, é apenas uma forma de fazer
humor, quando se lembram do Collor, que dizia a mesma coisa e terminou renunciando,
mesmo que, um Fiat Elba, valha muito menos do que o que o Delcídio, sim aquele,
cuja missão hoje é receber todos os prêmios para delatores premiados, nesta
verdadeira Olímpiada delatória, disse que a Dilma fez. Dizem, que, depois desta
declaração, quando o Sérgio Moro abre sua porta para trabalhar, já há uma fila
enorme de gente querendo delatar.
Nesta semana que passou, esta fila cresceu em quantidade e
qualidade, porque falaram que a Odebrecht, sim, aquela empreiteira que
construiu quase todas as obras deste país, incluindo algumas num apartamento
tríplex do Guarujá e num sítio lá em Atibaia, que dizem ser do Lula, e ele
ainda nega, e nega tanto que já foi até inspiração para um samba que deve
servir para o enredo de alguma escola de samba no próximo ano (vejam o samba no
final desta coluna), resolveu fazer delações em série, desde o seu presidente o
Marcelo Odebrecht, até o mais simples contínuo, que deve dizer que tomou muita
cachaça 51 com o Lula, nas épocas em que ele ainda sorvia este tipo de bebida.
E foi um horror quando “vazaram” uma lista, (sem cheiro, é
claro, porque o novo Ministro da Justiça, comentado os grampos lulistas, disse
que demitiria todo mundo se pelo menos “sentisse
o cheiro de vazamento”), na qual mais de 200 políticos aparecem como sendo
beneficiários de um “dinheirinho da
Odebrecht”. Dizem que são tantos e tão importantes na lista, que políticos
que nela não entraram, estão possessos pela desconsideração e querem entrar
nela de qualquer jeito. Por exemplo, lá não consta o nome do vice-presidente
Michel Temer, e que agora está com medo de que não queiram mais o impeachment
de Dilma sozinha porque ele já entrará na presidência desacreditado, pois não
entrou na lista.
No entanto a lista em si não é o mais adequado para esta
coluna de humor, apesar da surpresa de alguns nomes, de Pernambuco, que foram
honrados pela sua inclusão, como Raul Jungman, Elias Gomes, Armando Monteiro,
Bruno Araújo, Daniel Coelho, Humberto Costa, Pedro Eugênio, Mendonça Filho e
até mesmo o Pastor Paulo Garcia, que, se recebeu alguma coisinha da empresa,
deve ter sido para fins religiosos. O adequado para o humor mesmo são os
apelidos de alguns que, segundo o vazamento,
foram aplicados a alguns dos políticos. Só os apelidos em si já são motivo de
riso, mas, o melhor mesmo é imaginar porque cada um ganhou o seu. Vejam a
lista:
Romero Jucá – Cacique
Manuela D’Ávila –
Avião
Edivaldo Brito –
Candomblé
Daniel Almeida –
Comuna
Paulo Magalhães –
Goleiro
Raul Jungman – Bruto
Jarbas Vasconcelos
Filho – Viagra
Renan – Atleta
José Sarney – Escritor
Eduardo Paes –
Nervosinho
Sérgio Cabral –
Proximus
Eduardo Cunha –
Carangueijo
Jorge Picciani – Grego
Vejam que time! Tem até goleiro, e com certeza melhor do que
aquele que levou 2 gols da seleção uruguaia em plena Sexta-feira da Paixão, me
fazendo jurar que jamais voltarei à Arena Pernambuco, a não ser que seja
incluído na lista da Odebrecht, pelo menos para financiar minha ida de
helicóptero. Mas, isto é apenas um sonho, pois fazer parte de um time como aquele mostrado nesta lista só para quem tem um futebol melhor do que o de
Neymar, e isto eu deixo para os netos. E ainda mais, soube que a Arena foi construída
pela Odebrecht e não quero ter meu apelido na sua lista nem trabalhar no seu Departamento de Operações Estruturadas. Pasmem, que este era o nome, segundo as
informações do vazamento, que a empresa dava ao seu setor que tratava
exclusivamente de “propinas”. A
pergunta que não quer calar é se no governo federal haveria também um setor
específico para atender a este setor da empresa. Pelo andar da carruagem ele
deve ficar na Casa Civil, pois nenhum ministério teve tantos ministros presos
como ele, a começar pelo Zé Dirceu, que não quer arriscar que entre mosquito
em sua boca.
Todavia, voltando à nossa lista, restaria inquirir, por
exemplo, por que Romero Jucá é Cacique? Não é tão claro quanto chamar a Manuela
D’ávila de Avião, mesmo não a conhecendo, e sim porque é a única mulher da
lista e o machismo ainda abunda neste país. E por que o Raul Jungman é o Bruto?
Também não é tão evidente quanto colocar o codinome de Sarney de Escritor ou o
Eduardo Paes de Nervosinho, que o diga o povo de Maricá, ou quanto colocar o
Eduardo Cunha de Carangueijo. Será porque quando ele apareceu tudo andou para
trás, como o crustáceo que serve de tira gosto? O que entendi perfeitamente foi
o do Renan, Atleta, porque nunca vi alguém conseguir levantar tantos processos
e ficar segurando-os por tanto tempo, só um verdadeiro atleta, que está pronto
para competir em qualquer olimpíada nesta modalidade. Bem, mas o que não dar
para entender mesmo é porque chamaram o Jarbas Vasconcelos Filho de Viagra.
Minha mente vagueou por muitas interpretações, mas, deixa prá lá...
Enfim, a semana termina com a decisão do juiz Moro de soltar
os funcionários da Odebrecht que estavam preso na última fase da Operação Lava
Jato (que nem me lembro o número de tantas que já foram). Eu não soube ainda as
explicações dele para a soltura. Talvez tenha sido porque eles é que deram os
apelidos da planilha e não deram nenhum ao Moro. Eu, também, jamais daria
apelido ao juiz Moro, mas, pelo grau de aceitação que o vi ter por parte da
população brasileira, ele bem que poderia ser chamado de “o namoradinho do Brasil”,
com todo o respeito a ele e a Regina Duarte, recebedora de epíteto semelhante.
Fiquem agora com o bom samba, “Não é nada meu”, que ainda não é de enredo de Escola de Samba, mas,
revela muito bem o enredo do nosso colaborador, o Lula, que cada vez se enrola
mais, porém sem perder a ternura e o humor, jamais.
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