Por CArlos SEna. (*)
Construir uma casa é fácil. Com
dinheiro e um bom engenheiro, logo a casa sai linda e maravilhosa. O mesmo não
se dá quando se trata da produção de conhecimentos. Produzir conhecimentos não
significa apenas "produzir" tal qual fazemos com a construção de
casas, carros, objetos ou de um simples prato de papa. Produzir conhecimentos
vai além de tudo isso, porque busca nos seres humanos aquilo que a modernidade,
às vezes inibe, às vezes nos blqueia com sua vasta concepção equivocada de que
tudo está pronto; de que tudo se vende nos supermercados e magazines. Produzir
conhecimentos ignora, inclusive o computador e demais benesses tecnológicas.
Isso porque a tecnologia é ferramenta mimportante mas, que apenas ajuda a
consubstanciar a produção do saber. Não fosse assim o mundo não teria
sobrevivido em épocas passadas sem computador, sem celular, sem... O mais
importante na produção do saber geral e específico é o conteúdo interior que os
indivíduos adquirem, inclusive com o beneplácito da genética, embora essa não
seja o elemento determinante.
Produzir conhecimentos nos dias
de hoje se torna menos constante, porque já se vende de tudo pronto, é o que
nos querem dizer. Menos sexo, costumo ironizar em tom de algazarra. Mas, afora
isso, quase tudo se vende pronto e em caixinhas. Mas, os conhecimentos, esses
não. Esses jamais serão dispostos em caixinhas nos supermercados, pois requerem
outras condições além da escolaridade, da informática, de ter estudado em
colégios bons ou ruins, em universidades boas ou ruis. Certamente que a
formação é determinante. Mas, muitos são os que se formam e que nada elaboram,
nada produzem nem na área da cultura material, muito menos da imaterial.
Infelizmente boa parte dos nossos jovens montam e desmontam um computador por
dentro e por fora, mas são incapazes de elaborar sistemas humanos de produção
de conhecimentos. Ou elaboram, sem as variáveis que uma considerável produção
do saber exige; mesmo sem a devida inteface com o conjunto da obra que se quer
inferir na lógica do conhecimento. O outro lado disso é igualmente verdadeiro:
há jovens com capacidade invejável de produção de conhecimentos, mas ficam
isolados nos seus mundihos na frente do computador e nem sempre os seus saberes
se revestem de componemte social.
A produção de conhecimentos nos
tempos modernos fica mais dificultosa pelos processos próprios do mercado.
Porque tudo o mercado diz que vende e isso fica claro quando a gente vê nos
jornais pessoas se dizendo "fazedoras" de TCC e coisas do gêneros. Ou
seja, em tese até conhecimentos se vende, mas o que não se pode dizer é que
alguém esteja vendendo em caixinhas a "produção" do conhecimento ali,
in natura (por isso que gosto de banana, pois é a unica fruta que já nasce
pronta e embalada pra consumo). Isso tem que ser produto do acúmulo de
conhecimentos e da facilidade que se tem que ter para produzir o conhecimentos
com todas as dificuldades próprias que o "parir" ideias contém. O
melhor dessa questão é que ela não é privilégio de apenas alguns privilegiados,
como é o caso de alguém que é colocado em emprego bom no serviço público pela
via do "pistolão", das "costas largas" de alguém. Um violão
em cima de uma cama não toca. Nem em qualquer outro lugar. Ele só serve se quem
o pegar souber, no mínimo, repetir melodias que um dia alguém produziu.
Fico feliz em poder participar um
pouco da produção de conhecimentos na área que me apraz. Fico feliz saber que
há muitos que isso também fazem e assim fazemos a diferenças
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(*) Publicado no Recanto de
Letras em 19/07/2013
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