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quinta-feira, 8 de novembro de 2012

O PT e o mensalão. Sem cérebro e sem fígado.





Por Zezinho de Caetés

O jornalista Sandro Vaia, semana passada, publicou no Blog do Noblat um texto com o título de “O fígado em recesso”, que abaixo transcrevo e aqui comento alguns pontos.

Já começo dizendo que discordo do jornalista por ter insinuado que o atual PT, ou seus dirigentes, usaram o cérebro durante os últimos 10 ou 15 anos. Os que tinham cérebro no partido já saíram dele há muito tempo ou, se ficaram, estão calados ou esperando o momento propício para sair.

A ideia de lançar um manifesto contra a decisão da Suprema Corte, ao oficializar como chefe de quadrilha o Zé Dirceu e condenar os outros por vários crimes é uma ideia de jerico, sem querer desrespeitar os jericos, inclusive porque ele é até um símbolo do Partido Democrata americano, que, provavelmente vencerá as eleições este ano, lá pela terra de Obama.

E estes rompantes vem sempre junto com as acusações contra o que eles chamam de “a grande imprensa”, que na realidade é aquela que não come no coxo do governo federal, e com a velha ideia do “controle social da mídia”. Isto é uma excrescência sem tamanho. Na Venezuela e em todas as republiquetas há algo semelhante para tornar um partido, normalmente, com um candidato a ditador no poder, e com a esperança de um partido único, manter a hegemonia. Não há limite para desfaçatez desta turma.

Meu conterrâneo Lula continua calado sobre as falas do Marcos Valério, e, tenho certeza, pressionando seus asseclas para falarem o quanto podem para evitar o pior: Ele ser vizinho de cela do amigo Zé Dirceu e do Delúbio em um presídio qualquer. Quem diria, um homem que admirei um dia, não deixou escolha aos historiadores, de colocá-lo na História do Brasil pela porta dos fundos, como alguém que chefiou o maior escândalo da república. Eu sinto apenas pela minha terra, que não terá nenhuma rua com o seu nome.

Deixo-os com o Sandro Vaia, que mostra o fígado cansado dos petistas, por tentarem uma missão impossível: Verem-se livre do mensalão.

“Salvo melhor juízo, o PT resolveu criar juízo, pelo menos provisoriamente, e adiar para Deus sabe quando, a divulgação do seu manifesto contra o STF criticando a condenação de algumas de suas eminências pardas no julgamento do mensalão.

Depois de conquistar a jóia da coroa - a prefeitura de São Paulo - numa eleição enfraquecida pela falta de entusiasmo dos eleitores, e de contrabalançar vitórias e derrotas em outros pontos importantes do País, o PT estava prestes a dar um sinal de inaudita arrogância, preparando um manifesto destinado a criticar a mais alta corte de Justiça pela condenação de alguns de seus membros mais históricos e eminentes.

Matéria publicada pela “Folha de São Paulo” de quarta-feira,1 de novembro, explica a decisão de adiar o manifesto atribuindo a um ministro petista a avaliação de que “a ordem é agir com mais cérebro e menos fígado”.

Na verdade, toda vez que o partido se entusiasma com a falsa ilusão de que finalmente conseguiu a hegemonia política completa no país, a sua direção nacional mexe no embornal de ameaças e acena com manifestos como esse, ou com a iminência de um “controle social da mídia”, eterno sonho de uma noite de verão de uma ala do partido que ainda não aprendeu como é a convivência madura com a democracia.

Para não sair do terreno da própria esquerda e não correr o risco de ser linchado como um neoliberal - o verdadeiro monstro dos tempos modernos - vou buscar no ensaísta gramsciano Luiz Sergio Henriques, em artigo publicado no reacionário Estadão, um conselho sobre o qual os petistas mais ilustrados e letrados poderiam muito bem meditar:

“A esquerda não deveria “sofrer” a democracia como se fosse concessão penosa e temporária aos “inimigos do povo”, mas promovê-la, ao lado de outras tendências, inclusive moderadas e conservadoras, como conquista da civilização”.

Em palavras menos acadêmicas, se quisermos usar um pouco de irreverência realista, o que o ensaísta está tentando dizer a seus companheiros de esquerda do PT é “menos, rapaziada”.

Sim, o PT ganhou a Prefeitura que mais lhe interessava – é bem verdade que com um pouco mais de 39% dos votos das pessoas aptas a votar, e menos por grandes méritos seus do que por inadequação plena do adversário - mas perdeu outras em que seu líder máximo empenhou seus bigodes, como BH, Manaus, Recife, Campinas, Salvador (para só citar algumas) e na redistribuição de poder nacional o consórcio progressista/conservador que governa o País ficou mais ou menos do mesmo tamanho.

Nada que justifique ou sustente atos, gestos e bravatas de desprezo à democracia.”

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