“‘Vaquinha
virtual’
Por Eliane
Cantanhêde
Começa hoje uma
etapa das eleições que envolve diretamente o eleitor, ou seja, o senhor, a
senhora, você. Entra em vigor oficialmente a “vaquinha virtual”, ou
“crowdfunding”, pela qual a pessoa física pode participar ativamente da
campanha, não só votando, mas contribuindo financeiramente para o candidato que
julgar melhor para o País.
Nos seis
cenários traçados pelo Datafolha após a prisão do ex-presidente Lula, os votos
brancos e nulos variaram de 23% a 24%, mais do que todos os demais candidatos.
Logo, os nulos e brancos “ganhariam a eleição”, confirmando a desilusão, o
cansaço e o desprezo pela política, pelos partidos e pelos candidatos.
Isso é bom? É
péssimo. Péssimo para o eleitor, que se omite numa decisão tão importante, para
o candidato, que perde legitimidade, para os melhores, porque abrem espaço para
os piores, e para a própria democracia, que é “do povo, pelo povo e para o
povo”.
A “vaquinha
virtual” é uma forma de mobilizar a sociedade e de engajar o eleitor no projeto
do seu candidato a deputado, senador, governador ou presidente da República.
Além de ser uma forma irrisória, mas objetiva, de cobrir a lacuna deixada pelo
veto ao financiamento de empresas às campanhas. É um recurso a mais, de fonte
limpa e com significado todo especial: o eleitor, a eleitora.
Segundo o
presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Luiz Fux, “a
possibilidade de impulsionar o seu candidato, através do voto e do
financiamento, gera no eleitor o desejo da vitória, a sensação de disputa e de
que está integrado ativamente no processo eleitoral”.
É isso aí. E
não se esqueça: não votar no melhor é favorecer o pior. Por isso, o fundamental
é se informar sobre o candidato, seu partido, seus companheiros, suas
propostas, seu passado, seu compromisso, se cumpriu as promessas de campanhas
anteriores. A partir da convicção, por que não contribuir com o candidato que
mais representa o que você defende e quer para seu Estado, para o Brasil?
Podem doar
pessoas físicas que não tenham permissão pública para, por exemplo, ter um táxi
ou uma banca de revista. Atenção: o limite é de até 10% do rendimento bruto
declarado no Imposto de Renda do ano anterior e a multa é de 100% do valor
excedido. Pode ficar salgada para os desatentos.
Qualquer
modalidade bancária de arrecadação é válida, boleto, crédito ou débito, mas com
duas exigências: a identificação do CPF do doador e, nos valores acima de R$
1.064,10, o uso de TED bancário, do doador para o candidato. Esses cuidados são
importantes para evitar uso de doadores fantasmas, ou de “laranjas”, esses
“personagens” tão comuns nas eleições brasileiras até aqui. Com CPF e TED, a
fiscalização é mais eficaz, com contas a cada 72 horas para a Justiça
Eleitoral.
Partidos
políticos e candidatos podem doar sem limites. Se forem muito ricos, poderão
bancar integralmente suas campanhas (que estão pela hora da morte). Mas e o
candidato que é um líder, tem ideias claras e legitimidade para disputar, mas
não tem recursos? É exatamente para eles que essa forma de financiamento é mais
importante. Vai ficar fora por falta de dinheiro?
As “vaquinhas
virtuais” começam hoje, mas os candidatos só vão poder usar os recursos a
partir de 15 de agosto, com o início oficial do período eleitoral. E se desistirem
entre hoje e 15 de agosto? Vão ter de devolver, centavo por centavo.
E há limites de
gastos. Pela lei eleitoral, candidatos à Presidência podem chegar a R$ 105
milhões no primeiro turno, mais 50% se chegarem ao segundo. Para deputados
federais, R$ 2,5 milhões. Eleições são muito caras, mas não são só “deles”. São
de nós todos. Do senhor, da senhora e de você também.
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AGD
comenta:
Eu
soube que mais de 90% dos candidatos para outubro deste ano, são remanescentes
desta legislatura, que foi a pior em termos morais e éticos de que eu tenho notícia.
É tanta gente na Lava Jato que parece estar já faltando água nos postos. Então,
por que cargas d’água eu meteria a mão no bolso para ajudar alguém que fosse
candidato nesta legislatura?
Ora,
dirão os bondosos, por que então não ajudar a quem quer entrar agora na luta
democrática? Eu diria que isto é uma saída honrosa. No entanto, deve-se ver o
que vem propondo o candidato. Será que ele traz algo NOVO ou é apenas mais do
mesmo?
Portanto,
quando e se forem participar da “vaquinha
virtual”, como a Eliane chama acima a
ajuda financeira que se pode dar aos candidatos, tenham muito cuidado.
Se me
seguirem, e não tiverem ninguém do NOVO, então, guardem o seu dinheirinho. Talvez,
você vá precisar por culpa deles mesmos, quando a vaquinha for para o brejo.
A AGD está se revelando uma excelente 'cabo eleitoral' do NOVO,o melhor do artigo da Cantanhede, foi o comentário da AGD...rsrsrs...
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