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segunda-feira, 10 de novembro de 2014

A semana - Dilma e Aécio em tempos de Jovem Guarda




Por Zé Carlos

Quando estava no exército, ou mesmo antes, nas aulas de Educação Física, com o Leninho, lá em Bom Conselho, aprendi a dar “meia-volta”. Ao comando de “meia-volta, volver!”, girava 180° e começava a voltar para onde tinha saída, ou para o lado oposto. Eu, não sei se, no tempo em que a nossa presidente Dilma, reeleita por 50% mais 1 dos brasileiros, estava na luta pelo que ela dizia ser uma revolução para o nosso país, ela também aprendeu a obedecer este comando. Só sei que 15 dias depois de reeleita, alguém, não sei quem, disse: “meia-volta, volve!” e ela fez o movimento de volta atrás, com uma ineficiência jamais vista.

Os juros subiram, como já era esperado, descobriu-se que a miséria aumentou mas só divulgaram depois das eleições, aumentou a gasolina e o diesel, e agora ela promete cortar os gastos públicos, o que sempre sobra para o povão que nela voltou. Alguns perguntarão neste ponto de tanta seriedade: E esta coluna não se propõe a ser de humor? E eu responderia: E isto não dar vontade de rir? Pensem apenas no que é uma campanha eleitoral no Brasil e se aguentem em suas poltronas para não morrerem de rir. Eu fui economista um dia, e sempre soube que medidas duras seriam necessárias para acabar a farra que foi criada em torno do assistencialismo eleitoral, mas, os candidatos, e para ser justo, qualquer um deles, propunham o céu, na entrada do inferno. Então, não tem jeito, rir é o melhor remédio ao concordar com o “meia-volta”.

Estando em São Paulo, não poderia deixar de mudar minha visão da semana que passou. Daqui surgiram notícias que mereciam aparecer no vídeo do UOL, e não apareceram. E é impossível fugir do fato que o que nos faz mais rir é sempre uma situação ruim para outros, contada de uma forma adequada até para anunciar sua melhora. Foi declarado pelo governador deste estado, o Alckmin, que começará, como forma de resolver parcialmente o problema d’água que o afeta, o uso de água de esgoto para consumo humano. É o tal do reuso, já utilizado em outros países.

Rigorosamente, não há nada para rir com a notícia, a não ser, como bom-conselhense da gema, pensei o prefeito da cidade anunciando que agora iremos tomar água do Papacacinha. Penso na reação de alguns da cidade: “Eu, tomar água com minha merda? Conta outra!” Eu, já comecei a rir, só com esta reação mínima. Imagine como seria motivo de riso uma manifestação, como soe acontecer hoje em dia para tudo, com cartazes: “Água sim, merda não!”, descendo pela frente do Ginásio S. Geraldo e passando pela ponte do Colégio em direção à Praça Pedro II? Extrapolando para São Paulo, provavelmente, na Avenida Paulista seria palco de manifestações, com cartazes: “O Brasil acordou para o cheiro de merda!”.

Até convencer o povo de que há tecnologias eficientes para transformar merda em água, seria um horror que causaria manifestações mil. E qualquer  candidato que se elegesse prometendo transformar merda em água, seria eleito de cara, com pelo menos 50% mais 1 dos votos. Eu defenderia sorrindo que se ele não conseguisse seu intento, sofresse um impeachment de forma imediata. Afinal, por muito menos o Nixon e o Collor caíram fora, e ambos os países destes senhores, ficaram melhor, penso eu.

Vamos agora ao filme do UOL, que nesta semana vale pelas belas músicas da Jovem Guarda e que eu ouvia com os sapatos Motinha e calças Lee apertadas. Parece que o Aécio, depois de ter perdido as eleições, resolveu passar para a oposição ao governo Dilma. Não me surpreende, pois desde que acompanho a política, político mineiro só faz oposição quando é ministro do governo. Entretanto, ele diz que agora é oposição para valer. E disse: “O diabo se envergonharia de coisas que foram feitas nesta eleição!” Já que Dilma disse que faria o “diabo” para ganhar as eleições, só se pode concluir que, no Brasil, política é coisa do capeta.

E ela voltou, nossa colaboradora principal, a Dilma voltou novamente, como diz a canção sobre o boêmio. Com ela, todos já sabem, cada palavra é um riso. E a claque presente já não deixa mais nem ela falar para rir. Basta sussurar para que a gargalhada seja geral. No filme, ela confundiu, numa solene reunião com os correligionários, o PSD com o PSDB. Foi uma risadaria geral, eu não sei o porquê, já que a única diferença é um B. A não ser que eles pensaram que o B, na ocasião fosse o tradicional sinônimo de merda. Nossa! Esta coluna já está fedendo de tanto usarmos esta palavra. Depois, nossos 7 leitores (eram 8 mas um deles disse que não a leria mais porque ela está se tornando muito oposicionista) vão dizer que a ela está uma....

E, novamente, a Dilma diz que quando fica ressentimento em quem perdeu é porque o processo democrático não é compreendido, e pede diálogo urgente. Ora, Fidel Castro, para evitar ressentimentos de quem perde, quer eliminar o ressentido povo cubano, há muito tempo. Dizem que nos discursos de 15 horas que ele fazia no Dia do Trabalhador, ele já plagiava a Dilma: “É preciso saber perder!”. E sussurava para os próximos: “Desde que sejamos nós que ganhemos!”. Estas histórias já viraram até piadas sobre o regime cubano. Agora nem precisamos delas para sorrir. Esperemos as próximas da Dilma.

Enquanto isto, no escurinho de cinema, chupando drops de aniz, os participantes da CPI do Petrolão fizeram um acordo para não fazerem mais nada até o seu término. Ou seja, ela vai cumprir as finalidades para que foi criada. Manter tudo como antes no quartel de Abrantes.

E fora do escurinho das CPIs o Zé Dirceu vai para casa cumprir suas merecidas férias, que começaram na Papuda, e agora sem tornozeleira eletrônica, leve, livre e solto. Seria cômico se não fosse trágico. Quanto tempo falta para que ele possa ser candidato a presidência? Vamos rir?

Agora fiquem com o resumo do roteiro dos produtores do filme do UOL e depois vejam o filme e cantem juntos com a Wanderleia.


“Candidato a presidente derrotado no 2º turno das eleições, Aécio Neves (PSDB-MG) voltou fervendo ao Senado durante a semana. Ele prometeu fazer uma oposição intransigente à presidente Dilma Rousseff (PT) e condicionou o diálogo com o governo ao aprofundamento das investigações das suspeitas de desvios na Petrobras.

Em meio a medidas como a autorização para o aumento do preço dos combustíveis nas refinarias, Dilma procurou adotar um discurso moderado, com mais ternura. Afirmou que é preciso saber ganhar e saber perder.

Enquanto isso, no "escurinho" da CPI da Petrobras, integrantes do PT e do PSDB participaram de uma decisão que poupa políticos citados em depoimentos de envolvidos no escândalo da petrolífera.

E o ex-ministro José Dirceu, condenado no processo do mensalão e que tem fama de mau, passou a cumprir pena em regime aberto.”


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