Por Zezinho de Caetés
Mudou o Brasil ou mudei eu? Leiam o texto abaixo, que saiu
na Veja.online (25.01.2015) escrito por Gabriel Castro. O título é um resumo
perfeito, como deveria ser, do texto, e se não quiserem lê-lo vejam o filme que
está lá embaixo, que o justifica plenamente: “O desastroso recomeço de Dilma, a presidente consternada”.
Eu agora sei porque o Zé Carlos diz que a Dilma é a
protagonista de sua coluna semanal, que ele diz, ser de humor. Ao ler o texto
vocês verão, com lágrimas nos olhos (espero que de riso) o que Dilma está
fazendo neste primeiro mês de re-desgoverno. No filme ela fala ainda quando o
Brasil era um país sem pobreza. Hoje já estamos no Brasil, pátria educadora, e
tudo não passa de uma grande enganação.
Hoje não vou me alongar, e deixo com vocês letras e filmes
que mostram como o populismo está arrasando com este país, como já o fez na
Venezuela, Argentina e Bolívia, entre outros, menos visíveis. Eu sinto até dó
de nós mesmos enquanto os bolsistas familiares sentem dó da Dilma. De quem você
sente dó?
“Era 0h31 do último domingo (15h31 de sábado em Brasília) em Jacarta
quando o brasileiro Marco Archer foi executado com um tiro no peito. Criado em
uma família de classe média alta, ele se tornou um traficante profissional e
rodou o mundo até ser preso no país asiático com 13 quilos de cocaína, em 2004.
Archer dizia se arrepender apenas de ter sido flagrado por um agente de
segurança indonésio. O governo brasileiro tentou evitar a execução até a última
hora por meio de cartas, ameaças de rompimento diplomático e um telefonema
feito pela presidente Dilma Rousseff ao colega indonésio Joko Widodo na véspera
da execução. Nada adiantou.
Um dia antes da morte de Archer, o policial militar Manoel Messias dos
Santos havia sido assassinado friamente por traficantes em Penedo (AL) enquanto
caminhava pela rua. Poucas horas depois de Marco Archer ter sido executado, a
garota Larissa de Carvalho, de 4 anos, perdeu a vida após ser atingida por um
tiro quando saía de um restaurante com a mãe, em Bangu (RJ). No dia seguinte,
outra criança morreu em circunstâncias semelhantes: Asafe Willian Costa
Ibrahim, de 9 anos, vítima de uma bala perdida enquanto brincava na piscina de
um clube em Honório Gurgel, na capital fluminense – ele morreu três dias
depois.
Na segunda-feira, o surfista profissional Ricardo dos Santos foi
baleado em frente à casa de sua família, em Palhoça (SC), após uma discussão
corriqueira com um policial fora de serviço. Morreu no dia seguinte. Se a média
de 2013 tiver sido mantida, outras 153 pessoas foram assassinadas no Brasil no
mesmo dia. Uma a cada dez minutos. Desde que o traficante foi executado na
Indonésia, mais de mil vidas foram tiradas prematuramente no país presidido por
Dilma. A chefe da nação não se pronunciou sobre nenhuma delas. Tampouco o
fizeram seus ministros.
Embora o pedido de clemência em favor do traficante esteja alinhado à
tradição da diplomacia brasileira, as expressões usadas por Dilma, que se disse
"consternada" e "indignada" com a sentença de morte, fogem
do padrão. Ela não afirmou "consternada" ou "indignada" por
causa dos bilhões de reais da Petrobras desviados para abastecer partidos que
apoiam seu governo, inclusive o PT. Nem demonstra preocupação ao financiar
regimes em que o fuzilamento é política oficial – o caso de Cuba, que construiu
o Porto de Mariel com recursos brasileiros, é o mais evidente. Dilma, que pediu
"diálogo" com os decapitadores do Estado Islâmico, tampouco se
pronunciou quando morreram Manoel, Larissa, Asafe e Ricardo. Para um país que
registrou 56.153 assassinatos em 2013, é difícil compreender.
O dicionário Aurélio define a expressão "consternado" com o
sentido de "prostrado, desalentado, de ânimo abatido". É uma boa
expressão para definir o comportamento de Dilma Rousseff até aqui. A presidente
consternada não deu uma entrevista sequer em 2015. Fora o discurso de posse, em
1º de janeiro, Dilma nem mesmo falou em público. A presidente encastelada deixa
ainda mais explícita a falta de rumo do governo: janeiro nem mesmo se encerrou
e as limitações e contradições de Dilma se tornaram evidentes.
Nas últimas promessas irreais de campanha deram espaço a decisões
opostas, especialmente na economia: nomeação de um liberal para o Ministério da
Fazenda, alta na conta de luz, aumento no preço da gasolina, elevação de
impostos, redução em benefícios trabalhistas, subida na taxa de juros, corte
profundo no Orçamento. Toda a cartilha econômica que ela atribuiu aos
adversário Aécio Neves e Marina Silva foi cumprida imediatamente.
O silêncio de Dilma também não foi interrompido no Fórum Econômico
Mundial, em Davos, na Suíça. A presidente, que se especializou em passar
sermões nos países desenvolvidos sempre que discursou diante de líderes
globais, agora tem pouco o que apresentar ao planeta. Preferiu comparecer à
posse do presidente Evo Morales em seu terceiro mandato à frente do governo
boliviano, o que também é emblemático sobre as prioridades do governo.
Parte das escolhas que Dilma fez no início do segundo mandato eram
necessárias para a economia, como o corte no Orçamento e a correção no preço
dos combustíveis. Mas as medidas consistem exatamente no contrário do que ela
afirmou que faria. A guinada veio sem uma explicação ou um pedido de desculpas
ou pronunciamento à nação.
A ex-ministra de Minas e Energia de Lula, que desfruta da fama de
especialista no setor elétrico, também deve se preocupar com a situação
energética do país: o apagão da última segunda-feira devolveu às manchetes a
situação de risco na geração de energia. Mesmo com o crescimento pequeno da
economia nos últimos anos, a rede está perto do limite e o governo precisou
importar energia da Argentina.
Nas escolhas políticas que fez, a presidente conseguiu desagradar a
aliados e oposicionistas. Nomeou ministros criticados até mesmo pelo PT,
escolheu leigos para áreas-chave e não se constrangeu de apontar figuras
envolvidas em casos de corrupção, como George Hilton (Esporte) e Eliseu Padilha
(Aviação Civil)
No horizonte próximo, há poucas esperanças para Dilma. A restrição
orçamentária e as consequências da operação Lava Jato sobre as empreiteiras
devem prejudicar o início de novos empreendimentos e programas durante o ano.
Ao mesmo tempo, a sombra do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a acompanha
cada vez mais de perto. As críticas feitas pela ex-ministra Marta Suplicy, que
atacou frontalmente o governo Dilma em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo,
são um recado claro do ex-presidente, que pretende voltar nas eleições de 2018
- e já notou que precisa desatrelar sua imagem da de Dilma para evitar danos à
sua popularidade. A divisão entre dilmistas e lulistas é outra fonte de
problemas para o governo.
As investigações sobre os desvios da Petrobras devem se aproximar do
Palácio do Planalto após a confissão, vinda da empreiteira Engevix, de que os
recursos desviados serviam para a compra de apoio político no Congresso. Mais
uma razão para Dilma ter medo nos próximos 1.437 dias até o fim do mandato.”
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