Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho
Jovem de 25 anos. Magro e
baixinho com os seus 1m60, Frio e calculista. Sua lei é matar ou morrer. Não
dispensava covardia dos companheiros e nem tampouco reação das vítimas. Mata antes. Não titubeava em apertar o gatilho
da sua arma nas suas investidas para concretizar o seu intento por mais difícil
e perigosa que ela seja. Tudo era planejado minuciosamente, com antecedência a
fim de ter sucesso no empreendimento. Dias e mais dias era dedicada a vigília
dos movimentos do banco que seria assaltado. Sua especialidade – Assalto a
Banco – fora esta atividade nunca assaltou pessoas e nem outros estabelecimento
não dava lucro, o que arrecadaria era valores mixurucas não valia a pena
arriscar a vida. Banco sim era arriscado
mais o lucro era certo. Na sua mente já tinha o banco que iria assaltar. Convocou
os seus colegas, Calunga, um sarara de olhos verdes cujo trabalho era estudar
toda a área, desenhando as ruas de menos movimento; Biu, um moreno forte e ágil
para verificar a presença dos policiais nas ruas, nos turno e o horário; Zequinha,
um baixinho de olhar duro, olhos pretos e cabelos encarrapichados para observar
quantos vigilantes tinha o banco. Todos eles sabiam manejar a pistola com
maestria e tinha coragem de enfrentar qualquer adversidade, mesmo com a própria
morte. A noite na sala Miudinho dava as ordens e procurava saber detalhes, como
a residência do gerente e do tesoureiro; horário da chegada do carro forte;
quantos vigilantes a agencia dispunha; quantos caixas a agencia possuía; a
localização do cofre e a sala da gerencia e do tesoureiro, tudo era detalhada
para não falhar na empreitada. Somos quatro e não admito erro. Se “cair” na
malha da policia, bico calado, caso contrário – morte. Nos dias que se seguia
foram observados todos os passos da agencia. O dia que antecedia o assalto o
Miudinho dava uma checada em todos os lugares, sem ser percebido. No dia do
assalto chegaram logo cedo no local. Separados e já com a tarefa que cada um ia
realizar. Na praça ficou um sentado lendo o jornal, observando toda a
movimentação; outro estacionou o carro em lugar estratégico livre do transito;
o outro passeou pela calçada observando a quantidade de vigilantes que agencia
dispunha e Miudinho encostado no poste na calçada do banco fumando e se fazendo
que estivesse procurando alguma coisa. Por volta das 7h30min, o carro forte
estacionou. Quatro homens armados se puseram em posição estratégica com suas
escopetas e revolveres enquanto dois saiam com quatro malotes verde entrando na
agencia apressadamente. Dez minutos depois saíram entraram no carro forte e
foram embora. Miudinho levantou a mão como sinal e dois chegaram à antessala.
Chamaram o vigilante, e quando este chegou a poucos metros foram rendidos e
colocados na parede de costa; o funcionário estava contando os pacotes do
dinheiro chegado fora surpreendido por dois assaltantes de revolver em punho. Levaram
os malotes, mas quando ia saindo da agencia deparam com dois policias na frente
da agencia. Saíram atirando em plena rua em desabalada carreira, até o ponto
onde estava o carro parado. Miudinho foi preso e levado para a Delegacia e
depois do depoimento foi levado para penitenciaria. A noite na prisão, foi
colocado em uma cela com oito detentos. Todos de alta periculosidade. Sansão,
Cabeleira, Bicudo, Papa Figo, Negão, Bozó, Curió e Zabelê estes novos
companheiro de cela. Arranjou-se no canto da cela, com um cobertor. Foi logo
chamado pelo Sansão, para ditar as ordens ali dentro. Ficou sabendo da limpeza,
da dormida que não tinha para todo mundo, revezavas e assim por diante. A noite
um dos caras veio tirar “onda” dando “cantada” dizendo “carne nova no pedaço” e
riam. Lá no recanto ele deitado em chão frio, ouvia as piadas. “quem vai
primeiro”, “vai tu!” “eu não, primeiro o chefe” e assim por diante. No quarto
dia o assedio ia se consumar. No passeio da tarde Miudinho disse para si mesmo
- vou detonar este cara à noite. Foi à cantina comprou uma garrafa de coca cola.
Bebeu o liquido e quebrou ficando somente com o gargalho pontiagudo. Guardou no
bolso e colocou perto de si. À noite lá pelas 10 horas, Sansão chegou perto lhe
alisando. Companheiro sou um homem me deixa em paz. Que nada rapaz é coisa
rápida. Vai prá La, E ele insistia. Deitou-se ao seu lado. Ao deitar de papo
prá cima começou alisar. Neste momento, Miudinho pegou o gargalho e enfiou com
toda a força que tinha na garganta de Sansão. O sangue espirou e ele começa a se debater como galinha
levando a mão ao corte. Os olhos esbugalhados fitava Miudinho sentado ao seu
lado rindo. O silencio da noite foi quebrado com o grito dilacerante. Os outros
presos se levantam e Miudinho com o gargalho na mão ameaçou quem chegasse
perto. Disse rindo, “que sirva de lição
para vocês”. Eu sou homem e para mim tanto faz matar como morrer, mas eu
prefiro a primeira opção. Os agentes penitenciários chegaram e o levaram para
outro pavilhão.
(Relato em mesa de Bar, por um desconhecido
nos anos 90, tomando uma cerveja na mesa ao lado da nossa, por tras do Cinema
São Luiz, numa sexta feira a tarde.)
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