Em manutenção!!!

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

VERONICA





Por José Antonio Taveira Belo / Zetinho


A inconstância de Constantino fazia com que muitos não gostassem dele quando estava em nossa companhia, pelo mau humor que depreendia dos seus gestos e falatórios.  Quando estava neste estágio, ninguém o suportava, pois, o pessimismo tomava conta dele. Falava de Deus e o mundo. Tudo para ele era errado o certo era os seus pensamentos e atitudes. Quando se reclamava ficava aborrecido. Por outro lado, quando estava de bem consigo mesmo, gostava de contar piadas e causos fazendo com que todos esquecessem os momentos de furor. E isto quando acontecia esquecíamos-nos de tudo. Era o seu jeito mais ninguém estava pronto para aguentar os seus devaneios e suas birras. Mas na vida de bar e bar tem-se que se ajustar ao ambiente, caso contrário vá embora e aboletar em outro local menos barulhento e mais calmo. Pois era assim a chegada do Constantino nas mesas do Bar Savoy as sexta feira à noitinha e pela manhã do sábado. Mesmo com todos estes atributos negativos muitas das vezes sentíamos a sua falta. Certo dia ensolarado ás 11 horas da manhã, com o Savoy já com as suas mesas tomadas lá vem o Constantino, bem vestido, com uma calça e sapatos brancos e camisa azul, parecia mais que ia dançar no pastoril, com a cara amarrada. É hoje! Nós vamos ouvir lamurias deste sujeito. Ninguém vai aguentar. Sentou-se, Tomou um copo de cerveja. Olhou de um lado para o outro. Suspirou e enxugou a testa com um lenço marrom e disse – hoje estou com a macaca – todos olharam para ele – quando é que você não está chateado? São raras vezes que tens alegria! É vocês tem razão! Os meus problemas são familiares e que vocês nada tem haver com isso, não é verdade? Mas hoje estou com a macaca. A minha filha mais velha, a Verônica, deu para ser “puta”. Puta repetiu gesticulando. Vocês sabem o que é ter uma filha “puta”. A vergonha dos pais e da vizinhança ao olhar para nós. Pois é! Há muito tempo que desconfiava desta atitude, mas não queria acreditar. As saídas nos finais de semana e, sempre dormindo nas casas das amigas somente voltando na segunda feira, dava para desconfiar, não dava? Pois é! Mas aos poucos foi se confirmando este maneira e esta atitude da minha filha. Um dia alguém me falou sobre este assunto. Quase que brigava com o Josué que a viu em uma boate em Boa Viagem. Fiquei furioso e quase partia para briga. Sou preto e fiquei branco. Vacilei. Pensei em ir ao local imediatamente, mas da maneira que eu estava, poderia cometer um desatino. Detive-me. Mas a consciência ficou martelando a cabeça. Contei para a minha mulher e ela quase tinha um troço. Não é possível, Constantino. Isto é intriga, Vala me Deus! Como pode acontecer isto? E veio uma crise de choro. Nos finais de semana a Verônica, dizia – Mãe vou para casa de fulana. Só volto na segunda feira, pois nós vamos para a praia e, saia. Ontem não me contive. Sexta feira 13. Saiu de casa para uma casa da amiga. Segui. Ás 10 horas da noite ela e amiga saíram em um taxi! Procurei seguir o motorista, mas o trafego não deixava, mas sabia o destino. Durante o trajeto o meu coração ia a mil. As batidas eram aceleradas. O suor descia pelo rosto e pela espinha dorsal, encharcando a camisa. Os faróis dos carros em sentido contrario me ofuscava. A ansiedade tomava conta de mim. O que fazer se constatar o que me disseram? Não sei, não! O local dito era mesmo uma boate na zona Sul. As luzes multicoloridas faiscavam. Vários carros estacionados. O guarda na porta todo engravatado e com um terno preto, com cara de brabo, abria a porta para os visitantes da noite. O dancing repleto de pessoas dançando freneticamente. As mesas ao redor com casais se alisando e trocando caricias impróprias. O som ensurdecedor. Fiquei em pé junto ao balcão olhando para um lado para o outro. Pensei, na ocasião será que eu não estou me precipitando? Será que não é mentira? Dentro de pouco tempo foi anunciado o espetáculo de uma dançarina que veio do Rio de Janeiro. Ia fazer um show o vivo. O salão foi coberto com tapete vermelho e a moça nuazinha começa a rebolar para o delírio dos homens. E tu o que fazias? Deixaste tua investigação e centrasse teu olhar na atriz pornô? Todos riram. Não é para rir não, disse Constantino de cara amarrada. Já ia me retirando do local, quando apareceu a minha Verônica com um homem de certa idade. A vista escureceu no escuro. Não sabia o que fazer se abordava ela naquele momento, ou se deixaria para comentar o caso em casa. Optei pela segunda, mas sai arrasado. Como uma filha criada com tanto carinho, deu prá Puta. É de lascar! Mas o que fazer. Reclamei e sabe o que ela me disse - sou maior de idade, Faço o que eu quero. Ninguém tem nada haver com isso, Vou para a casa de Zuieide e vou ficar lá. Não me contive dei-lhe uns safanões e aqui estou para desabafar com vocês. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário