Por José Antonio Taveira Belo /
Zetinho
Na ladeira íngremes de Olinda,
uma pequena casa de verde escuro e janelas amarelo canário se encontra uma bela
morena vestida a baiana na cozinha fritando peixe. Lorena começou a esse
trabalho aprendido com sua mãe rainha do peixe em Olinda, para sustentar
família. Lorena aprendeu todo o trabalho na preparação de peixe de todos os
tipos se especializando no peixe frito. Recebeu logo o apelido de Lolo. Começou
como todas as pessoas fazem quando precisam ganhar o pão de cada dia, na
calçada aos pedestres e oferecendo a vizinhança principalmente aqueles que
vinham da praia. O início foi um pouco difícil, mas a perseverança foi maior do
que a desistência. Uma mesa, duas mesas no interior da casa verde escuro
começou a atender os visitantes aqueles que queriam tira gosto com uma cerveja
bem gelada. O cheiro exalava por todo ambiente e invadindo a rua. As pessoas
que passavam comentava o peixe frito daqui é famoso. E assim pouco a pouco foi
adquirido freguesia, todo o dia estava ela já pronta com alguns peixes em
bandeja a fim de tender os clientes que li passavam no final da tarde. Os peixes
eram do dia, não guardava para o dia seguinte a sobra, já tinha na cabeça
quantos peixes fritava. Era solteira, desimpedida mais sempre com o coração a
espera de alguém que a fizesse feliz. Não era feia, pelo contrário, era bonita,
esbelta, olhos castanhos, cabelos lisos, boca pequena com lábios chamados para
um beijo ardente, mãos com anéis e um colar dourado no pescoço com a imagem do
Senhor do Bom Fim, trazido de uma viagem que fez a Salvador. As pessoas foram
tomando conhecimento daquele lugar aconchegante e bem atendido pela bela
morena, quase não comportava as pessoas colocou mais uma mesa na casa para
atender os clientes. Com o sorriso nos lábios, conquistou Ernesto, um boêmio de
Olinda que todos os dias lá passavam para comer um peixe frito. Cortejador
começou a olhar para Lolo e ela não o subestimou começou dar bola para ele era
o que ele queria, ali estava à mina de ouro. Vivia na beira mar no Carmo, junto
com alguns pescadores a tomar cerveja e botar conversa fora. Era malandro e com
malandro não se brinca. Qualquer porto atracava o seu navio. E assim passou a
frequentar com miais frequência. Engrenaram um namoro e disse que ia ajudar ela
na tarefa de ficar no caixa para receber o pagamento enquanto ela cuidasse da
cozinha com Esmeralda que ajudava ela. Passou algum tempo e o apurado já não
dava para comprar os peixes, sempre deixava um pendura na peixaria de Seu
Isidoro, dizia amanhã eu pago. Assim foi se afunilando o negócio, nunca
desconfiou de Ernesto que dava de tudo para estar presente no dia a dia da casa
de Lolo. Era solicito com ela, dizia “estou apaixonado por você meu peixinho’’
um beijinho no bochecha, um tapa no traseiro”. Às onze horas encerravam-se
atividades, da casa verde Esmeralda recolhia os pratos e limpava as mesas e
depois para cozinha, Lolo e Ernesto sentava-se a mesa a contar o dinheiro
apurado. Ela começou a desconfiar. Eu comprei cem peixes, vendi todos os cem,
com 30% do valor comprado, caldinho cada copo a três reais, tudo e não tinha
dinheiro para comprar a mercadoria. Mas não se incomodou no momento. No dia
seguinte foi à peixaria comprar para o dia , quando o Seu Isidoro falou com ela
– olha, estão falando por ai, que Ernesto está vacilando por ai, fazendo farra
pela manhã, ele nunca foi disse, vivia por aqui sem um tostão furado. Ela saiu
da peixaria foi direto para casa. Não encontrou Ernesto que sempre estava lá
para ajudar. Desconfiou. Mas eu vou descobrir o que está acontecendo. A
tardezinha o seu amor chegou deu-lhe um cheiro, arrumou algumas coisas e
começou receber o pagamento, enquanto ela lá dentro fazia anotação em um
caderno tudo que era servido. Nesta noite sentados, como de costume, começaram
a contar o apurado do dia. Não bateu faltava dinheiro. Foi dormir e nesta mesma
noite decidiu que nada mais queria com Ernesto. No dia seguinte dispensou-o...
Nenhum comentário:
Postar um comentário