Por Zé Carlos
Devido ao Dia da Independência, data em que publicamos um
vídeo, em homenagem, deixamos de comentar o tradicional filme da UOL, da semana
que passou, e apenas hoje tivemos um espaço aqui para fazê-lo. Ainda tive
vontade de, neste comentário, fazer uma alusão maior às belas fotos do 7 de setembro
em Bom Conselho que vi nos blogs, no entanto, elas falam por si mesmas em cada
um dos meios em que foram publicadas.
O filme começa com o esforço hercúleo que fazem alguns
congressistas para transformar o Congresso num verdadeiro circo, e muitas
vezes, circo dos horrores. Se não bastasse permitir o deputado Donadon exercer
seu mandato na cadeia, agora um deputado apresenta um projeto que proíbe o
televisionamento de lutas de MMA. Imaginem se a moda pega. Basta alguém achar
que o futebol é um esporte violento, e aparecerá alguém no congresso para,
querendo aparecer, apresentar um projeto que proíba a televisão de mostrar as
quedas do Neymar em campo.
E como se não fosse suficiente ainda temos uma comparação
horrível feita pelo deputado evangélico Magno Malta de que, pior do que
apresentar a “beleza” do MMA, é
apresentar políticos bebendo ao vivo. Não sei se ele diria o mesmo de deputados
bebendo “ao morto”. De uma forma ou de outra o vídeo começa certo, quando
apresenta aos congressistas o controle
remoto e o livre arbítrio. Eu, de minha parte, nunca usaria o controle
remoto numa luta de MMA, a não ser se for pego de surpresa, como acontece em
alguns telejornais, pois nunca tive a intenção de vê-las. Mas, não pode se
impedir, que alguém, que goste, veja. E se o mesmo for dito de novelas, fecham
quase todas as TVs no Brasil. Só resta repetir o humorista do vídeo: “Que burro! Dá zero prá ele!”
Outro ponto do filme é o lamentável caso de espionagem
americana sobre o Brasil. Talvez o atenuante para nós é que não temos o privilégio
de sermos os únicos a ser espionados. Ruim mesmo seria que não fosse. Já
pensaram algum país do mundo que não seja espionado pelos americanos? Talvez
alguma ilha no pacífico ou algum país africano, onde a tecnologia moderna ainda
nem entrou.
No fundo, no fundo, o que está havendo sobre isto é um pouco
“tempestade em copo d’água”, como
dizia meu pai. E em época de eleições, qualquer tempestade, para os candidatos
é melhor do que um copo d’água, mesmo que seja bem geladinho. O que achei
cômico foi a entrevista da presidenta sobre o fato (que não consta do filme,
mas foi publicada por nós em Deu nos Blogs algum dia do fim de semana) onde ela
confundiu pasta de dente com o seu tubo. Fiquei em dúvida com qual dos dois ela
fazia a escovação. Mas, se só fosse esta confusão...
As consequências de termos um deputado presidiário são
também mostradas no filme. É o tal do voto aberto para tudo. Como, outra vez,
dizia meu pai: “Tudo demais é veneno”.
Depois do calor da hora, e pressionados pela terrível mancada do Donadon, o
congressistas discutem que tipo de voto deveria ser aberto e que tipo deveria
ser fechado. Santa discussão, pois eu tive medo de aprovarem um projeto que, ao
votar, eu tivesse que, além de me identificar, declarar meu voto, para evitar
votar em deputados que queiram ir para cadeia com o mandato.
Finalmente, o caso do uso ou não de máscaras nas
manifestações. Neste ponto, eu tenho a mesma opinião da amiga Lucinha Peixoto.
Usar máscara não é crime, fazer arruaça e vandalismo a usando, isto sim, é
crime. Se continuarem a proibir fantasias e adereços, brevemente, proibiremos
pessoas carregando maleta ou vestindo cuecas porque alguns ladrões os usam,
para carregarem dinheiro.
Quanto às declarações do Valdemar Costa Neto sobre Joaquim
Barbosa no fim do filme, se este último o condenou, eu tenho medo é que, o que
o deputado diz dele, passe a ser encarado como um elogio.
Fiquem com o resumo do roteiro do filme da UOL e depois o
vejam, e riam, pois este é o objetivo desta coluna semanal.
“Um deputado federal
quer proibir lutas de MMA na televisão aberta. Uma CPI investiga a espionagem
norte-americana sobre o governo brasileira. Já na frente do Congresso quem
estiver mascarado durante manifestação vai ser preso -mesma medida foi
implementada no Rio e em Pernambuco. Além disso tudo, os parlamentares não se
acertam sobre o fim do voto secreto: a Câmara aprovou de forma irrestrita, mas
o Senado quer uma sobrevida do voto oculto.”
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