Miguel e Davi produzindo Vitamina "N" |
Quando já podemos apelar para o Estatuto do Idoso sem medo
de que verifiquem se nosso cabelo é pintado de branco ou não, ou seja, entramos
de verdade na idade que alguns consideram “boa”,
passamos também a nos preocupar com o “até
quando” a bondade da idade continuará.
E para isto, na época
moderna, não há como fugir do médico. E junto com ele dos exames de saúde que
nos atormentam a todos. Junto com eles aparece o nosso desejo de informação
sobre como poderemos perpetuar não só a espécie de forma genérica e sim com
podemos perpetuar-nos na boa vida, até que a morte nos separe dela.
Não me lembro qual a semana, mas foi recentemente, li uma
revista a qual falava sobre uma tal de VITAMINA DO SOL.
Antes de entrar nas virtudes e malefícios desta vitamina,
devo esclarecer, a ideia de tocar no tema me veio das reuniões que às vezes
tenho com pessoas da mesma idade. Penso até que cada faixa etária tem um
assunto favorito. As crianças tem os brinquedos, os adolescentes as namoradas,
os casados os filhos, e os avós os netos, os bisavós, talvez, os bisnetos e
assim por diante. No meu caso que só fui um avô temporão, além dos netos, o que
sobrou foi o assunto das vitaminas.
Em qualquer reunião da nossa faixa etária lá está o conselho
amigo sobre o que se deve tomar para evitar o reumatismo, o ácido do úrico, o
diabetes, os pelos na orelha, a falta de desejo sexual, o crescimento exagerado
das sobrancelhas e até a espinhela caída. São discussões e muito palavrório
sobre os males e benefícios de cada remédio e também de cada médico ou
especialidade. E não dar para fugir do assunto mesmo que queiramos nos
comportar como criaturas normais.
Daí voltamos e nos interessamos pela reportagem da vitamina
D, chamada a VITAMINA DO SOL, sobre a qual revista nos diz que continua a
surpreender a medicina com novos efeitos benéficos para nosso corpo. Quem em
nossa faixa etária perderia a oportunidade de chegar com uma notícia dessas na
próxima reunião de velhos?
E lá fui eu ler a revista com aquele monte de informações,
como por exemplo, que o sol é a principal fonte de vitamina D e que esta é tão
importante para a mulher grávida quanto para um atleta olímpico. Quase pulo
esta parte, porque não me servia, para ir direto ao ponto de que ela também é
muito boa para o idoso e para o gordo. Esta Vitamina é tão importante que não é
mais considerada vitamina, e sim um hormônio, que não sei bem o que é mas para
o nosso tema não tem interesse.
Sabemos apenas que a Vitamina D, como quase todas as coisas
do mundo, pode ser benéfica ou maléfica dependendo “da hora e do lugar, como são as coisas da vida”. E as suas
virtudes ou malefícios tem muito a ver com suas fontes. Como sabemos, o sol é
uma grande fonte desta vitamina para nosso corpo, mas, entre os efeitos
maléficos está o câncer de pele, que, eu já tive dois e estou tentando evitar o
terceiro. No entanto, seus efeitos benéficos vem muito dos alimentos, como o
óleo de fígado de bacalhau, destacado pela revista.
Quando li isto, é que perdoei meus pais por ter-me, quase
debaixo do chicote, me levado a tomar vidros e vidros de Emulsão de Scotth. Nunca
vi um remédio tão ruim, ao ponto de não aconselhá-lo a mim filha para dá-lo aos
meus netos. No entanto, mesmo sem aconselhar, se eu vir, um dia, meu neto
chorando para não tomar este remédio, mesmo com o coração partido eu não
interferirei com seus pais. Espero que não seja necessário o chicote pois hoje
devem existir outros remédios menos amargos.
Toda esta cantilena sobre vitaminas e remédios para ir ao
ponto. No último dia 18 de janeiro foi o aniversário do meu neto mais velho, o
Davi. Já são 4 anos de avoenguice coruja e de felicidade. Não houve uma
comemoração formal porque ele quis fazer seu aniversário na escola, quando as
aulas começarem. Festa para o qual já fui convidado por ele, mas, desconvidado
pela mãe dele, pois a festa da escola será só para seus coleguinhas e quem será
o patrono é o Capitão América. Que pena. Eu iria filmar e fotografar mais do
que o que fiz recentemente na terra do Capitão.
E antes que digam que este texto virou um samba do crioulo
doido, por eu estar tomando Vitamina D em excesso, eu explico.
Descobri, nestas idas e vindas do Vovô Zé que não há melhor
remédio para minha idade, e seu problemas, do que uma dose de netos. E eu
chamei este remédio de VITAMINA “N”. Serve para quase tudo. O reumatismo é
curado de imediato ao jogar uma partida de futebol ou carregar o Davi na “corcunda”. A diabetes é esquecida pois
não recuso um pedaço de bolo de suas festas. A pressão alta nivela
imediatamente depois de um sorriso do Miguel. A depressão desaparece
imediatamente depois de uma corrida de cavalo de pau pela sala, com direito a
pega de boi. A ansiedade vai para o espaço quando os vemos felizes e
sorridentes tocando bateria e outros instrumentos.
Porém, como já dissemos, a VITAMINA “N” não é um milagre e
só vemos isto na hora que eles vão tomar suas vacinas. O choro deles anula
quaisquer efeitos benéficos. Mesmo assim, tenho certeza, a VITAMINA “N” ainda é
o melhor remédio para nossa faixa etária. O pior de tudo é que não a podemos
comprar em farmácia. Sua produção depende dos nossos filhos. Que eles não me
leiam, pois podem até me cobrar caro pelas próximas doses.
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