Por Zezinho de Caetés
Em primeiro lugar dou os parabéns a nós mesmos pelo nosso “meio milhão” de acessos. Se a Dilma,
nossa presidenta, incompetenta, ineficienta e birrenta, tivesse o apoio dos brasileiros
neste número para ficar no poder, ela estaria em excelente condição.
Pelo andar da carruagem, que só tem um cavalo porque os
outros foram visitar o colega Renan, o impeachment não demora muito. Eu nunca
vi, nem na história deste país, nem na dos outros, um desgaste tão grande de
governo e de um partido como o que estou vendo com a Dilma Não Vai Ter Golpe Roussef e com o PT. Se isto for coisa das “elites” como eles dizem, então o governo
foi um sucesso retumbante porque conseguiu colocar mais de 70% nas “elites” que estão pedindo o afastamento
presidenta.
Transcrevo abaixo um texto do Hubert Alquéres chamado “Matar ou morrer”, que é um nome de um
filme de cowboy famoso e antigo, que o compara com a comédia paródia do mesmo “Matar ou correr”, chanchada nacional,
muito mais adequada para representar a situação do governo hoje.
Ontem, a presidenta disse que não “correria” jamais e partiu para a matança: “Não vai ter golpe!”. E todas as pessoas sensatas deste Brasil, grupo
onde não entram petistas renitentes, concordam com isto, sabendo que quando a
situação se agravar, não tenham dúvidas, vai ser uma correria geral.
Fiquem com o texto do Hubert que eu vou comprar o bacalhau,
que dizem, está pela hora da morte. Vou comprar umas 100 gramas com minha
aposentadoria. Vai dar, porque o período é para jejuar mesmo.
“Absolutamente ilhado e sentindo cada vez mais a falta de oxigênio, o
governo Dilma Rousseff decidiu ir à guerra. Ou como disse um assessor
presidencial: “agora é matar ou morrer”. Dada a ordem, o Palácio do Planalto
passou a viver o seu faroeste, muito embora a turma que lá habite esteja mais
para Frank Miller (Ian MacDonald) do que para o xerife Will Kane (Gary Cooper),
personagens do genial filme de Fred Zinnemann.
No clímax imaginado por seus atabalhoados estrategistas a presidente
partiria para o confronto final, duelando ao mesmo tempo com a Polícia Federal
e o Congresso Nacional. Para não falar no Poder Judiciário e nos 65% dos
brasileiros favoráveis ao seu impeachment, esse mar imenso de “golpistas”.
O que temos assistido, contudo, tem sido um anticlímax, mais parecido
com a chanchada “Matar ou correr”, contracenada pela impagável dupla de
comediantes Oscarito & Grande Otelo.
O golpe de mestre, a nomeação de Lula para ministro-chefe da Casa Civil,
revelou-se um tiro n’água.
Imobilizado em seu raio de ação, o caudilho se vê envolvido em um
emaranhado de pareceres da Justiça desfavoráveis à sua posse. O último, da
ministra Rosa Weber, negou-lhe o habeas-corpus impetrado no STF.
Mesmo se vier a ocupar o cargo (ainda cabe recurso da decisão da
ministra Weber), seu poder de fogo e sua capacidade de aglutinar a base aliada
serão praticamente nulos. O PMDB lhe dá as costas, Michel Temer o ignora
soberanamente, a ponto de sequer querer ter uma conversa com o velho
morubixaba.
Tão ou mais desastradas foram as bravatas do novo ministro da Justiça,
Eugênio Aragão, para cima da Polícia Federal, com vistas a intimidar a
instituição nas suas ações investigativas da Lava-Jato. Como se isso fosse
pouco, tornou-se público o plano do Planalto de trocar a direção da PF.
É a aplicação de Maquiavel ao contrário. O governo anuncia o mal a
conta-gotas, mas não o concretiza. Arca
com o desgaste e aprofunda mais ainda seu isolamento.
Óbvio, não há a menor condição de abafar a Lava-Jato, de interferir
diretamente nas investigações da PF, sob pena de enfrentar a “sublevação” da
corporação, um clamor das ruas ainda mais forte e a indignação da opinião
pública internacional.
A equipe jurídica do governo segue a mesma linha ao preparar recursos
ao Supremo contra o pedido de impeachment, caso seja aprovado. Ao antecipar-se
ao resultado, dá uma enorme contribuição ao clima de barata-voa na sua base
parlamentar.
Há 15 dias o governo pensava ter 250 parlamentares contra o
impeachment. Hoje acredita ter 172. Quantos serão na próxima semana?
Fácil entender tamanha movimentação. A expectativa do poder atrai mais
do que o próprio poder. Faz sentido, portanto, a frase de um parlamentar da
base governista: “eles que fiquem com o Titanic”.
Dilma sente a terra fugir-lhes aos pés, dá demonstrações de destempero,
como no seu discurso no encontro com “juristas”.
Neste mar revolto importa aos democratas não aceitar o clima de
bang-bang. O confronto, a radicalização, a pregação do ódio, não são a praia
dos brasileiros.
O Brasil fará a travessia para um porto seguro se houver a combinação
da legitimidade das ruas com a legalidade do Congresso, com o estrito respeito
ao rito processual do impeachment definido pela a Suprema Corte; a guardiã da
Constituição e do Estado de Direito Democrático.
A ordem, a paz, a tranquilidade, a observância da separação e harmonia
entre os poderes da República são as bandeiras.
Sem essa de matar ou morrer.”
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