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quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

A vaca tossiu e engasgou. Será que vai para o brejo?




Por Zezinho de Caetés

Ontem tivemos a volta da gerenta presidenta, com toda pompa e circunstância, cercada pelos 39 ministros, formando com eles os “top” 40 do seu segundo governo. Só faltou o Lula, e por motivos óbvios, a PIG (Partido da Imprensa Golpista, como o PT chama quem diz que nele não tem mais inocentes)  iria logo dizer que ali estaria o bando de Ali Babá e os 40 ladrões. Eita turma maldosa esta. Não veem que para compará-los ao um bando de ladrões é necessário que se julgue o Petrolão.

Lembro bem que na época em que o Mensalão estourou nas paradas de sucessos da política, todos os envolvidos se diziam inocentes e o Lula disse que tudo não passava de caixa 2, o que todo mundo praticava. Hoje estão todos em Brasília, ansiosos para sair na Unidos da Papuda que desfilará garbosamente na Praça dos Três Poderes, todos ainda reclamando de um deles, que os levou para a prisão. Injustamente, é claro.

E na volta daquela que havia sumido desde o ano passado, a Dilma se esmerou num discurso que, ao final, quando já havia pelo menos 25 dos ministros dormindo, e o restante perguntando, o “que eu estou fazendo aqui?” Ela não disse nada de proveito. Ou seja, seguindo seu próprio linguajar de campanha, “a vaca tossiu, e se engasgou”, e desautorizou ela mesma a mexer com o seguro-desemprego e colocar um freio na gastança generalizada.

Não há como não pensar que se assim continuar, a vaca vai para o brejo engasgada, o que será morte certa. Vejam um trecho do seu discurso, que comento em seguida:

“As medidas que estamos tomando e que tomaremos, elas vão consolidar e ampliar um projeto vitorioso nas urnas por quatro eleições consecutivas e que estão, essas medidas, ajudando a transformar o Brasil. Como disse na cerimônia de posse, as mudanças que o país espera, que o país precisa para os próximos quatro anos, dependem muito da estabilidade e da credibilidade da economia. Nós precisamos garantir a solidez dos nossos indicadores econômicos.”

E por que a nossa gerenta presidenta não explicitou quais as medidas que tomaria, se eleita, e principalmente, por que disse que seu principal adversário era que as tomaria? Que nome devemos dar a este tipo de atitude? Ontem escrevemos aqui sobre a “moral petista” que tanto se assemelha a outros partidos com vocação ditatorial desde que o mundo é mundo. Para eles os fins justificam os meios e, neste caso, é sua manutenção no poder. Imagine o que a Dilma não dirá na próxima eleição, se chegar à quinta eleição vencedora, com Lula ou sem ele. Senhor tem piedade de nós, os que ainda acreditam na Democracia Representativa, se isto acontecer.

Agora está mais do que comprovado porque ela preferiu ir para a posse do Evo Morales e não para Davos, na Suíça. Simplesmente, porque não tinha nada para dizer, e poderia ficar aqui, com o porrete na mão para usar na cabeça do Levy, o Risonho, se ele mijasse fora do caco. Mesmo ele mijando dentro do caco, apenas repetindo a gerenta, ele caiu do galho, deu dois suspiro e voltou para casa com o rabo entre as pernas. Foi falar que o modelo de seguro desemprego era ruim. Então levou pau da Dilma. Isto já está virando uma rotina burocrática.

E teremos no início da próxima semana, a eleição para o cargo mais cobiçado do Brasil, (porque, o de presidente do conselho da Petrobrás, ninguém mais quer ser) o de presidente da Câmara de deputados. Por que? Leiam o que vem abaixo e eu lhes encontro depois:

“Quem ocupa o disputado cargo de presidente da Câmara dos Deputados tem direito a alguns benefícios — e não são poucos.

Além do salário de R$ 33,7 mil, o presidente da Câmara tem à disposição uma casa de 800 metros quadrados com todas as despesas pagas, carro oficial com dois motoristas, jatos para viagens a trabalho ou para voltar para casa e ainda R$ 4,2 milhões por ano para pagar até 47 funcionários.

A eleição para definição do novo presidente será no próximo dia 1º de fevereiro. Neste ano, a disputa está bastante acirrada entre Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Arlindo Chinaglia (PT-SP), Júlio Delgado (PSB-MG) e Chico Alencar (PSOL-RJ).

O posto de presidente da Câmara é considerado um dos mais poderosos da República. Além do gabinete como deputado federal, o presidente da Casa também tem direito a um gabinete exclusivo, com instalações mais amplas e com vista para a Praça dos Três Poderes, em Brasília.

O presidente também pode viajar em aviões da FAB por motivo de segurança e emergência médica, viagens a serviço e descolamento para o local de residência permanente. Caso opte por viajar em avião de carreira, a despesa será paga pela Câmara.

Além dos R$ 4,2 milhões disponíveis por ano para contratar até 47 funcionários, cabe lembrar que todos os deputados já têm direito a 25 funcionários e a uma verba de R$ 78 mil mensais. Isto significa que, na prática, o presidente da Câmara tem direito a um total de 72 funcionários, que custam aos cofres públicos R$ 5,2 milhões anuais.” (Fonte: UOL)

Os incautos ficam pensando que tudo o que foi apresentado de benesses é o que está levando à disputa acirrada, pelo cargo. Eu já imagino que o motivo é outro, principalmente, pelo candidato do PT, apoiado, assim espero, por Dilma. A guerra é simplesmente porque quem sentar na primeira cadeira da Câmara tem o poder de barrar um possível “impeachment” da presidente. Ou seja, se não for uma pessoa que se curve ao Planalto, além da “vaca” tossir e se engasgar, pode ir para o brejo mais cedo.


Eu, daqui do meu retiro recifense, já me aprontando para reinar em Olinda durante os festejos de Momo, sem esquecer o Galo da Madrugada, fico rezando para que a vaca, ao invés de ir para o brejo, vá brincar o carnaval na Papuda, talvez, quem sabe como rainha da bateria ou porta-bandeira, não a do Brasil, é claro.

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