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sexta-feira, 3 de fevereiro de 2017

Lula dá conselhos a Temer no velório da esposa...




Por Zezinho de Caetés

Ontem eu escrevi aqui sobre a “loteria” do STF, na qual são escolhidos os relatores dos processos, relembrem o que eu disse:

“E no judiciário, estamos esperando o Bingo para hoje, onde será conhecido o substituto do Teori. E ontem, li a respeito de como se faz o sorteio do STF. É através de um programa de computador, que se supõe gerar números aleatórios. Eu fico logo pensando, o que pode ser aleatório no Brasil além do Jogo do Bicho. Será que vai dar Macaco?”

E ontem mesmo o programa trabalhou, e qual foi o bicho que deu? O Edson Fachin. Sim aquele que foi indicado por Dilma e andava de comício em comício saudando os candidatos petistas. Mas, foi melhor do que ter dado Macaco. Já imaginou se fosse o Lewandowski o sorteado? Penso que o Sérgio Moro já estaria preso.

Todavia, nem só da justiça vive a política, e ontem foi um dia movimentado para os outros poderes. No Legislativo o Temer elegeu o Rodrigo Maia, embora ele diga que não apoiou ninguém, e no próprio executivo houve mudanças de ministros, e como sempre com o intuito de livrar os mesmo da Lava Jato. O Moreira Franco agora vai para o STF, que, de sorteio em sorteio ainda vai deixando tudo para a segunda metade do século.

Dizem as folhas que tudo está dando certo para o Temer, enquanto o Lula diz que está dando tudo errado para ele. Aqui, tenho que me curvar diante da morte e mandar os pêsames para ele pelo passamento de sua esposa, Dona Marisa Letícia. Se eu tivesse dinheiro, ou um jatinho a minha disposição, eu iria lá abraça-lo como foi o FHC e o próprio Temer.

E conta o Josias de Souza (publicação hoje no seu blog : “Lula dá conselhos a Temer e diz estar à disposição para diálogo: ‘Me chama’”) num texto lá embaixo transcrito, que o Lula, neste momento difícil ainda teve tempo de dar conselhos ao presidente. Eu talvez desse o único conselho para ele, com todo sentimento: Cai fora, Lula!

E hoje já é sexta-feira e quando a semana tem atividades mil, passa rápido. E se, o Fachin retirasse o sigilo da delação da Odebrecht, passaria ainda mais rápido. Eu não sei porque o sigilo, já que hoje é uma amostra de status ser citado nas delações da Odebrecht. Ora, se até o Temer está lá, o que temer?

E para terminar esta semana que prometia mais agitação do que o que houve, li que no Rio de Janeiro, nas, discussões, quando alguém quer xingar alguém, ou diz: “Você é um Eike Batista!” ou “Você é um Sérgio Cabral!”, e por falar neles estão ambos já esquecidos. E fornecendo mais material para o Zé Carlos em sua coluna semanal de humor, vejam esta do Lauro Jardim:

“O Ministério da Saúde decidiu obrigar a partir de agora todos os profissionais atuantes nos serviços de saúde a preencher os campos que indicam a raça dos pacientes.

A coleta dos dados será feita a partir do critério da autodeclaração, dentro dos padrões já usados pelo IBGE, ou seja, as opções são: branco, preto, amarelo, pardo ou indígena.

Se o paciente não tiver condições de responder, um parente poderá fazê-lo.”

Eu achei engraçado porque até hoje não sei a minha cor. Meu pai era português, minha mãe cubana. O que é que sou? Branco, preto, amarelo, pardo ou indígena? Vou dizer que sou brasileiro, correndo o risco deles não me deixarem entrar no Hospital pelo SUS. Serei obrigado a ir ao Sírio-Libanês, onde só entram loiros dos olhos azuis.

Agora fiquem com o Josias, que o Lula pode até estar nos seus piores momentos, mas, não solta a empáfia de sempre.

“Chamados de “golpistas” e “assassinos” por militantes petistas na entrada do Hospital Sírio Libanês, Michel Temer e sua comitiva foram recebidos por Lula na noite desta quinta-feira com rara cordialidade. O líder máximo do PT agradeceu comovido à solidariedade recebida após a confirmação da morte de sua mulher, Marisa Letícia. Em meio à tristeza, encontrou disposição para fazer de política.

Lula distribuiu conselhos a Temer: “Não se faz reforma da Previdência com o país em recessão”. Queixou-se do Supremo Tribunal Federal: “Está acovardado”. Abriu uma fresta para o diálogo: “Michel, quando quiser conversar comigo, me chame. Não posso é ficar me oferecendo.” E Temer: “Ah, com essa abertura, vou chamar muitas vezes.”

