Por Zezinho de Caetés
Ontem eu escrevi aqui sobre a “loteria” do STF, na qual são escolhidos
os relatores dos processos, relembrem o que eu disse:
“E no judiciário, estamos esperando o Bingo para hoje, onde será
conhecido o substituto do Teori. E ontem, li a respeito de como se faz o
sorteio do STF. É através de um programa de computador, que se supõe gerar
números aleatórios. Eu fico logo pensando, o que pode ser aleatório no Brasil
além do Jogo do Bicho. Será que vai dar Macaco?”
E ontem mesmo o programa
trabalhou, e qual foi o bicho que deu? O Edson Fachin. Sim aquele que foi
indicado por Dilma e andava de comício em comício saudando os candidatos
petistas. Mas, foi melhor do que ter dado Macaco. Já imaginou se fosse o
Lewandowski o sorteado? Penso que o Sérgio Moro já estaria preso.
Todavia, nem só da justiça vive a
política, e ontem foi um dia movimentado para os outros poderes. No Legislativo
o Temer elegeu o Rodrigo Maia, embora ele diga que não apoiou ninguém, e no
próprio executivo houve mudanças de ministros, e como sempre com o intuito de
livrar os mesmo da Lava Jato. O Moreira Franco agora vai para o STF, que, de
sorteio em sorteio ainda vai deixando tudo para a segunda metade do século.
Dizem as folhas que tudo está
dando certo para o Temer, enquanto o Lula diz que está dando tudo errado para
ele. Aqui, tenho que me curvar diante da morte e mandar os pêsames para ele
pelo passamento de sua esposa, Dona Marisa Letícia. Se eu tivesse dinheiro, ou
um jatinho a minha disposição, eu iria lá abraça-lo como foi o FHC e o próprio
Temer.
E conta o Josias de Souza
(publicação hoje no seu blog : “Lula dá
conselhos a Temer e diz estar à disposição para diálogo: ‘Me chama’”) num
texto lá embaixo transcrito, que o Lula, neste momento difícil ainda teve tempo
de dar conselhos ao presidente. Eu talvez desse o único conselho para ele, com
todo sentimento: Cai fora, Lula!
E hoje já é sexta-feira e quando
a semana tem atividades mil, passa rápido. E se, o Fachin retirasse o sigilo da
delação da Odebrecht, passaria ainda mais rápido. Eu não sei porque o sigilo,
já que hoje é uma amostra de status ser citado nas delações da Odebrecht. Ora,
se até o Temer está lá, o que temer?
E para terminar esta semana que
prometia mais agitação do que o que houve, li que no Rio de Janeiro, nas,
discussões, quando alguém quer xingar alguém, ou diz: “Você é um Eike Batista!” ou “Você
é um Sérgio Cabral!”, e por falar neles estão ambos já esquecidos. E
fornecendo mais material para o Zé Carlos em sua coluna semanal de humor, vejam
esta do Lauro Jardim:
“O Ministério da Saúde decidiu obrigar a partir de agora todos os
profissionais atuantes nos serviços de saúde a preencher os campos que indicam
a raça dos pacientes.
A coleta dos dados será feita a partir do critério da autodeclaração,
dentro dos padrões já usados pelo IBGE, ou seja, as opções são: branco, preto,
amarelo, pardo ou indígena.
Se o paciente não tiver condições de responder, um parente poderá
fazê-lo.”
Eu achei engraçado porque até hoje
não sei a minha cor. Meu pai era português, minha mãe cubana. O que é que sou?
Branco, preto, amarelo, pardo ou indígena? Vou dizer que sou brasileiro,
correndo o risco deles não me deixarem entrar no Hospital pelo SUS. Serei
obrigado a ir ao Sírio-Libanês, onde só entram loiros dos olhos azuis.
Agora fiquem com o Josias, que o
Lula pode até estar nos seus piores momentos, mas, não solta a empáfia de sempre.
“Chamados de “golpistas” e
“assassinos” por militantes petistas na entrada do Hospital Sírio Libanês,
Michel Temer e sua comitiva foram recebidos por Lula na noite desta
quinta-feira com rara cordialidade. O líder máximo do PT agradeceu comovido à
solidariedade recebida após a confirmação da morte de sua mulher, Marisa
Letícia. Em meio à tristeza, encontrou disposição para fazer de política.
Lula distribuiu conselhos a
Temer: “Não se faz reforma da Previdência com o país em recessão”. Queixou-se
do Supremo Tribunal Federal: “Está acovardado”. Abriu uma fresta para o
diálogo: “Michel, quando quiser conversar comigo, me chame. Não posso é ficar
me oferecendo.” E Temer: “Ah, com essa abertura, vou chamar muitas vezes.”
