Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho
Anos atrás encontro um conterrâneo na Avenida Conde da Boa Vista, em uma tarde calorenta e num vai e vem de pessoas. Esse encontro se deu em frente ao edifício Tabira. O aperto de mão e um sorriso largo foram à recepção.
Não lhe vi no encontro de Papacaceiros em nossa terra natal? Por quê?
Disse-me não gosto, pois muitos moradores da cidade não participam o que eu acho uma coisa “esquisita”, e com o passar dos anos você vai ver que eu não tenho razão e vai haver “racha” na execução do encontro. Vai haver turbulência, pois o que fazem em Bom Conselho é visto não de união, mas sim de discórdia. Dito e feito.
Em outra ocasião, mais um conterrâneo nos fala de uma profecia, de que em Bom Conselho tudo que se planta não dá fruto, seca.
Como eu não acredito neste pressagio fico de molho e ouvi-lo. Você se lembra que Bom Conselho é um, corredor entre o Estado de Alagoas e o nosso Estado, todos têm que passar pela nossa cidade, que venha de Palmeira dos Índios, Arapiraca, Santana do Ipanema, mas não ficam porque o comércio está despreparado para recebê-los e todos se dirigem para a cidade de Garanhuns ou Caruaru. Já tivemos algum tempo, a Fabrica de Laticínios Santa Maria, do empresário Sr. Galdino, se desfez, não sei o motivo. O Ivan Crespo tentou colocar uma Fabrica de Doce, também não deu certo e tantos outros empreendimentos não tiveram a sorte de progredir.
Fiquei atônito com este comentário.
E disse, é que enterraram uma “Cabeça de Burro” na entrada da cidade, precisamente, na Ladeira do Alto do Colégio, há muito tempo e ainda hoje se sente esta profecia pessimista de alguns bom-conselhenses..
Lendo A GAZETA de nº 291 na página 5 – Política – escrita pelo Diretor Luiz Clério, vem uma nota que passo a transcrevê-la –
Pessimismo nada constrói e...
Ou mudaremos ou seremos sempre pobres sem nada construirmos para as novas gerações. Vejamos: Final da década 40 e inicio dos anos 30, João Viera Belo/João Correntão instala na Rua 7 de Setembro uma indústria de sobrinhas e guarda chuva e sol. Tudo fabricado manualmente, pois naquela época Bom Conselho só dispunha de energia elétrica à noite fornecida por um velho motor instalado na Praça da Bandeira esquina com a Rua 7 de Setembro. Foi considerado “louco” com tamanho investimento numa terra atrasada como a nossa. O mesmo título recebeu o genitor de Pedro Ribeiro, Sizenando Ribeiro, quando montou uma fábrica de derivados de milho – mungunzá, xerém e fubá – na Avenida Agamenon Magalhães/Corredor. E as cabeças pensantes da época continuam com o pessimismo que nada constrói e trabalhavam para que o Instituto São Geraldo, futuro Ginásio São Geraldo fosse construído, visto que as paredes eram levantadas durante o dia e à noite eram demolidas, mas venceu a coragem dos seus fundadores: Valdemar Gomes de Santana, Dr. Cirilo e Gervasio Vieira Pires que não se intimidaram com as mais diversas ações daqueles que trabalhavam contra a educação, a cultura das futuras gerações. Menor, não foi o preço pago por Expedito Amaral que ousou dotar Bom Conselho de um hotel numa época que o município só existia no mapa do Estado. Chegar aqui era um sacrifício porque não tínhamos estradas, o que dificultava a saída dos produtos das pequenas indústrias acima mencionada. Expedito Amaral foi um visionários e desafiando todos os “do contra” montou a Cooperativa Agropecuária de Bom Conselho e tudo no município e nos municípios vizinhos girava em torno dela. Não tínhamos banco e a Cooperativa atendia perfeitamente essa falta. Cresce com a boa administração exercida por Expedito Amaral que constrói a fábrica pra a produção de óleo e derivados do caroço de algodão. O crescimento da Cooperativa começa a incomodar os pessimistas de plantão e começa o trabalho para tirar Expedido Monteiro Amaral da presidência a quem já havia negado a instalação de uma companhia telefônica. Conseguiram afastá-lo e conseguiram liquidar totalmente todas as ações da Cooperativa Agropecuária de Bom Conselho transformando-a em uma pequena loja de comercialização de produtos agropecuários. O tempo avança, o mundo sofre por mudanças que o deixa pequeno e ao alcance de todos. E seguindo a ordem natural dos fatos, Bom Conselho também cresce e se desenvolve para contrariar os “pessimistas derrotistas”. É quando chega a Perdigão, uma das maiores empresa de alimento do mundo, e através de abaixo assinado, solicitam a sua não instalação. Vencidos, criticam a quantidade de empregos oferecidos aos bomconselhenses pela BRF Brasil Foods. Hoje põem dúvida à instalação do condomínio residencial Residence Morada Nobre o maior empreendimento imobiliário de Bom Conselho, cujo encarte publicitário circulou nas duas últimas edições d’ A GAZETA, mostrando uma estrutura de qualidade, com a assinatura de Ronaldo Luna empreendedor com realizações no Recife, em Caruaru, em Garanhuns e agora em sua terra, realizando um sonho do seu genitor Paulo Luna. Aos incrédulos, um convite: Façam uma visita ao local e comprovem o trabalho que está sendo desenvolvido e, com recursos próprios.
