Por José Antonio
Taveira Belo / Zetinho
Ninguém de sã
consciência gosta de ser apelidado. O seu nome verdadeiro deve ser usado que é
o nome do Batismo, dado pelos seus pais no inicio da vida. Mas isto, comumente
não acontece. Os apelidos são ditos a toda hora, uns carinhosos e outros
degradantes. As pessoas que recebem apelidos são cognominadas em casa, na escola,
no clube e assim as pessoas carregam por toda vida, tornando-se suplicio para
muitos e para outros carinhosos. Os apelidos quando incomoda a pessoa passam a
ser frequentemente chamado a fim de irritar são os mais ouvidos, pois muitos
destes apelidos trazem consequências danosas às pessoas, e muitas vezes levam
as agressões e até morte pode acontecer, como muitos fatos já divulgados. Os
palavrões, gestos obscenos é observado pelas ruas quando acontece o xingamento,
principalmente a pobre das nossas mãezinhas é penalizada por desaforos e
desacatos aos gritos. Quantas mortes já não houve neste mundão do meu Deus.
Muitos levam a sério, outros na brincadeira outros revidem com ironias, outros
agridem. Na minha vida mundana, nas peladas de futebol, pelos bares, nas
esquinas, na escola e faculdade e nos pensionatos do Bairro da Boa Vista que
vivi bastante tempo lembro-me de vários apelidos que ocorria, no dia a dia. Vejamos alguns – Papa-figo, Vaquinha Mococa,
Urso Branco, Da Mula, Preguinho, Sarara, Pé Grande, Vaca Loura, Gogo da Ema,
Mosca Morta, Galo Preto, Pinguço, Rato Branco, Baleia, Caça Níquel, Papagaio,
Pinóquio, Visconde de Sabugosa, Pé na Cova, Negão, Crioulo Doido, Maguary,
Serra Velho, Oio de Vidro, Pinóquio, Pena Branca, Caçaco, Ratinho, Muriçoca,
Papa Rato, Rato Branco, Muçurungo, Mentirinha, Ternurinha, Lagartixa, Calango, Maria
Mole, Ratazana, Boca Mole, Barrigudo, Dentuço, Zarolho, Pé de Chinelo,
Mangangá, Bem-te-vi, Chica Louca, Maria Mole, Pau Mole, Catapora, Satanás,
Seboso, Dorme Sujo, Sagui, Bunda Mole, Maisena, Caroço, Fraldinha, Bruguelo,
Baixinha, Tarzan, Fininho, Batatinha, Azeitona, Boneco, Cagão, Pé de Chinelo,
Burrinho, Buchudinha, Caipora, Abusado, Perereca, Sapo Boi, Zarolho, Vaquinha
Mococa assim por diante. Os apelidos carinhosos têm efeitos ao contrario, traz carinho
e amor daqueles que se expressam no chamamento e que existem designando pelo
nome próprio – Zetinho, Dodora, Marquinhos, Rafa, Neném, Socorrinho, Mariinha,
Zefinha, Manezinho, Lourdinha, Mariquinha, Dorinha, Carminha, Lucinha,
Glorinha, Zezé, Toinho, Totonho, Miguelzinho, Manezinho, Rafinha, Juninho,
Zequinha Zito, Chiquinho, Chico, Carlinhos, Pedrinho, Paulinho, Arnaldinho,
Tanzinho, Zezito, Mané, Luizinho.
GALO
PRETO é o apelido de
um colega morador do nosso bairro Jardim Atlântico, pele de cor morena escura. Cabeleira
totalmente branca. Todo instante rindo e soltando piadas. Não se incomoda que
lhe chame somente ele dizia “é a mãe”, rindo. Somente bastava olhar para ele e,
“É a mãe”. E assim se passava para uma brincadeira sem molesta-lo na sua
identidade. Ao contrário, conheci um elemento no bairro da Boa Vista, onde
morei por vários anos, em pensões, apelidado de GALO BRANCO. Este era enfezado.
Não gostava que alguém lhe chamasse por este nome. Brigava se possível fosse
com quem quer que seja. Todos nos evitarmos a falar com ele, nas mesas de
bares, pois sabíamos que lhe aborrecia e se retirava do local. Certa vez, um
intruso lhe chamou de GALO BRANCO, recebeu uma bofetada caindo no chão
estatelado. Foi levado para a Delegacia da Rua do Aragão por aquela agressão.
Foi solto após de duas horas de conversa com o Delegado. No dia seguinte lá esta
ele comentando o fato que aconteceu na Delegacia, disse ele – O Senhor é metido
a valentão não é? Vive agredindo todos, pois nós já sabemos que de vez em
quando o Senhor faz peripécia? Claro que não Doutor! Eu sou um homem sereno
afeito a brigas e desordens. O Senhor sabe que eu não gosto de apelido. Não gosto
mesmo! Vou ao bar tomar meu aperitivo sossegado. Sento lá no meu canto quieto. E
ai vem qualquer um me chamar de GALO BRANCO. Como eu não gosto reajo. O sangue
sobe na cabeça e eu não me dou conta da atitude que tomo. Arrependo-me, mas já tem
acontecido o fato. Se eu fosse o Senhor não ligava para este apelido de GALO
BRANCO, disse o Delegado. Até o Senhor Delegado está me chamando de GALO
BRANCO. Não é possível, exclamei. Sai direto para o Bar Santa Cruz e tomei uma
cerveja bem geladinha para esfriar os córneos. Na saída indo para a pensão,
passando pela Rua Santa Cruz, em frente ao Mercado da Boa Vista, ouvi – GALO
BRANCO, GALO BRANCO. Fiquei fulo da vida. Voltei quebrei os copos da mesa e ai
foi uma confusão com o Zequinha, um moreno forte que me derrubou no calçamento
dentro do Mercado. Machuquei o braço esquerdo. Fui para o quarto sentindo
dores. No outro dia, GALO BRANCO! Fiquei roxo de raiva, mas me contive, apenas
disse – È A MÃE.
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