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terça-feira, 3 de setembro de 2013

PRODUÇÃO DE CONHECIMENTOS




Por CArlos SEna. (*)


Construir uma casa é fácil. Com dinheiro e um bom engenheiro, logo a casa sai linda e maravilhosa. O mesmo não se dá quando se trata da produção de conhecimentos. Produzir conhecimentos não significa apenas "produzir" tal qual fazemos com a construção de casas, carros, objetos ou de um simples prato de papa. Produzir conhecimentos vai além de tudo isso, porque busca nos seres humanos aquilo que a modernidade, às vezes inibe, às vezes nos blqueia com sua vasta concepção equivocada de que tudo está pronto; de que tudo se vende nos supermercados e magazines. Produzir conhecimentos ignora, inclusive o computador e demais benesses tecnológicas. Isso porque a tecnologia é ferramenta mimportante mas, que apenas ajuda a consubstanciar a produção do saber. Não fosse assim o mundo não teria sobrevivido em épocas passadas sem computador, sem celular, sem... O mais importante na produção do saber geral e específico é o conteúdo interior que os indivíduos adquirem, inclusive com o beneplácito da genética, embora essa não seja o elemento determinante.

Produzir conhecimentos nos dias de hoje se torna menos constante, porque já se vende de tudo pronto, é o que nos querem dizer. Menos sexo, costumo ironizar em tom de algazarra. Mas, afora isso, quase tudo se vende pronto e em caixinhas. Mas, os conhecimentos, esses não. Esses jamais serão dispostos em caixinhas nos supermercados, pois requerem outras condições além da escolaridade, da informática, de ter estudado em colégios bons ou ruins, em universidades boas ou ruis. Certamente que a formação é determinante. Mas, muitos são os que se formam e que nada elaboram, nada produzem nem na área da cultura material, muito menos da imaterial. Infelizmente boa parte dos nossos jovens montam e desmontam um computador por dentro e por fora, mas são incapazes de elaborar sistemas humanos de produção de conhecimentos. Ou elaboram, sem as variáveis que uma considerável produção do saber exige; mesmo sem a devida inteface com o conjunto da obra que se quer inferir na lógica do conhecimento. O outro lado disso é igualmente verdadeiro: há jovens com capacidade invejável de produção de conhecimentos, mas ficam isolados nos seus mundihos na frente do computador e nem sempre os seus saberes se revestem de componemte social.
A produção de conhecimentos nos tempos modernos fica mais dificultosa pelos processos próprios do mercado. Porque tudo o mercado diz que vende e isso fica claro quando a gente vê nos jornais pessoas se dizendo "fazedoras" de TCC e coisas do gêneros. Ou seja, em tese até conhecimentos se vende, mas o que não se pode dizer é que alguém esteja vendendo em caixinhas a "produção" do conhecimento ali, in natura (por isso que gosto de banana, pois é a unica fruta que já nasce pronta e embalada pra consumo). Isso tem que ser produto do acúmulo de conhecimentos e da facilidade que se tem que ter para produzir o conhecimentos com todas as dificuldades próprias que o "parir" ideias contém. O melhor dessa questão é que ela não é privilégio de apenas alguns privilegiados, como é o caso de alguém que é colocado em emprego bom no serviço público pela via do "pistolão", das "costas largas" de alguém. Um violão em cima de uma cama não toca. Nem em qualquer outro lugar. Ele só serve se quem o pegar souber, no mínimo, repetir melodias que um dia alguém produziu.

Fico feliz em poder participar um pouco da produção de conhecimentos na área que me apraz. Fico feliz saber que há muitos que isso também fazem e assim fazemos a diferenças

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 19/07/2013

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