Por Zezinho de Caetés
Semana passado li, no O Globo, um texto do Carlos Alberto
Sardenberg, e que transcrevo abaixo, no qual ele faz um resumo em seu título: “O mau desempenho do governo Dilma”, e
que eu tento interpretá-lo aqui contando a história da Família PT-Brasil.
Era uma vez um família que tinha muitos filhos e que vivia
muito sacrificada, lutando e labutando pela sobrevivência. Todos estes filhos,
já crescidos, viviam em condições diferentes de vida e os pais, procuravam
ajudá-los a seguirem em frente com o pouco que ganhavam.
Houve um período em que só o pai mandava na família que
aprendeu com o avô dos meninos, quando vivo, que o segredo para manter o
progresso era sempre, nunca gastar mais do que ganha, nunca comprar fiado, e
não querer dar o passo maior do que a perna. E seguindo estes conselhos o pai
conseguiu fazer com que ele e os filhos ficassem um pouco mais ricos ao ponto
de os mais ricos se sentirem tão bem, que começaram, sob a orientação paterna, a
doar um pouco do que ganhavam aos irmãos mais pobres, fazendo com que a
desigualdade entre eles fosse menor.
Conta-se que alguns dos filhos não podiam nem colocar os seu
filhos numa universidade e com a melhoria de vida da família, causada em grande
parte pela melhoria das outras famílias em geral, arranjou-se até dinheiro para
eles entrarem na universidade prounidos.
Havia até um filho muito pobre, que até passava fome e
recebeu uma bolsa cheia de dinheiro todo mês, que dava para comer, mas, o pai
exigia que ele vacinasse e colocasse os netos na escola. E todos diziam que aquela família ia muito
bem.
Num determinado ano o pai achou que deveria se ausentar e
deixar a mãe controlando tudo enquanto ele corria o mundo dando palestras
ficando com dinheiro só para ele e sem pensar nos seus filhos. Para fazer com
que a mãe ficasse no comando, o pai teve que gastar muito e exigiu dos filhos
que gastassem também, mesmo que para isto tivesse que tomar dinheiro emprestado
ao agiota da esquina.
O pai conseguiu o seu intento de deixar a mãe no comando, no
entanto, a partir daí ela teria que pagar as dívidas contraídas no processo para
assumir o poder familiar. Durante um tempo ela ainda obteve crédito dos
vizinhos e seus filhos acreditavam nela e seguiam suas determinações. E tudo ia
bem, exceto por alguns lances de alguns dos filhos que o pai havia designado
para ajudá-la foram descobertos roubando de outros filhos e ela teve que
reprimir, fazendo uma faxina geral na casa, mesmo sem punir os culpados, porque
como sabemos: filho é filho.
Mas, a coisa, ficou não feia, principalmente, depois que
alguns vizinhos tiveram dificuldades também, que os filhos começaram a não
acreditar mais na capacidade de comando da mãe, e, conta-se, até alguns deles
começaram a querer a volta do pai.
E hoje o que se vê é uma família apática e desconfiada de
sua mãe, sem nenhuma coragem para trabalhar, mesmo que todos os dias recebam
pitos dela. E parece que, com a situação ruim dos vizinhos, a renda muito menor
da família e os erros cometidos pela mãe no comando, estão cada dia mais
tirando a confiança da família, que prefere agora tirar os incentivos que
aumentaram a igualdade familiar, por acharem que os mais pobres ao invés de
seguirem trabalhando para sair das bolsas, querem é ficar nelas para sempre.
Agora a mãe Dilma não sabe o que faça a não ser andar atrás
do pai Lula para se aconselhar, e este, quer mesmo é voltar ao comando. Leiam
agora o texto do economista que faz uma análise técnica da situação da Família
PT-Brasil.
“Começa com expectativa parecida com a de janeiro de 2012. Pelo consenso
fora do governo, o Brasil crescerá um pouco mais, com pouco menos inflação do
que no ano passado.
