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segunda-feira, 5 de novembro de 2012

MARCHA PELA PAZ - UMA FALÁCIA.





Por Carlos Sena (*)

 Marcha da paz. Marcha de Jesus. Marcha. "Marcha soldado cabeça de papel, quem não marchar direito"... Com a paz o equívoco é total. Paz não se alcança com gritos, com alto falante na rua, com mulheres e homens histéricos querendo chamar os que estão nas ruas, ou nas janelas, ou em qualquer canto para se juntar a elas pela paz. Seria muito simplista que assim a humanidade se comportasse. Dessa forma o preconceito gay já estaria bem menor e o que é que se vê, a despeito das marchas Gays? - Violência e mais discriminação.

Tem dias que eu estou tão precisado de Jesus como garantia para as minhas angústias cotidianas! Então eu fico pensando: se a marcha pra Jesus passasse por aqui, eu acompanharia, mas será que Jesus me acudiria como eu imagino? O Jesus que eu imagino não. Talvez o Jesus imediatista dos ufanistas de plantão, principalmente os pentecostais do mercado da fé, sim. Jesus é um estado de espírito que a gente constrói no dia a dia. É como a paz. Jesus e a Paz talvez sejam a mesma coisa. Se as marchas pedindo paz dessem resultado esse resultado era Jesus na vida dos que o conhecem pouco.

Pobre civilização essa nossa. Faz guerra todo dia e depois vai pra avenida pedir paz como se não tivesse responsabilidade nenhuma com a guerra, por exemplo, URBANA. Para muitos que nessas marchas murcham, o dia a dia com os semelhantes, certamente é precário. Humilham, não perdoam fácil, pagam mal aos empregados, dentro dos carros de luxo nem olham para os que estão sob a violência da fome; no trabalho puxam o tapete dos colegas, mentem, deduram, ajudam a progredir boatos pecaminosos e por aí vai. Nas ruas, gritando e pedindo paz, ou implorando por Jesus, parecem mais uns sepulcros caiados que não se vêm por dentro e querem dar lições por fora para os que, muitas vezes tem mais Jesus e Paz no coração do que eles.

Pobre civilização essa nossa, repito. Vai às ruas das grandes cidades clamarem PAZ, clamar Jesus. O princípio da paz é o silêncio. O principio de Jesus é o amor. Nas ruas só fazem zoada, atrapalham o transito, impedem que as ambulâncias socorram a tempo quem se acidenta, ou mesmo quem está em casa querendo silêncio e não consegue diante de tanta latumia, de tanto histerismo. Falta que alguém diga a esses líderes que orquestram essas passeatas que a Paz vem de dentro. De fora pra dentro só a poluição, a chuva, o sol, o sereno, as noites, as guerras, as balas, os tiroteios, etc. A paz é espiritual/cultural e tem que entrar dentro de nós pelos princípios da família e da educação. A igreja entra nessa construção, mas com muita responsabilidade. Ultimamente quem mais tem instigado à guerra e a falta de sossego são determinadas religiões que pregam a discórdia entre as minorias. Talvez seja mais prático sair às ruas em MARCHA do que lutar contra os governos que não investem em educação; talvez dê muito trabalho entender que os filhos de hoje mandam em seus pais e que, equivocadamente, se sentem iguais. Pai é pai e filho é filho, nada de sair com eles como se irmãos fossem. Deus é um pouco dessa construção na medida em que Jesus é seu filho e nós a sua imagem e semelhança.

Marcha pra Jesus? Tô fora. Marcha para a Paz? Tô fora. Vejam-se quantas marchas a gente já viu na TV sempre que um crime hediondo acontece e a mídia mostra e abusa de tanto mostrar. Nada mudou e a violência está pior. Por que não se luta para mudar nossas leis caducas que protegem criminosos? Às vezes fico pensando que as igrejas não querem que a violência diminua já que não pode acabar. Sabe por quê? Se o povo não tiver medo de morrer de bala perdida, de sequestro, etc., não vai mais rezar, nem fazer promessas pros santos, nem pedir aos padres e pastores proteção, nem vai mais dar dinheiro pras igrejas... É meio bizarro isto? Nem tanto.

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(*) Publicado no Recanto de Letras em 21/09/2012

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