Por Zé Carlos
Ontem, ao fazer a página Deu nos Blogs, a maior fonte de notícias de segunda mão de Bom Conselho, me deparei como quase todo dia faço com uma do Blog do Cláudio André o Poeta, sobre política em nossa terra e que cito agora:
“O QUE O ELEITOR DE BOM CONSELHO QUER?
As eleições de Bom Conselho será disputa em cima de "expectativas", diferente de 2008, quando os bonconselhenses acreditaram numa "mudança". Tantos nomes surgem, mas, qual deles é que vai pro tudo ou nada, se a prefeita Judith Alapenha for para a reeleição? O bom é que tenhamos candidatos super-preparados para se escolher. O eleitor de Bom Conselho que é politizado, não votará em candidato que não tem preparação nenhuma, candidato que nem sabe se as sessões da câmara são públicas. Se faz necessário que olhemos, analisemos e votemos num candidato que pelo menos saiba entender e que não tenha preguiça de arregaçar "as mangas" e, que acima de tudo, saiba ter sensibilidade nas suas ações. Será que o eleitor de Bom Conselho vai votar em candidato que foi colocado de "goela abaixo"?”
Eu sempre falei aqui que sou um político no sentido aristotélico, ou seja, na medida em que todo cidadão o é, e me considero um cidadão de Bom Conselho, embora não vote por lá. Com o texto acima, e por outros, penso ser o Poeta um político deste tipo. E isto é muito bom para jornalistas, técnicos, cientistas, magistrados, doutores e filhos de políticos profissionais que não tem o mínimo de vocação para a coisa. Embora reconheça que há filhos e filhos, com há jornalistas e jornalistas, etc. etc.
Para completar as ideias, também li num Blog também de política o seguinte:
“Nem toda a modernidade, ou pós, conseguiu até agora alterar a receita clássica na disputa política. Ela é missão para profissionais. Da política. O cidadão comum vive atarefado demais no dia a dia, empenhado demais em sobreviver, em pagar as contas.”
Esta frase ele escreve dentro de um contexto onde ele procura analisar o fenômeno político depois do advento da internet e sua massificação. Hoje vemos até revoluções geradas, ou pelo menos, influenciadas por este meio de comunicação, como aconteceu recentemente no Cairo, Damasco, Madri e mesmo aqui no Brasil, quando recentemente até a mãe do governador foi obrigada por ele a emitir nota sobre a paternidade dele.
Eu como minha função manda, olho a minha terra com a mesma pergunta: Será que a política em Bom Conselho mudou ou mudará com o advento da internet? Estou escrevendo uma série que parou um pouco devido ela tomar mais tempo e este ser meu fator de produção mais escasso no momento, sobre os Blogs de Bom Conselho. Mas, a internet não se resume aos Blogs, principalmente, quando o grau de informação dos internautas ainda não a permite ver como mais um elemento de sua informação, e cada vez de maior importância.
Pelo que me informei (e isto poderia ser pesquisado por alguém para uma precisão maior), o grau de informatização da população de Bom Conselho é muito maior para os bom-conselhenses de fora do que para os de dentro de suas fronteiras geográficas, e é presumível que os eleitores não se confundam com os internautas, no que se refere as eleições locais. No fundo, no fundo a internet influi diretamente numa parcela mínima de eleitores, em números. Entretanto, são estas pessoas que tem acesso a este novo meio de comunicação, tornando-os melhores formadores de opinião, incluindo até os políticos profissionais.
É de se repetir aqui a pergunta do Poeta: O QUE O ELEITOR DE BOM CONSELHO QUER? Se as nossas enquetes tiverem algum fundo de representatividade, a Judith Alapenha não será candidata à reeleição, o que já é um serviço da internet com alguma influência sobre o eleitor. Mas, quantos destes eleitores realmente votam em Bom Conselho, ou terão sido atingidos por esta notícia? E se pensarmos nas chamadas redes sociais (Orkut, Facebook, Twitter, etc) e serviços de mensagens eletrônicas, como pensar em responder esta pergunta?
Será que as influências destes elementos poderão interferir no eleitor que realmente decide em Bom Conselho? Penso que não, no momento, embora possa haver mudanças muito grande neste mundo de tantas e rápidas mudanças. Uma, coisa é certa, o eleitor com acesso á internet hoje já tem um tipo de informação diferente na hora de decidir o seu voto, mesmo no nível local, do que o que acontecia na época do Coronel Zezé.
Mesmo que os processos de agrupamento, coalizão, aliciamento de eleitores, relações partidárias e outros métodos bastante conhecidos possam prevalecer, a internet terá sua participação cada vez mais aumentada no processo político. E cada vez menos candidatos com as características delineadas pelo Poeta, terão vez nele. E, ainda continuando como um político aristotélico, eu arrisco dizer que entre aqueles que tem pouco conhecimento do que seja o cargo e entre aqueles que podem ser colocados “goela” abaixo do eleitor, estão tanto os novatos como aqueles que já tiveram ou tem o privilégio de exercê-lo.
Hoje, mesmo que uma reeleição seja um fator positivo nas pretensões eleitorais de qualquer candidato, em Bom Conselho isto nunca foi uma certeza para nenhum dos ocupantes do Palácio do Coronel José Abílio. Não há mais jogo jogado para ninguém, diante da profusão de informação que hoje se veicula no município. E coisas, muitas vezes banais, podem mudar o rumo da prosa eleitoral, cada dia mais indefinida.
O quanto à internet em geral, e a nossos blogs em particular, podem contribuir para que alijemos de vez este tipo de candidato de nosso processo político. É interessante para discutir, e nos interessa sobremaneira, como deveria interessar a todos os cidadãos da terra. Em outras palavras a “goela” dos eleitores está cada dia ficando mais estreita para engolir sapos e políticos despreparados para o cargo. Principalmente para aqueles que já comprovaram isto em seu exercício.
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P.S.: Já havia terminado o texto acima quando li outra postagem do Cláudio André onde ele termina com uma frase atribuída a D. Hélder Câmara que diz: “Vocês dizem que o povo não pensa. O povo pensa!”, e Cláudio arremata com mais um parábola: “Mas, ainda acrescento, o povo vota e o povo diz não também. Tô de oooooolho!” Eu só acrescentaria que além do povo pensar, muitas vezes vezes vota errado, e isto ocorre mais de uma vez, infelizmente. Sempre é bom ficar de oooooolho!
ZC
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