É coincidência ou não?
Não entendo estes agouros mal intencionados de pessoas que se dizem filho da terra.
Todos nós que somos filhos de Bom Conselho temos o desejo que a nossa terra esteja presente no desenvolvimento industrial, comercial, pecuária, cultural para beneficio de toda a comunidade. Muitos filhos, de nome, estão de acordo com esta sendo divulgado, é contrário ao desenvolvimento.
Como pode?
Querem viver na mesmice?
Todo beneficio que venha deve ser estudado e acatado de modo que tenha condições de gerar mão de obra.
Não devemos ser pessimistas. Devemos olhar para o futuro com otimismo a fim de que os empreendimentos do porte da BRF Brasil Foods, da Residence Morada Nobre sejam valorizados e que aportem em nosso Município outros empreendimentos. Isto é que devemos pensar e agir e não cair no pessimismo ou na critica destrutiva.
Figa para os pessimistas!
Caro Zetinho,
ResponderExcluirRecebi também este número da A GAZETA, e li a matéria do Luis Clério. Eu sei que você é um homem bom e justo, e não discute nem política, nem religião e nem futebol. Desculpe caro amigo, mas a seleção brasileira está um lixo. Meu marido me disse que nunca na história deste país tantos pênaltis foram perdidos. Mas, voltemos ao ponto.
O seu artigo é política pura. O que entendi dos seus parágrafos iniciais é que nossos dirigentes políticos são péssimos desde o Coronel Zezé, com exceções para confirmar a regra. Nós sempre fomos palco de lutas políticas memoráveis, que de quando em vez o próprio Luis Clério nos conta, junto com o Diácono Edjasme. E isto não é inteiramente mal. A politização de nossa população é uma das maiores do nosso estado. E isto provém da luta, às vezes por caminhos tortuosos, contra o coronelismo que empesta nossa terra, na herança maltida deixada pelo coronel maior.
Nossa luta contra o coronelismo começou na religião, quando o nosso Padre Alfredo bradava do seu púlpito que tínhamos assassinos e ladrões de cavalo no recinto da Santa Missa dominical, enquanto o nosso famoso coronel, com ar de riso, tocava no braço do amigo que sentava perto e dizia: “Olha, o padre está falando de você.”. E ia embora, talvez sem peso na consciência, pois naquela época quem tinha consciência eram apenas uns poucos.
Mas, a luta continuou e tivemos bons políticos que não vou citar aqui para não cometer injustiças. No entanto, os ranços do coronelismo continuam. Quem sobe na cadeira do prefeito parece tornar-se um ser acima de qualquer suspeita, que como um coronel nos tempos de glória, não deve satisfação a ninguém.
Quando esperávamos que a subida de uma mulher ao trono fosse melhorar nossa vida política, e eu dei todo o apoio para que isto acontecesse, o que se viu foi ela deixar se enredar por uma assessoria familiar, que a levou à renúncia e a toda aquela confusão, que praticamente decretou sua derrocada política na cidade. Foi uma pena!
Mas, você está certo, quando diz que parece termos enterrado uma cabeça de burro em algum lugar em nossa terra. Eu não sei ao certo onde ela está mas suspeito de alguns lugares onde ela pode ser encontrada. A busca deveria começar por aquele portal a La Gramado, onde encontramos, segundo o Poeta sempre um jumento pastando. Continuemos pelo pátio da Praça de Santo Antônio, embaixo do Cuscuz. Sigamos e escavemos em baixo do Banco Santader, avisando antes que não é um roubo. E terminemos na nossa nova Praça Pedro II, onde talvez a cabeça do burro esteja chorando com saudade da beleza de nossa antiga praça.
Caro Zetinho, não posso continuar com não posso mais publicar seus belos textos no Blog da CIT. Continuo a vagar, e afirmando que o Rei Timotinho Cabral está nu. Deixou as roupas numa estrutura abandonada do Forróbom. Procurem lá, no seu bolso direito, uma cabecinha de burro. Se não a encontrarem, é porque ele a está usando ainda.
Lucinha Peixoto (Pelo justo e pelo certo)
Cada vez mais estão menosprezando a capacidade do ser humano.A classe dominante continua manipulando a Educação. Precisamos nos preocuparmos em formar cidadãos críticos,pensantes,socio-político, como dizia Paulo Freire capazes de transformarem o mundo.
ResponderExcluirO aluno deve continuar sendo ensinado como sempre foi e fim de papo, mesmo porque no Brasil muitos ainda não têm nem luz elétrica,quanto mais acesso a tecnologia.Por que mudar o que sempre deu certo?
Copiar coisas de outros países demonstra falta de capacidade.