Por Zé Carlos
As semanas se sucedem e está cada vez mais difícil de
encará-las sem a ajuda do bom humor. Vejam bem, o Brasil se tornou aquele lugar
do qual se dizia que “de dia falta água e
de noite falta luz e na casa que não tem um corrupto é milagre de Jesus”.
Se me lembro bem, corrupto não era o adjetivo utilizado, mas, convenhamos, com
um pouco de exagero, para ajudar o humor, hoje isto é válido.
Senão vejamos. Houve algum dia na semana em que não se
descobrisse um corrupto novo? Houve sim, porém, quando isto aconteceu o outro
não novo era citado nos telejornais, ou, falando da propina que deu, ou
prometendo mais delações premiadas. Parece até que os políticos e empresários
desta terra, abençoada por Deus e bonita por natureza, não jogam mais na Mega-Sena,
porque só pensam em delações, que já vêm premiadas. Dizem que são tantas as delações que os
prêmios estão se esgotando e a Justiça não está mais aceitando-as. Não se sabe
ainda se por fraqueza das denúncias ou pela ausência de prisões suficientes,
para prender delatores e delatados.
Por falar em prisões, Pernambuco foi notícia quase a semana
inteira. Os presos se revoltaram, pensava-se porque a justiça não tinha agilidade
para julgar seus processos ou para ouvi-los. Mas, dizem que não foi por isso, e
sim, porque alguém espalhou o boato que qualquer preso que fizesse uma delação
premiada contra o companheiro, ganharia um facão, uma foice ou um celular. E a
moda anda tão em alta no Brasil, que todos viram as cenas dos presos que
ganharam os prêmios, quando não estavam de foice ou de facão estavam falando ao
celular, gritando: “Mamãe, ganhei na
delação!”. Será que isto seria humor negro? Claro que não. É humor
premiado.
E, vamos aos fatos do que se passou durante esta dura
semana. Faltou luz em 11 estados, e nenhum era do Nordeste. Caros leitores
nordestinos (parece que são 5, os outros 3 não são conterrâneos) não riam à
toa, pois teremos a nossa vez. Todos já sabemos que depois da bonança que foi a
farra energética da Dilma, veio a tempestade do aumento da conta de luz. E por
falar nela, nossa presidente, e nossa maior colaboradora da coluna, ela andou
sumida durante a semana inteira, com exceção do dia da posse do Evo Morales.
Dizem que ela quis pousar nas fotos de cocar, como o fez um dia junto com o
Lula. O cerimonial vetou porque o índio cocaleiro quer deixar de ser índio, e
vestir-se como tal não iria ajudar em nada a sua nova imagem. Ele agora só usa
ternos do Armani, aconselhado por Lula.
E, no pior dos mundos, onde só humor salva, vimos que a
falta de energia é causada pela falta d’água. A seca, que já vivia o seu ápice
em São Paulo, agora já se espalha pelo Sudeste inteiro. No linguajar técnico
quando se diz que já está sendo usado o “volume
morto” de uma represa para fornecer água que gera energia ou mata a sede, é
porque a vaca além de tossir, já foi para o brejo, faz tempo. E agora é o Rio
de Janeiro, que dizem já está usando o volume
morto do Paraíbuna do Sul. Como na Baía da Guanabara só tem dejetos e não
tem água nem para competição de remo, só rindo mesmo, com a situação, quando
pensamos nas Olimpíadas, com saudade da Copa.
E, junto com o apagão hidroelétrico, veio o Pacote do Levy,
que meu amigo o Zezinho de Caetés, chama de O Risonho, economista que está se
tornando um colaborador à altura desta coluna de humor. Ele disse que quer
fazer um ajuste fiscal para trazer de volta a credibilidade do Brasil interna e
externamente. O grande problema dele, e daí vem a fonte de riso, é quando ele
tenta explicar quem roubou esta credibilidade. Lula e Dilma dizia que foi o
FHC, que dizia que tinha sido o Collor, que dizia ter sido o Sarney, que dizia
ter sido João Figueiredo, que dizia que tinha sido o povo, por ele não gostar
do seu cheiro. E o Levy vai dizer o que?
