Por Carlos Sena (*)
Esse termo "virada" é
amplo. Final de ano, virada pra lá, virada pra cá. Nas competições de futebol
muitos times ganham de "virada" e por aí vai. Agora, quando o ano
velho entra em coma, todos querem uma virada de ano feliz sob os desejos de
paz, saúde, dinheiro e felicidades no ano que se avizinha. Na política, VIRADA
também é recorrente. De todas as viradas eleitorais a que mais me marcou foi a
de Marcos Freyre. Ele era candidato a governador de pernambuco e, segundo os
mais fanáticos, imbatível! Não me lembro se seu adversário era Roberto
Magalhães ou Março Maciel, mas isso não é importante. Importante mesmo era a
eleição dele, o Marcos, que reunia as esquerdas do estado contra o
conservadorismo de direita como era conhecido. Vieram as eleições e Marcos Freyre
começou a perder em todas as urnas do interior. Nessa época o processo
eleitoral não era como hoje. Demorava quinze a vinte dias nas contagens manuais
dos votos. Nada de Marcos Freyre tomar a frente, principalmente no interior.
Mas, havia uma grande mobilização da militância anunciando que "a
virada" viria quando todas as urnas do Recife e Região Metropolitana
fossem concluídas. Pois bem: a eleição terminou e Marcos se lascou. No dia
seguinte à derrota oficial alguém muito espirituoso colocou no centro da
cidade, em plena Avenida GUARARAPES, uma kombi velha toda lascada, BATIDA, cheia de amassos e ferrugem. Ao seu lado uma
faixa gigante dizia: A VIRADA DE MARCOS FREYRE.
Espero que nessa virada de ano a
gente se vire pra dentro de nós e descubra todas as nossas possibilidades de
uma nova virada: aquela que nos leva a ver o outro de frente!
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 02/01/2015
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