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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A sabatina do Alexandre de Moraes e a suruba do Jucá...




Por Zezinho de Caetés

E o fato político de ontem foi a sabatina do Alexandre de Moraes, sim, aquele que já assumiu tantos cargos na Segurança Pública e no Judiciário que, se um dia receber ordem de prisão, recusará as algemas, citando mil e um artigos do código penal, para comover o policial.

Nós, como já dissemos mil e uma vezes, não entendemos quase nada de juridiquês. Mas, sempre fomos curiosos no assunto. E quando vimos o Carequinha da Justiça não se enrolar e nem piscar nas respostas às perguntas. Ficamos maravilhados.

Somente hoje, quando vamos ler a mídia é que podemos notar que os analistas dizem: “Os senadores fingiam que perguntavam e o sabatinado fingia que respondia”, com o faz o Ricardo Noblat em texto transcrito lá embaixo, no qual o título já diz tudo: “Alexandre de Moraes vai para o abraço”. O senador Jucá diria que vai para a suruba, como explicamos lá embaixo também.

Enquanto nós, a maioria ignorante come pelas beiradas, os ecos da justiça. Foram mais de 10 horas de sabatina, e não vi nem uma vez o sabatinado nem levantar para fazer xixi. Talvez ele tenha ido na hora em que eu tentava comer. Já os senadores, quando a câmera passava os olhos pelo plenário eu só via a Gleisi Hoffman. Será que ela nem xixi faz? Desculpem aqueles que são tão machistas que pensam que mulheres não tem essas necessidades.

É muita dureza ser sabatinado do Senado. Se não fosse pela certeza que todos têm dos resultados, talvez não aguentassem. Dizem que nos Estados Unidos, de onde tentamos, e com razão, copiar tudo, menos a Constituição, há sabatinas que duram meses. Mas, lá, há casos onde o sabatinado pede para fazer xixi e sai sem atingir o posto pretendido. Aqui não. Sabatinou, aprovou! Mesmo sem fazer xixi.

Foram, segundo as folhas, 19 votos a favor e 7 contra, e a Gleisi Hoffman não votou, porque se considerou impedida. Nem fui procurar saber porque ela se considerou impedida. Fico supondo que ela estava com a bexiga muito cheia. E hoje, está marcada uma sessão do Senado às 11 horas, para sacramentar o nome do Alexandre de Moraes. Alguém duvida do resultado?

Tenho certeza que o senador Romero Jucá, sim aquele que até hoje tenta explicar o que é “sangria”, quando ele se referiu à Lava Jato, não tem a menor dúvida. Ele deve pensar que o nome do sabatinado será aprovado porque numa “suruba” tudo é possível, literalmente.

Pois é, meus senhores e minhas senhoras, ao abordar a questão do “foro privilegiado” que é aquela instituição brasileira que permite que “alguns homens seja mais iguais do que os outros”, como os porcos da revolução dos bichos do George Orwell, o senador Jucá, íntimo da Lava Jato, comparou este instituto a uma suruba. Nós já sabíamos o significado desta palavra do Houaiss que diz:

Suruba: 1) muito bom, excelente, capaz (um trabalhador); 2) namoro escandaloso; 3) porrete grande, cacete; 4) sexo grupal; surubada.

Fizeram um alarde danado com o senador, dizendo que ele havia sido um chulo, quando na realidade ele foi apenas um suruba que achou que o suruba da Lava Jato vinha em sua direção. Ou seja, pelo Houaiss, o Jucá foi um excelente trabalhador que está com medo do porrete da Lava Jato.

Agora, para aqueles que tem a cabeça suja e que veem o mal em tudo, o que o senador disse era que o “foro privilegiado” é uma verdadeira suruba, nisto concordamos com ele, até quando ele diz que os julgadores devem cair for dela também, se querem ser coerentes.

Mas, hoje tem a votação no Senado, onde não esperem que se vá bater no Alexandre de Moraes com suruba nenhuma. Aquilo lá é um antro de surubas, segundo o Houaiss. Agora fiquem com o Noblat para pequenos detalhes.

“A Companhia do Teatro Insano da Praça dos Três Poderes dará, hoje, por finda a curta temporada da peça “Tome lá o meu voto, mas jamais se esqueça de mim”.

O ex-ministro da Justiça Alexandre de Moraes, indicado para suceder Teori Zavaski no Supremo Tribunal Federal, foi personagem importante da peça, mas não foi o principal.

O protagonismo coube ao Senado – ontem, à Comissão de Constituição e Justiça integrada por 27 senadores, 13 deles investigados pela Lava Jato; hoje, ao plenário com um total de 81 senadores.

Coube à Comissão sabatinar Alexandre – e o fez por mais de 10 horas. Caberá ao plenário aprovar a indicação em definitivo. É o que fará para que o novo ministro tome posse na primeira semana de março próximo.

O variado repertório da Companhia do Teatro Insano (etc. e tal...) inclui comédias de grande sucesso e tragédias que não deixam saudade. A peça que sairá, hoje, de cartaz não foi uma coisa nem outra.

O enredo foi o mesmo das outras vezes em que esteve em jogo a aprovação de um nome para a mais alta corte de Justiça do país: os senadores fingiram que perguntavam; o indicado fingiu que respondia.

Pergunta alguma, resposta alguma mudou na Comissão voto algum. Como os eventuais debates que serão travados no plenário não mudarão coisa alguma.

Alexandre driblou as poucas perguntas que poderiam lhe criar algum tipo de embaraço, e os autores das perguntas se deram por satisfeitos. A oposição fez de conta que se opôs. O governo limitou-se a apoiar.

Bem treinado, seguro da aprovação ao seu nome depois de ter visitado previamente os 81 senadores à caça de votos, Alexandre tergiversou à vontade, repetiu platitudes e não se comprometeu com nada.

Em troca, e como de costume em situações semelhantes, os senadores esperam apenas contar com a simpatia do novo ministro sempre que enfrentarem dificuldades no âmbito da Justiça.


O Senado que aprova é o mesmo que acolhe ou rejeita pedidos de impeachment contra ministros de tribunais superiores. Nenhum deles, até hoje, perdeu a toga por conta de algum pedido.”

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