Talvez, ele vá fazer como o Ministro das Minas e Energia, Eduardo
Braga, colocado no filme, tentando explicar a crise de energia e os frequentes
apagões. Segundo ele a culpa é de Deus. Dizendo isto, o Levy não estaria
faltando com a verdade e seria mais crível do que quando se apresenta tentando
doirar a pílula e nos matando de rir, tentando nos enganar sobre quem roubou
nossa credibilidade, pois todos sabem quem foi, menos eu e Dilma e Lula que
nunca soubemos de nada.
Entretanto, o motivo de riso que se prolongará até o início
do mês de fevereiro é a disputa pela presidência da Câmara e do Senado. O filme
do UOL, apresentado abaixo apresenta outro Eduardo, o Cunha, xingando o seu
concorrente, que é do PT. E a contenda é igual a briga de foice no escuro. O
cargo justifica pela sua importância em nossa República. Depois de Dilma, vem
Temer, e depois de Temer, vem Eduardo Cunha, e depois de Eduardo Cunha vem,
Renan, e depois de Renan vem o Ricardo Lewandowski, e depois do Ricardo
Lewandowski... bem, deixa prá lá. Esperemos mais sorte para o Brasil no futuro.
Bem, se não rirem com o filme abaixo, levem em conta que nem
sempre seus produtores estão informados sobre o que se passou durante a semana,
ou mesmo, não tiveram tempo de abordá-los. Minha meta aqui é supri-los, naquilo
que posso, com as notícias que os levem a bolar de rir, mesmo que sejam
aparentemente tristes. Perdoem-me mas na campanha da Dilma se fez um imagem tão
alegre do Brasil que a situação agora, em quaisquer dos seus aspectos, quando
abordada, é motivo de riso.
Levem então em conta o aumento de impostos, a bagunça em que
se encontra nossa ex-grande empresa, a Petrobrás, a inflação que sobe, o
emprego que desce,os juros que sobem, o crédito que desce, e comecem a rir. Sustentem-se na cadeira
quando souberem que no ano passado, tal qual uma família desastrada, os
brasileiros gastaram mais em dólar do que os gringos gastaram aquei em reais,
ao ponto de em Miami, para se encontrar emprego em loja já se tem que saber
português brasileiro (português português não serve porque Portugal, nosso avozinho
não tem o que gastar por lá).
Se algum leitor perguntar se isto acontece somente com o
Brasil, eu diria que não. Os venezuelanos também devem estar rindo muito depois
que o Maduro quer contratar alguém como o Levy, para ver se ele consegue pelo
menos comprar papel higiênico para o Palácio de Miraflores, enquanto a
Argentina virou um caso policial, e nossos “hermanos”
gargalham geral quando a Cristina Kirchner diz que ela não sabia de nada sobre
o crime. Parece que agora está sendo aconselhada pela Dilma e, como se dizia lá
em Bom Conselho, pelo seu filósofo maior, “se
conselho fosse bom, não se dava, se vendia”. Tanto isto é verdade que agora
a Argentina está pagando ao Brasil, os conselhos de Dilma, em energia elétrica
para evitar apagão. E ainda dizem, por aqui, que nossa Dilma não sabe de nada.
Agora fiquem com o resumo do roteiro feito pelos produtores
do UOL, que eu vou tentar descobrir quem é o responsável pela falta de
credibilidade do Brasil.
“O 'Escuta Essa' desta
semana traz o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga (PMDB), apostando suas
fichas na tese de que "Deus é brasileiro" para que "Ele"
possa fazer chover no Brasil e diminuir o risco de racionamento. O programa
também traz o líder do PMDB e candidato à presidência da Câmara dos Deputados,
Eduardo Cunha, "disparando" contra o também candidato à presidência,
Arlindo Chinaglia (PT-SP).”
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