“Bolsonaro – a caminho do futuro
POR IVES GANDRA DA SILVA MARTINS
Indiscutivelmente, a vitória do
candidato Jair Bolsonaro e de alguns governadores foi a demonstração inequívoca
de que o brasileiro se cansou dos governos demagógicos, do aparelhamento do
Estado pro domo sua e, principalmente, da corrupção que vicejou na era
Lula-Dilma, por mais de dez anos. Sem recursos financeiros, sem alianças
partidárias de expressão, sem tempo de televisão e com uma imprensa hostil,
venceu candidatos poderosos, partidos dominantes e toda espécie de ataques ideológicos
e de grupos enquistados no poder, cujo preconceito ostensivo não abalou os
eleitores.
Seus adversários erraram o alvo.
O candidato do PT, por não reconhecer que seu partido proporcionou o maior
assalto às contas públicas, nos 13 anos em que governou o País; o candidato do
PSDB, por ter atirado no inimigo errado (Bolsonaro, e não Haddad); o candidato
no MDB, por ter um discurso mais acadêmico que popular; o candidato do PDT, por
ter mostrado instabilidade, navegando da esquerda para a direita na busca de
apoio e atacando, com seu estilo às vezes grosseiro, quem não o apoiava; e a
candidata da Rede, por continuar, no estilo de Tom Jobim, a lembrar o samba de
uma nota só. Apenas Amoêdo, que procurou estabelecer inovadora vertente
eleitoral, surpreendeu, superando candidatos de expressão.
Votação semelhante à população de
Portugal – 11 milhões de votos – separou Bolsonaro de Fernando Haddad e mostrou
que o povo não mais suporta promessas não cumpridas e a corrupção desventrada.
Lembro o velho e saudoso amigo Roberto Campos, que dizia que as promessas dos
políticos comprometem apenas as pessoas que as ouvem.
Colocar a Federação dentro do
PIB, desaparelhar o Estado, combater a corrupção, ofertar segurança pública e
inserir o Brasil no cenário mundial, criando parcerias principalmente com
países desenvolvidos – e não países como Cuba, Venezuela e outros vocacionados
à ditadura –, esse foi o mote da campanha vitoriosa que elegeu Bolsonaro e
alguns governadores que o apoiaram, como João Doria. Todos os candidatos que
adotaram o discurso “politicamente correto” para a conquista de eleitores de
todos os matizes ficaram a meio do caminho.
Os desafios, agora, são grandes.
As primeiras escolhas de seu Ministério parecem acertadas. Um cientista para
Ciência e Tecnologia, mundialmente conhecido. Um juiz para o Ministério da
Justiça, ícone do combate à corrupção. Quatro economistas altamente
qualificados para a Economia, para o BNDES, o Banco Central e o Tesouro. Uma
empresária bem-sucedida e parlamentar para a Agricultura. Um diplomata de
carreira para o Itamaraty, livre de teses marxistas ultrapassadas; além de
abrir, de imediato, diálogo com os Poderes (Legislativo, Executivo e
Judiciário).
Nada obstante a crítica dos
derrotados e o preconceito dos ideólogos, parece que os primeiros passos do
presidente eleito são corretos, convergindo para a formação de uma equipe
eficiente.
O certo é que a eficiência – que
não foi a marca dos governos passados – é que determina, hoje, o progresso das
nações. Os autodenominados “progressistas” têm suas ideologias ultrapassadas,
porque o futuro prometido se coloca a séculos de distância do presente
sacrificado.
Assim é que entre as 20 maiores
democracias do mundo não há um país “progressista”. China e Rússia renderam-se
aos caminhos capitalistas, para se desenvolverem. As denominadas economias
“conservadoras” são todas elas vitoriosas e as “progressistas”, um rotundo
fracasso. Venezuela e Cuba talvez sejam os exemplos mais agudos dessa
ineficiência.
Aspecto, entretanto, relevante
reside em que a democracia está em constante perigo entre os governos de
esquerda, mais preocupados em aparelhar o governo e se manter no poder do que
em preservá-la, tendendo, à semelhança de Maduro, Ortega e dos Castros, para a
ditadura.
É de lembrar que os governos
“progressistas” dos séculos 20 e 21 provocaram um profundo recuo no
desenvolvimento de seus países, sendo, pois, “regressistas”; e todos os
governos “conservadores”, por adotarem a economia de mercado, foram
“progressistas”, já que provocaram a inserção dos países na realidade do século
21, que exige eficiência.
A corrupção, por outro lado, tem
sido uma constante desses governos “regressistas”.
Não por outra razão, o casal
Ceausescu, na Romênia, vivia nababescamente. Lenin tinha, segundo consta, uma
coleção de carros Rolls-Royce e os Castros, ilhas particulares para seu gáudio
e bem-estar, enquanto seu povo patinava em salários miseráveis. E o que não
dizer do líder endeusado pela presidente do PT, Nicolás Maduro, talvez o maior
símbolo da incompetência administrativa, que implantou cruel ditadura para o
povo venezuelano.
Todas essas considerações eu as
faço porque estou convencido de que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, está
trilhando, apesar das críticas costumeiras dos desalojados do poder, o caminho
correto, tendo, a meu ver, a seu favor a disciplina que aprendeu nas Agulhas
Negras, hoje gerando oficiais comprometidos com a democracia, com a luta contra
a corrupção e, principalmente, com o estrito cumprimento da Constituição. É uma
nova geração de militares, cuja formação transcende de muito o conhecimento das
artes marciais, para o conhecimento em profundidade da realidade brasileira e
mundial. Tal percepção, como velho professor da Escola de Comando e
Estado-Maior do Exército há 29 anos, posso atestar, pois sei que são todos os
militares escravos da Carta da República.
Para o bem do Brasil, que Deus
abençoe o novo presidente.”
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