Em manutenção!!!

segunda-feira, 11 de julho de 2011

TEATRO SANTA IZABEL




Por José Antonio Taveira Belo  / Zetinho

Na tarde do dia 24 de maio de 2010, o Governo Municipal do Recife apresentou através da GALHARUFAS PRODUÇÕES DE TEATRO a peça “O MULATO” do romancista Aluizio Azevedo produzida por Taveira Junior para escolas particulares e do Município.

As comunidades agraciadas com este momento cultural foram as comunidades pobres e carentes dos bairros de Santo Amaro, Coque e Casa Amarela, que superlotaram o teatro, demonstrando alegria e admiração da bela decoração deste lugar cultural, palco de muitas reuniões no Império. Olhavam alucinados para todos os lados. As crianças corriam de um lado para outro, pulando a cadeiras acolchoadas, sob o protestos dos guardas e das mães com advertência:

Meninos não corram. Fiquem quietos sentados. Nada de obediência, o quanto mais falava mais eles corriam e pulavam dentro do teatro. . Comentavam entre si, a beleza deste teatro.  Empolgados com a iluminação, com um belíssimo candelabro com suas variadas luzes, os pequenos cubos de luzes nos camarotes. Subia e descia a escadarias como se brincasse de “pega”. Ocuparam os camarotes do primeiro piso, e do segundo e terceiro onde se instalam seis pessoas. Ali davam “adeus” com as mãos aos que estavam no térreo Cuidado para não cair, advertia as mães preocupadas. Pisavam olhando para o chão coberto por um tapete vermelho.

Foi uma tarde memorável para estas comunidades carentes do nosso Recife. Nunca tinham comparecido a nenhum teatro, e não acreditavam que estavam no teatro mais luxuoso da Capital Pernambucana, como diziam uns aos outros.  A alegria e o barulho tomavam conta de todos. Comer pipoca e outras guloseimas era proibido, mas as famílias deram o jeitinho brasileiro e burlaram a fiscalização e abriram bolsas com sanduiches e garrafas de refrigerantes na mais alegria. Já completa toda lotação algumas pessoas ficaram em pé ou sentadas no corredor principal. O apresentador entrou em cena e fez a alegria e as palmas ecoam por todo o teatro. Ninguém se contentava e a cada palavra do apresentador era aplaudido.

Antes da apresentação do espetáculo, o apresentador chamou ao palco a Secretaria de Educação do Município do Recife, a Senhora Ivone com as assessoras as Senhoras Telma e Tereza, Diretora de Artes. Foram uma saudação dirigida as famílias que ali se encontravam. Cada uma falou dos seus trabalhos a frente da Secretaria de Educação do Município, sempre enaltecendo o trabalho do Prefeito João da Costa, terminando com o canto do hino de Pernambuco, com aplauso demorado pela platéia.

Com o apagar das luzes do teatro o barulho foi enorme, apitos e assovios foram ouvidos por todos os lados.  O silêncio foi pedido, mas não atendido. Começado o espetáculo as cenas apresentadas eram ovacionadas pelo público. Durante noventa minutos o espetáculo foi apresentado terminando com a apresentação dos atores, figurinista, camareira.

As duas senhoras que estavam sentadas junto a mim, no camarote do primeiro piso, alegremente, olhou uma para a outra e disse,

- Comadre a gente tinha condições de assistir um espetáculo deste?


- Que nada comadre, já visse pobre ter este direito.


- Claro, mas nós viemos conhecer e entrar neste teatro de gente rica


- Pois é! O Dr. João da Costa é prefeito bom. Veja mandou todo mundo pra aqui sem pagar, Eita prefeito bom, não é comadre.


É respondeu a outra e saíram pegando seus filhos pela mão.

Terminado o espetáculo todos corriam para os ônibus que os trouxeram parados em frente ao Teatro Santa Izabel.

Nenhum comentário:

Postar um comentário