Temer hesitara em voar para São
Paulo. Receava não ser bem-vindo. Sondado, Lula estimulou a viagem.
Acompanharam o presidente pajés do PMDB (Renan Calheiros, Romero Jucá, José
Sarmey e Eunício Oliveira, por exemplo), um par de estrelas do tucanato (José
Serra e Cássio Cunha Lima) e ministros (Moreira Franco e Helder Barbalho).
Vencido o “corredor polonês” da
entrada, os temores dissiparam-se já na fase de cumprimentos. Lula foi de mão
em mão. Abraçou do “golpista” Temer ao arquirrival Serra. Disse que a vida lhe
ensinou a ''separar divergências políticas e embates eleitorais da
amizade.'' Fez menções elogiosos ao
grão-tucano Fernando Henrique Cardoso, que o visitara mais cedo no hospital.
O encontro com FHC, disse Lula,
sinalizava para a juventude a necessidade de superar o ódio e a intolerância
que intoxicaram a política brasileira. Lula não se recordou —ou lembrou de
esquecer— que é de sua a autoria o bordão “nós contra eles”, que eletrizava a
militância petista nos embates eleitorais contra o tucanato. “Todos nós aqui
temos a responsabilidade de fazer esse país se reencontrar e voltar a sorrir”,
declarou aos visitantes.
Virando-se para José Sarney, Lula
evocou uma viagem que os ex-presidentes brasileiros fizeram à África do Sul, a
convite de Dilma. Integraram a comitiva presidencial, além de Lula e Sarney,
Fernando Henrique e Fernando Collor. Foram assistir ao funeral de Nelson
Mandela. “Na volta, combinamos de fazer encontros com certa frequência. Mas,
depois de descer a escada do avião, cada um foi pra sua casa e nunca mais nos
encontramos.” Lamentou não ter dialogado com FHC quando estava na Presidência.
Lula sentiu-se à vontade para
aconselhar Temer. Disse, por exemplo, que uma reforma como a da Previdência só
pode ser feita num período em que a economia estiver “bombando”. Chamado de
você, Temer se dirigiu a Lula sempre em timbre cerimonioso: “O senhor também
fez uma reforma da Previdência”. O ex-presidente petista não se deu por achado.
Declarou que, sob recessão, a mexida nas regras da Previdência potencializará a
impressão de que aposentados e pensionistas pagam a conta.
Noutro conselho, Lula disse a
Temer que a retomada do crescimento da economia passa pelo estímulo ao consumo.
Contou que o ex-governador pernambucano e ex-presidenciável Eduardo Campos,
morto quando fazia campanha em 2014, costumava questioná-lo sobre a ênfase
atribuída ao consumo. “Ele vivia me criticando.”, relatou Lula. “Mas sempre
achei que não podemos desprezar um mercado consumidor como o nosso. Havendo
consumo, as indústrias produzem.”
Lula invocou o testemunho do
ministro da Fazenda de Temer, que foi presidente do Banco Central no seu
governo. “O [Henrique] Meirelles me conhece. Ele lembra que eu o chamava no
Palácio, junto com o Guido Mantega, e dizia: porra, quando é que vocês vão
baixar essa taxa de juros?” Presente, Meirelles sorriu.
Sem mencionar explicitamente a
Lava Jato, Lula criticou a operação. Num dia em que o ministro Edson Fachin foi
sorteado para substituir o colega morto Teori Zavascki na relatoria dos
processos do petrolão, o morubixaba petista repetiu uma declaração tóxica: “O
Supremo [Tribunal Federal] está acorvardado.”
Réu em cinco ações penais, Lula
ensaiou uma crítica também ao STJ (Superior Tribunal de Justiça). Quando
parecia engatar uma segunda marcha para investir contra Sérgio Moro, o orador
deu meia-volta: “Melhor deixar pra lá”.
Lula estava rodeado de delatados,
investigados, denunciados e réus. Gente como o próprio Temer, o amigo Moreira
Franco, Renan Calheiros, Eunício Oliveira, Romero Jucá, José Serra…
Temer e sua comitiva chegaram ao
Sírio Libanês por volta de 22h30. Deixaram o hospital às 23h10. Escaparam da
hostilidade dos militantes saindo por uma porta lateral. Além de Lula,
confraternizaram com Temer e sua comitiva petistas como o ex-ministro Jaques
Wagner, o senador Jorge Viana e o faz-tudo de Lula Paulo Okamoto. A conversa
foi testemunhada também pelo governador pernambucano Paulo Câmara (PSB).
Ao reproduzir o encontro para o
blog, um dos participantes concluiu: ''Marisa Letícia, infelizmente, morreu.
Mas Lula está vivíssimo.''”
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