No quesito crescimento, espera-se até um bom salto. Mas ilusório. O
salto só será largo, se ocorrer de fato, porque se parte de um resultado muito
ruim, a expansão em torno de 1% do PIB de 2012.
Comparados com isso, tornam-se bastante positivos os 3,3% esperados
para 2013, conforme consta do último Relatório de Mercado, resumo dos cenários
do setor privado (bancos, consultorias e faculdades), publicado toda
segunda-feira pelo Banco Central.
Em janeiro de 2012, também se esperava uma expansão dos mesmos 3,3%,
mas nesse caso vindo dos 2,7% de 2011. Contava-se, pois, com modesta
aceleração.
Já para a inflação, esperava-se uma queda mais acentuada, de 6,5% (o
resultado final de 2011, no teto da margem de tolerância) para 5,3%, número
então considerado mais comportado.
Tudo somado e subtraído, no ano passado o pessoal estava mais otimista
com a inflação; neste ano, com a volta do crescimento. E todos, governistas e
não governistas, já dão de barato que inflação de 4,5%, a antiga meta, ficou
para nunca mais. Quer dizer, nunca mais no período Dilma.
Mas há uma diferença notável nos dias de hoje em relação ao começo do
ano passado: o pessimismo está disseminado. Percebe-se um sentimento entre a
descrença e o ceticismo em relação às metas e planos do governo. A presidente
perdeu o benefício do início do mandato.
Um ano atrás, a maioria culpava o mundo tanto pelo baixo crescimento
quanto pela inflação mais elevada. A maioria ainda depositava confiança nas
promessas oficiais.
Hoje, tirante os militantes, essa confiança se foi. Mesmo os analistas
ainda alinhados com o governo ou aqueles que, por razões diversas, têm medo do
governo — um grupo expressivo — recheiam de ressalvas seus cenários mais
positivos.
Se o governo controlar seus gastos sem truques.... se avançar nas
privatizações de infraestrutura.... se intervier menos no setor privado.... se
cuidar da inflação... se mudar o modelo de consumo para investimento... então o
Brasil cresce 3%, com sorte uns 3,5%.
É muito “se” e pouca fé.
Faz sentido. Olhem o retrospecto. O governo roubou descaradamente nas
contas públicas para fechar o superávit primário. A dívida líquida é função
desse superávit, de modo que, se este é roubado, aquela também está
falsificada. Ela subiu, não caiu. Os investimentos caíram, as privatizações
continuam atrasadas. O protecionismo argentino derruba as exportações
industriais brasileiras e a presidente, a nossa, não dá um pio. Ninguém
acredita quando o BC diz que busca a meta de 4,5% de inflação.
Por que 2013 seria diferente de 2012?
Acrescentem aqui as preocupações recentes com energia. Sem entrar no
problema, notem o ambiente: o governo jura que não faltará energia, que o preço
da tarifa cairá pelo menos 16% e que não há qualquer emergência.
Mesmo assim, relatórios internos de empresas registram a preocupação
com o fornecimento. E, de novo, mesmo os analistas que descartam qualquer risco
de racionamento notam que a tarifa não poderá cair o tanto anunciado pelo
governo.
Logo, a inflação será maior que a prevista. E acrescentam que, se o
país crescer os 4% e tanto desejados pelo governo, aumenta o risco de faltar
e/ou encarecer a energia.
A presidente queixa-se do pessimismo e até identifica grupos que
considera responsáveis por esse ambiente. Tem sido injusta.
Não há ninguém boicotando seu governo, nem a oposição. Aliás, qual? Há
analistas e críticos mais severos, mas a maioria se divide em quatro
categorias: os que, legitimamente, torcem para o governo; os respeitosos, que
sempre encadeiam elogios antes de fazer uma crítica; os puxa-sacos que têm
algum benefício a defender; e os que têm medo de serem atingidos por algum raio
governamental.
Obviamente, nenhum é responsável pelo mau desempenho do governo. A
presidente deveria buscar culpados ao seu lado.”
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