Temer hesitara em voar para São Paulo. Receava não ser bem-vindo. Sondado, Lula estimulou a viagem. Acompanharam o presidente pajés do PMDB (Renan Calheiros, Romero Jucá, José Sarmey e Eunício Oliveira, por exemplo), um par de estrelas do tucanato (José Serra e Cássio Cunha Lima) e ministros (Moreira Franco e Helder Barbalho).

Vencido o “corredor polonês” da entrada, os temores dissiparam-se já na fase de cumprimentos. Lula foi de mão em mão. Abraçou do “golpista” Temer ao arquirrival Serra. Disse que a vida lhe ensinou a ''separar divergências políticas e embates eleitorais da amizade.''  Fez menções elogiosos ao grão-tucano Fernando Henrique Cardoso, que o visitara mais cedo no hospital.

O encontro com FHC, disse Lula, sinalizava para a juventude a necessidade de superar o ódio e a intolerância que intoxicaram a política brasileira. Lula não se recordou —ou lembrou de esquecer— que é de sua a autoria o bordão “nós contra eles”, que eletrizava a militância petista nos embates eleitorais contra o tucanato. “Todos nós aqui temos a responsabilidade de fazer esse país se reencontrar e voltar a sorrir”, declarou aos visitantes.

Virando-se para José Sarney, Lula evocou uma viagem que os ex-presidentes brasileiros fizeram à África do Sul, a convite de Dilma. Integraram a comitiva presidencial, além de Lula e Sarney, Fernando Henrique e Fernando Collor. Foram assistir ao funeral de Nelson Mandela. “Na volta, combinamos de fazer encontros com certa frequência. Mas, depois de descer a escada do avião, cada um foi pra sua casa e nunca mais nos encontramos.” Lamentou não ter dialogado com FHC quando estava na Presidência.

Lula sentiu-se à vontade para aconselhar Temer. Disse, por exemplo, que uma reforma como a da Previdência só pode ser feita num período em que a economia estiver “bombando”. Chamado de você, Temer se dirigiu a Lula sempre em timbre cerimonioso: “O senhor também fez uma reforma da Previdência”. O ex-presidente petista não se deu por achado. Declarou que, sob recessão, a mexida nas regras da Previdência potencializará a impressão de que aposentados e pensionistas pagam a conta.

Noutro conselho, Lula disse a Temer que a retomada do crescimento da economia passa pelo estímulo ao consumo. Contou que o ex-governador pernambucano e ex-presidenciável Eduardo Campos, morto quando fazia campanha em 2014, costumava questioná-lo sobre a ênfase atribuída ao consumo. “Ele vivia me criticando.”, relatou Lula. “Mas sempre achei que não podemos desprezar um mercado consumidor como o nosso. Havendo consumo, as indústrias produzem.”

Lula invocou o testemunho do ministro da Fazenda de Temer, que foi presidente do Banco Central no seu governo. “O [Henrique] Meirelles me conhece. Ele lembra que eu o chamava no Palácio, junto com o Guido Mantega, e dizia: porra, quando é que vocês vão baixar essa taxa de juros?” Presente, Meirelles sorriu.

Sem mencionar explicitamente a Lava Jato, Lula criticou a operação. Num dia em que o ministro Edson Fachin foi sorteado para substituir o colega morto Teori Zavascki na relatoria dos processos do petrolão, o morubixaba petista repetiu uma declaração tóxica: “O Supremo [Tribunal Federal] está acorvardado.”

Réu em cinco ações penais, Lula ensaiou uma crítica também ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Quando parecia engatar uma segunda marcha para investir contra Sérgio Moro, o orador deu meia-volta: “Melhor deixar pra lá”.

Lula estava rodeado de delatados, investigados, denunciados e réus. Gente como o próprio Temer, o amigo Moreira Franco, Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Romero Jucá, José Serra…

Temer e sua comitiva chegaram ao Sírio Libanês por volta de 22h30. Deixaram o hospital às 23h10. Escaparam da hostilidade dos militantes saindo por uma porta lateral. Além de Lula, confraternizaram com Temer e sua comitiva petistas como o ex-ministro Jaques Wagner, o senador Jorge Viana e o faz-tudo de Lula Paulo Okamoto. A conversa foi testemunhada também pelo governador pernambucano Paulo Câmara (PSB).

Ao reproduzir o encontro para o blog, um dos participantes concluiu: ''Marisa Letícia, infelizmente, morreu. Mas Lula está vivíssimo.''”


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