Por Zezinho de Caetés
Somente agora vi e meditei com profundidade sobre a última
sexta-feira, dia em que o Lula foi coercitivamente levado para depor na PF. Não
tenho informação sobre o que ele disse à polícia, mas, vi o discurso patético e
humilhante, para ele, feito na sede do PT em São Paulo.
Humilhante porque se via um Lula fora de controle a dizer
besteiras a toda hora, procurando fugir do assunto que lhe perseguirá aonde for
neste país: Ele é ou não é dono do que diz não ser o dono, contra todas as
evidências.
A não ser que ele seja louco ou santo, um cara que tem um
sítio e tenha ido nele mais de 100 vezes, levando tudo quanto é de amigos,
comprando pedalinhos para os seus netos e até cisnes para os lagos, faria isto
para frequentar a propriedade de um simples amigo. Por que ele não alugou o
sítio? Hoje poderia até apresentar um contrato de aluguel com aluguel defasado
e irrisório e estaria a salvo da Lava Jato.
E porque ele não explica todas as benfeitorias feitas por
empreiteiras tanto no sítio quanto no tríplex do Guarujá, mostrando pelo menos
algumas notas de compra e comprovantes de pagamentos a esta empreiteira. O
código de ética do servidor público só permite receber presentes até 100 reais
e mesmo se for coisa de fantasia. Isto não se aplica ao presidente da república
em termos legais, mas, em termos morais é imperativo. E, no discurso, o Lula
babava e se gabava de ter recebido até um trono de presente. Pasmem!
Mas, como o Lula se considera a alma mais honesta do mundo,
quer fazer com que a Polícia Federal e o Brasil inteiro acredite nisto. E toda
sua defesa se baseia nesta crença: O Lula diz e a multidão acredita. Lembram da
Marolinha que se tornou um tsunami na economia brasileira? Lembram da
incompetenta presidenta apresentada como a grande gerenta? Hoje já se sabe que
foi o Lula que começou a desequilibrar nossa economia e a jogando nos braços de
Dilma, para pegá-la em 2014. Não deu certo porque a pupila se rebelou, pensando
que ainda poderia terminar o segundo mandato ainda como a Mãe do PAC, e agora
já se sabe que é a Mãe da recessão e da inflação.
Enfim, o Lula hoje, como diz o texto do Hubert Alquéres,
transcrito abaixo, é um “General sem
tropas” (Título do artigo publicado ontem no Blog do Noblat), pois hoje
ninguém mais acredita em suas mentiras, apesar de suas tentativas de convulsionar
o país com a velha lorota do “nós”
contra “eles”. Certamente, no próximo
domingo teremos uma grande manifestação, que espero pacífica, para sepultar de
vez este discurso vazio e também o General da Banda, politicamente.
“Foi-se o tempo em que um simples brado de Lula poderia provocar
convulsão no país, tal o seu poder de levar multidões ao delírio. O velho
general já não tem tropas para segui-lo até as últimas consequências, a não ser
um punhado de militantes suficientes para lotar a quadra de um sindicato, e até
criar brigas isoladas, confusão. Mas não para tomar as ruas.
Sua infantaria – CUT, MST, UNE – já não tem a mesma capacidade de
combate de tempos outrora. Esvaziaram-se quando se amancebaram. E sua principal
força blindada – o Partido dos Trabalhadores – mal resiste ao bombardeio da
Operação Lava-Jato; encontra-se atolada no imenso lodaçal criado pelos próprios
petistas.
Ao se pintar para a guerra, assumir o papel de cobra traiçoeira e
convocar os seus a fazerem o mesmo, Lula realizou um movimento estratégico
temerário.
A ameaça de colocar o país em chamas, quase à beira de uma “guerra
civil” entre as “elites” e as “forças populares” tem tudo para ser uma nova
batalha de Itararé.
Nem na Venezuela este tipo de bravata cola mais, que dirá no Brasil, um
país muito mais complexo, com instituições mais consolidadas e economia bem
mais diversificada.
Pode até haver escaramuças promovidas por grupos de assalto do
lulopetismo, com vistas à intimidação dos brasileiros e para tentar levar a
oposição à paralisia. Mas nada que faça de março uma onda vermelha. O mais provável é um mar de verde, amarelo e
azul nas principais cidades do país, no próximo dia 13.
O teatro de operações não é favorável nem à presidente Dilma Rousseff,
nem ao projeto Lula -2018, uma miragem cada vez mais impossível.
Há uma contradição insanável entre o clamor das “bases populares” e a
política econômica da presidente. Por mais que Lula pressione, Dilma não pode
dar um cavalo de pau na economia para não perder, de vez, o quase nada que
resta na sua condição de governabilidade. As contradições internas deste bloco
de poder impede a capacidade de mobilização de sua própria base de apoio, algo
que, de verdade, ela nunca teve.
A batalha pelas ruas ocorre, portanto, em condições extremamente
adversas ao governo e ao lulopetismo. A recessão, o desemprego e a inflação
fazem uma razia na vida dos brasileiros, espantam e afugentam os investidores.
As águas da Lava-Jato se avolumam e não há como o governo reter a correnteza. O
cidadão comum não está de bem com a vida. Ao contrário, está furioso com tudo
isto e identifica, de forma cristalina, os responsáveis por seus tormentos.
Em vez de dar a ordem para avançar em uma situação adversa, o caudilho
deveria ter protegido mais os seus flancos. Como não agiu assim, ele e Dilma
podem ter supressas desagradáveis em outra frente: a convenção do PMDB.
Michel Temer e seus fiéis escudeiros recuaram para a segunda
trincheira, de onde operam com discrição. Mas a tropa avançada dos
peemedebistas rebeldes vai esticar a corda para a ruptura com o Palácio do
Planalto. Não deve levar, mas o que pinta como resultado da convenção do dia 12
já está de bom tamanho. Para eles e para a oposição.
O PMDB não largará o osso, continuará com seus ministérios, mas se
declarará independente. Há evidência maior do que essa de que o governo está
derretendo?
As placas tectônicas se movem. A correlação de forças no Parlamento
certamente não será a mesma, após a convenção dos peemedebistas. Há um
movimento na direção do reencontro entre o grito das ruas e uma saída
institucional, democrática.
Configura-se, assim, o pior dos cenários para o criador e a criatura.
Aquele que qualquer estrategista digno do nome sempre procura evitar: ter de
travar a luta em diversas frentes, simultaneamente.
Por aí a Alemanha perdeu a guerra.
Lula escolheu o mesmo caminho.”
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