Por Zezinho de Caetés
Quando eu soube que o Joaquim Levy seria o Ministro da
Fazenda do quarto mandato de Lula, eu pensei: O FHC ganhou as eleições. Não deu
outra. O Levy tem pensamento de Malan, objetivos do Malan, vestimenta do Malan,
óculos do Malan, menos o sorriso do Malan. Por um bom tempo eu não vi um
retrato do Levy onde ele não estivesse rindo. Por isso, em minhas incursões na
área de Economia, eu o chamo de Levy, o Risonho.
E olhem que no cargo que ele entrou não havia motivo para
risos, no entanto, o Levy sorria, justificando o epíteto que lhe dei. Na última
sexta-feira eu li um texto da Maria Helena de Souza, no Blog do Noblat, onde
ela se refere a esta alegre característica do novo ministro da fazenda, e lhe
dar o título (ao texto) de “O sorriso do
doutor Levy”.
Nele, ela diz que não entende de Economia, mas sofre assim
mesmo. Imaginem, quem, como eu, entende um pouquinho. Estamos vivendo, na
economia, o verdadeiro samba do crioulo doido, ou para ser politicamente
correto “o samba da afro-descendente
doida”. Alguns falam que o PT está esquizofrênico, outros dizem que o
partido sempre foi assim, quando o Lula se ausentava. E agora que ele parece
ter se ausentado de vez, a coisa está feia.
Logo de cara se vê que a autora do texto abaixo não entende
mesmo de Economia. Ela fala da máquina pública caríssima, com quase 40
ministérios (graças ao Ali Babá que sujou o número 40, e se a Dilma tiver que
criar mais, tem que serem 2), um monte de parlamentares, os auxílios, os carros
de luxo, etc. Nada disso seria ruim, se houvesse um bom retorno a partir destes
custos. O problema é que precisamos usar lentes de aumento para verificar um
bom trabalho da turma envolvida.
E por que a Maria Helena sofre? Por isso mesmo, é muito
gasto para o serviço oferecido por tamanha estrutura. Só nos resta mobilização
popular e cobrar dessa turma, para que o próprio país não se torne também
esquizofrênico, se transformando na imagem do PT. Se deixarmos com os ilustres
deputados, já li que o Eduardo Cunha, jurou de pés juntos que um pedido de
impeachment da Dilma será arquivado, se ele for o presidente da Câmara. E ele
está dentro da legalidade, embora fora da moralidade e da sensatez. No Senado
teremos a volta do Renan, o Cabeludo, que segue a mesma cartilha. Os
ministérios estão todos dominados. O que fazer? Vamos nos mobilizar e usar a
força do povo para fazer com que o Cunha, ou outro qualquer, não entre já com
má intenção.
Voltando ao Levy, o Risonho, Dilma o mandou para Davos na
Suíça falar com os banqueiros enquanto ela foi para a Bolívia falar com os
cocaleiros. Existe alguma doença pior do que esquizofrenia governamental? Se
houver, ela atacou o segundo governo da gerenta presidenta de vez. E agora,
parece que ela não quer que se considere que este mandato seja o quarto do
Lula. E o Lula, com câncer ou sem câncer, quer o trono outra vez, de onde nunca
saiu. Dizem que a nomeação do Levy foi obra sua, para repetir a do Palocci, o
Mudo Rico. Dizem que é um “governo do
meio”, ou seja nem é neoliberal nem cubano, está no meio. Foi isto que ele
foi explicar em Davos, tarefa difícil, enquanto a Dilma explicava ao Evo
Imorales o que restou do socialismo do século XXI, no seu governo.
Aparentemente, muito mais fácil, se o índio não entender de Economia também.
E assim, estamos nós aqui esperando, que pelo menos o
sorriso do Levy, o Risonho, não seja o “sorriso
do lagarto”.
Fiquem com o texto da Maria Helena e tenha um bom fim de
semana, de preferência com um bom sorriso.
“Em ‘Torresmo à Milanesa’, Adoniran e Carlinhos Vergueiro falam de dois
operários que na hora do rango pegam suas marmitas e sentam num canto para
comer e “conversar sobre isso e aquilo, coisas que nóis não entende nada...”
Eu também falo do que não entendo, Economia. Não entendo, é verdade,
mas sofro!
O Palácio do Planalto custa uma pequena fortuna ao Tesouro
Nacional. O que não falta à dona Dilma
são auxiliares. Pensantes ou não. E ainda tem o AeroLula às suas ordens, que
ela usa como bem lhe aprouver, como se fosse um fusqueta da família Rousseff.
Nossa máquina pública é caríssima. 39 ministérios com toda a bagagem
que isso implica, dos gabinetes aos altos salários e mais os generosos
adicionais; um Congresso que pode passar mais de um ano sem que ouçamos a voz
de todos os seus membros: são 513 deputados federais e 81 senadores, num total
de 594 gabinetes, não sei quantos assessores e secretárias, planos de saúde de
alta voltagem, carros de luxo com motoristas, auxílio-moradia e, o que mais me
irrita, viagens semanais aos seus estados de origem, para visitar as bases...
Só quem já viveu numa dessas bases e sabe o que eles fazem lá de quinta a
segunda é que pode avaliar o que isso significa!
Confesso que estou revoltada e indignada. Fomos iludidos por dona Dilma
na campanha e agora estamos sendo punidos pelos erros que ela, o PT e partidos
coligados cometeram. Não fomos nós, a sociedade como um todo, que estraçalhamos
a estrutura econômica do Brasil. Mas somos nós que vamos pagar a conta!
O ministro Joaquim Levy disse, com todas as letras, que é imprescindível
arrumar a casa. O país está numa recessão que ainda pode nos custar muito caro.
Precisamos recuperar a credibilidade do Brasil diante do mundo para poder
retomar o crescimento.
Tudo bem, não há como duvidar de suas palavras. Mas quem devia se dirigir
à Nação para nos informar e se desculpar, era ela, a presidente. Ela é a
responsável. Quem tem que assinar essa promessa é ela e não ele. Ele é
demissível ad nutum, ela não.
Não me parece justo que paguemos pelo esbanjamento aloprado do governo
Dilma I. Não seria mais correto apertar o cinto do governo? Congelar as
benesses que favorecem os altos funcionários da administração? Fazer o
Congresso ver que a paciência dos brasileiros pode estar se esgotando?
Até quando vamos tolerar impostos de primeiro mundo e serviços de
quinto mundo?
Dona Dilma falava daquele país idílico que ela administrava sempre
enfezada, de mau humor. Já o doutor Levy nos mostra um cenário triste, feio,
assustador, onde ser feliz vai ser complicado.
Mas ele o faz com um sorriso tão simpático...
Governo novo, ideias novas, lembram?
Viram qual era a novidade? O sorriso em vez da carranca!”
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