Por Zé Carlos
O sentimento em relação ao resultado de nossa última enquete é dúbio. Se por um lado estamos satisfeito com a afluência do público votante (108 computadores), por outro o resultado em si não nos agrada. Mas, por que algum resultado teria que nos agradar? Estamos aqui para analisar friamente os números e nada mais, diriam os positivistas lógicos.
Já faz algum tempo que não me enquadro entre aqueles que pensam que em sociedade há um conjunto de valores absolutos que possam ser usados por alguém e concluir que um indivíduo está agindo certo ou errado. Isto é coisa divina. Só quem acredita que tem um padrão de crenças políticas que evolui, pode evoluir também. Afinal de contas evoluir é variar. Por isso, ao analisar qualquer coisa deveremos sempre ter a cautela dos mortais.
No caso dos resultados desta enquete (e eu não vou repetir aqui os problemas que nelas existem, mas qualquer um pode ver neste Blog, lendo o que já escrevi), o resultado foi bastante claro do ponto de vista político. Tudo funcionou com se a pergunta foi plebiscitária, e houvess apenas as respostas “sim” ou “não”, aqui representados pelo 0 (zero) e pelo 10 (dez), de acordo com que pergunta fosse feita. Deste ponto de vista até poderíamos dizer que apenas votaram 86 computadores, dos quais 57 disseram não ao Forrobóm de 2011 e 29 disseram sim. O que poderia ser interpretado dizendo que apenas 30 entre cada 100 dos votantes aprovaram o evento deste ano.
Do ponto de vista do estatístico, que muitos adoram , a primeira ação para uma boa análise, é retirar os casos considerados extremos. Ou seja, considerando que é a média o que interessa, mesmo que a sociedade não viva nunca nas médias, pois sabemos que o indivíduo com os pés num forno e com a cabeça numa geladeira está morto independentemente da temperatura corporal, o resultado da avaliação seria melhor feito desconsiderando estas 86 pessoas, extremistas.
Vejamos então o que vem apenas dos números. Primeiro considerando todos os votantes. A Média de notas obtida pelo Forróbom 2011, seria de 3,56. Se considerássemos apenas a parte interna de notas, isto é de 1 a 9, a Média subiria para 4,14. Vejam o resultado, confiram os cálculos e vejam se eu estou certo.
Qual a nota que você dá ao Forróbom 2011?
0 (zero) 57 (52%)
1 (um) 4 (3%)
2 (dois) 3 (2%)
3 (três) 1 (0%)
4 (quatro) 3 (2%)
5 (cinco) 4 (3%)
6 (seis) 1 (0%)
7 (sete) 4 (3%)
8 (oito) 2 (1%)
9 (nove) 0 (0%)
10 (dez) 29 (26%)
Para aqueles que gostam, a Mediana, ou seja aquela nota que divide ao meio os votantes é próxima de 1 (um) no primeiro caso e de 4 no outro . No caso da Moda, que é a que teve maior frequência, no primeiro caso é óbviamente 0 (zero) e no segundo, temos três valores (1, 5, e 7). Este tecnicismo mostra apenas que, podemos ter vários resultados, menos aquele que nos diria que o Forróbom 2011, passaria bem de ano, mesmo em uma de nossas escolas municipais.
Sem tecnicismo, mostra que precisamos melhorar no próximo ano, mas não só no Forróbom, e sim em muita coisa que deixa a desejar em nosso município. Pelo menos é isto que o julgamento da avaliação de um evento na cidade deixou transparecer quando respondeu à nosso pergunta.
Mesmo não sendo Deus, os computadores responderam certos por linhas tortas.
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